Capítulo 59 🌹

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Sinto que meu coração pode sair pela boca a qualquer momento.
O que ele está falando? Não posso cair no papo dele novamente, ele não se importa comigo, não me ama.

— Eu mandei a Melissa embora por que eu já tinha feito minha escolha há muito tempo, não poderia deixá-la naquela casa, não com você lá.
Vocês poderiam se matar a qualquer momento, ela tinha que ir embora, não era ela quem eu queria, ela nunca foi suficiente, nenhuma dessas mimadas da famiglia são. Mas eu também não poderia te deixar lá, pelas malditas regras, eu deveria te punir por ter ferido um membro sem a minha permissão. No entanto, não conseguiria puni-la, sou incapaz de machucar você, fisicamente pelo menos. E, porra, eu não consigo mais resistir ao que sinto, eu juro que tentei, mas essa droga é mais forte que eu. — Ele anda um passo em minha direção, seu rosto está tão perto do meu, eu poderia me esforçar um pouco para cima e já conseguiria beijá-lo. Mas preciso resistir, não posso me deixar levar apenas por pequenas palavras.
— Acho melhor você ir embora. — Suspiro, tentando me convencer das minhas próprias palavras.
Afinal não sei se quero que ele vá.
Esse negócio de amor é uma merda. Como posso ficar tão dependente dele? Do seu cheiro, toque, beijo... Tudo fica perfeito quando ele está por perto, até mesmo nossas brigas.

— Bárbara, por favor. — Ele tira as mãos dos bolsos e segura meu rosto.
Resista, resista, seja forte Bárbara...

— Eu disse que não tinha mais volta. Você escolheu me mandar embora - disse firme.
— Isso era o que eu tinha que fazer, mas não era o que eu realmente queria naquele momento — sussurra e encosta sua testa na minha. Não resisto e fecho os olhos para aproveitar aquele momento, talvez seja o último.
— Por favor, me deixe! —imploro, mas sei que não é realmente isso que eu quero.
— Não posso te deixar — retruca, consigo sentir seu hálito tão perto.
— E por que não? — pergunto em voz baixa.
— Por que eu precisei ver você nas mãos daquele filho da puta, com uma arma apontada para a sua cabeça, para perceber que... - Ele suspira e engole em seco.

VICTOR AUGUSTO

DOIS DIAS ANTES...

— O que você pretende fazer? — pergunta Gabriel sentado em frente a mesa do meu escritório.
Passo a mão pelos cabelos enquanto tomo todo o líquido que estava em meu copo. Porra, o que eu devo fazer? Eu não sei.
Tudo que envolve aquela mulher me deixa louco, eu nunca sei o que malditamente fazer.
— Eu não sei — retruco, respirando fundo e jogando todo meu peso na cadeira atrás da minha mesa.
— Você sabe que pelas regras...
— Eu conheço as fodidas regras, Gabriel, você não está me ajudando — esbravejo. Levanto e começo a andar por meu escritório.
Ainda estou fodidamente irritado com ele pela merda toda com a minha irmã, mas não tenho ninguém além dele para desabafar.
Mais uma vez lembro de Bárbara.
Mas eu não posso. Não posso fazer algo contra ela, mesmo sabendo que deveria, eu simplesmente não posso. Ou não consigo.
Suspiro.

A quebra dessa regra é punida com tortura ou outros meios escolhidos pelo capo. Porra, como vou torturá-la ou fazer qualquer merda contra ela? Só de pensar nisto, sinto como se estivesse me punindo, o pensamento de vê-la sofrendo me causa uma sensação estranha, como se estivessem querendo arrancar um pedaço meu.
Não sei quando ou como isso tudo começou, esses sentimentos loucos e incontroláveis que me atingem.

Nem mesmo esse maldito mês longe dela fez com que isso diminuísse, parece só aumentar a cada dia.

Maledetta, eu quero tanto fodê-la e depois fazer amor com ela, quero ouvir todos aqueles gemidos que saem daquela boquinha perfeita todas as vezes que estou dentro dela. Nem mesmo as várias mulheres que eu fodi durante esse último mês me fizeram esquecer o corpo e o cheiro de Bárbara. Não posso me deixar levar por esses sentimentos, não posso amá-la...
Sirvo-me de mais um copo do meu uísque favorito.
— Vou mandar as duas embora — digo por fim.
— O quê? Você sabe que não pode fazer isso, você precisa de uma esposa!
— Posso argumentar que Melissa está correndo riscos e dizer que não a quero mais aqui.
— E sobre Bárbara? Você não pode simplesmente mandá-la embora depois do que ela fez — murmura.
— Eu tenho que escolher entre machucá-la ou tê-la longe de mim. — Suspiro com o pensamento de não tê-la mais por perto.
— Então a prefiro longe. — Concluo.
— Eu sabia. — Gabriel diz com um sorrisinho de merda no rosto.
- O quê? — Franzo o cenho, sem entender sua reação.
— Você está apaixonado por ela, porra.
Quem diria que você iria se apaixonar logo pela garota que atirou em você a sangue frio, seria até engraçado se não fosse tão irônico.
— Vai se foder! Eu não estou apaixonado por ninguém. Saia daqui antes que eu arranque a sua língua. — Aponto meu dedo indicador em sua direção.
Eu não estou apaixonado. Apenas sinto algo diferente quando estou perto dela.
Talvez seja a forma que ela me desafia, aquilo me excita muito.

//tadinho, iludido.
(Lembrei de vocês 🥰

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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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