Ana Flávia Castela é uma boa garota. Ela não bebe nem fala palavrão. E acredita que seu passado sombrio está bem distante, porém, quando, para cursar a faculdade, se muda para uma nova cidade, seu recomeço é rapidamente ameaçado pelo bad boy do loca...
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Verifiquei mais duas vezes durante a noite e por fim peguei no sono, lá pelas quatro da manhã.
Dormi até mais tarde, sabendo que não iria à faculdade naquele dia.
Liguei o celular para verificar as mensagens e vi que Gustavo tinha enchido minha caixa postal.
As infinitas mensagens de texto que ele tinha me enviado durante a noite variavam de pedidos de desculpas a desvarios descontrolados.
Liguei para Eduarda à tarde, na esperança de que Gustavo não tivesse confiscado o celular dela.
Quando ela atendeu, soltei um suspiro.
— Oi.
Ela manteve a voz baixa.
— Não contei pro Vetuche onde você está. Não quero ele no meio disso. O Gustavo está louco da vida comigo. Provavelmente vou passar a noite no Morgan hoje.
— Se o Gustavo não tiver se acalmado... boa sorte ao tentar dormir aqui. Ele fez uma performance digna de Oscar no corredor ontem à noite. Estou surpresa de ninguém ter chamado os seguranças.
— Ele foi expulso da aula de história hoje. Quando você não apareceu, ele chutou e virou a sua carteira e a dele. O Tuche ouviu dizer que ele ficou esperando por você depois de todas as suas aulas. Ele está ficando maluco, Ana Flávia. Eu disse a ele que estava tudo acabado entre vocês dois no momento em que ele tomou a decisão de trabalhar para o Benny. Não consigo acreditar que ele achou por um único segundo que você ficaria de boa com isso.
— Acho que a gente vai se ver quando você chegar aqui. Ainda não posso ir para o meu quarto.
Eduarda e eu fomos colegas de quarto durante a semana que se seguiu, e ela se certificou de manter Vetuche afastado para que ele não ficasse tentado a contar a Gustavo o meu paradeiro.
Era desgastante tentar não me deparar com ele.
Eu evitava a todo custo o refeitório e a aula de história, e agia com cautela, saindo mais cedo das aulas.
Eu sabia que teria de conversar com Gustavo em algum momento, mas não conseguiria fazer isso até que ele estivesse calmo a ponto de aceitar a minha decisão.
Na sexta-feira à noite, eu estava sentada na cama, sozinha, segurando o celular ao ouvido.
Revirei os olhos quando meu estômago grunhiu.
— Eu posso ir te buscar e te levar pra jantar — me disse Eduarda.
Fiquei folheando o livro de história, pulando as páginas em que Gustavo tinha desenhado e escrito mensagens de amor nas margens.
— Não, essa é a sua primeira noite com o Tuche em quase uma semana. Duda. Eu dou uma passada lá no refeitório.