Visão de Manjiro sano
Ninguém toca no que é meu e sai impune. Aquele homem iria pagar, e eu garantiria que ele se lembrasse desse erro até o último segundo de sua vida. As luzes piscavam no Eclipse, mas meu foco estava totalmente fixo na tela à minha frente. O rosto do agressor aparecia nas gravações de segurança, uma imagem borrada, mas suficiente para identificá-lo.
Eu senti a raiva queimando como brasas sob minha pele. O controle frio que eu havia mostrado no salão era uma máscara — uma que estava prestes a cair. Não era apenas sobre o toque dele em Hana. Era sobre a audácia de achar que poderia cruzar uma linha que eu já havia definido. Eu não perdoava ofensas. E definitivamente não esquecia.
— Haruchiyo! — chamei, a voz firme, enquanto mantinha o olhar fixo na tela. Não precisei esperar muito. Senti a presença dele ao meu lado em segundos, como um cão fiel, sempre pronto para obedecer. Sem desviar os olhos das gravações, fiz um sinal para que ele se aproximasse. — Quero que encontre esse homem... — apontei com o dedo para o agressor que aparecia no canto da imagem — ... e o traga aqui, vivo.
Haruchiyo, ou Sanzu como era mais conhecido, curvou-se ligeiramente em respeito. Havia um brilho quase insano em seus olhos, um reflexo da minha própria raiva contida. Ele adorava esse tipo de missão — tarefas onde a linha entre a violência e a justiça era finíssima.
— Sim, senhor. — A resposta foi rápida, e ele saiu da sala sem hesitar, uma sombra pronta para caçar.
Quando a porta se fechou atrás dele, permiti-me respirar mais fundo. Meu peito ainda estava pesado, e o silêncio da sala de monitoramento parecia mais opressor do que qualquer som do cassino. Minhas mãos apertaram a borda da mesa enquanto meus olhos permaneciam fixos no vídeo congelado do agressor. Aquele rosto... Aquele olhar. O nojo que ele provocou em Hana me enojava também, mas de um jeito diferente — um jeito que me dava vontade de esmagá-lo, de ver o medo se esvair de seus olhos.
Eu precisava me acalmar, mas o pensamento da fragilidade momentânea de Hana me deixava inquieto. Ela era teimosa, cabeça-dura, mas também era minha. Mesmo que ainda não tivesse admitido isso para si mesma. A ideia de que alguém poderia ultrapassar os limites que estabeleci me deixava à beira de algo que não podia controlar.
Fechei os olhos por um momento, tentando afastar a imagem do agressor da minha mente, mas era inútil. Tudo o que eu conseguia pensar era na humilhação que ele havia imposto a ela, e no modo como ela olhou para mim, como se eu fosse a última barreira entre ela e o caos.
Eu sabia que ela odiaria minha intervenção, que seu orgulho teria sido ferido, mas aquilo não importava. Eu a protegeria, mesmo que fosse contra a vontade dela. E qualquer um que se opusesse a isso pagaria o preço.
Sanzu retornaria em breve, eu sabia disso. Ele nunca falhava. E quando ele trouxesse aquele homem diante de mim, haveria consequências. Consequências que eu mesmo faria questão de aplicar.
Minha raiva não era só sobre a missão — era algo mais profundo, algo que eu me recusava a admitir. E enquanto eu esperava, sozinho naquela sala, o som abafado do Eclipse do lado de fora era o único testemunho do que estava prestes a acontecer.
Aquele homem aprenderia o que significava desafiar alguém que era meu. E, quando tudo terminasse, ele desejaria nunca ter posto os pés naquele cassino.
𝓡𝓪𝓲𝓷𝓱𝓪 𝓭𝓮 𝓒𝓸𝓹𝓪𝓼 – Manjiro sano
Tá vindo aí uma coisa muito forte...
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝓡𝓪𝓲𝓷𝓱𝓪 𝓭𝓮 𝓒𝓸𝓹𝓪𝓼 - Manjiro sano
Hayran Kurgu"Se o meu coração não puder ser teu, então deixe que o sangue dos sonhos desfeitos corra, e que todos os obstáculos sejam arrancados, como cabeças que caem ao chão."