Capítulo 11 - Conspiração Matinal

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A luz da manhã filtrava pelas frestas das cortinas do apartamento, iluminando o ambiente com um brilho suave e acolhedor. O aroma de café recém-passado dominava a sala, mas não era suficiente para dissolver a tensão da noite anterior.

Amara foi a primeira a despertar. Com os cabelos bagunçados e ainda vestindo a camiseta larga e o shorts de moletom, ela se espreguiçou, tentando organizar os fragmentos confusos de memória da noite passada.

— Finalmente acordada. — A voz rouca de Dorian soou da cozinha.

Ela se virou, encontrando-o encostado na bancada, segurando uma xícara de café e ostentando um sorriso travesso.

— Que horas são? — perguntou, a voz ainda marcada pelo sono.

— Passa das nove. — Ele tomou um gole de café. — Você apagou como uma pedra. Sabe, eu devia cobrar por serviços de babá.

Amara revirou os olhos, aproximando-se da cozinha enquanto ele ria suavemente.

— E o seu parceiro de implicância? Onde está Lucien? — perguntou, pegando uma xícara para si.

Dorian apontou para a sala com o queixo. Amara seguiu o olhar dele e viu Seraphine e Lucien ainda dormindo. Seraphine estava encolhida no sofá, envolta em cobertas, com a expressão relaxada pelo sono. Já Lucien, numa poltrona evidentemente desconfortável, parecia exausto, mas tranquilo.

— Eles parecem anjos, né? — Amara comentou em um tom irônico, servindo-se de café.

— Se esses são anjos, o inferno tá bem representado, — Dorian respondeu, sorrindo.

Amara riu e se encostou na bancada, tomando um gole de café.

— A gente tem que fazer alguma coisa pra esses dois pararem de se matar toda vez que ficam no mesmo cômodo.

— Tipo o quê? — Dorian perguntou, levantando uma sobrancelha.

Amara colocou a xícara no balcão e cruzou os braços, já sentindo a familiar onda de ideias malucas vindo à mente.

— Precisamos de algo que force eles a se aproximarem. Um plano que seja impossível de ignorar.

— Algo que envolva mais café e menos drama, espero, — Dorian brincou, mas ela ignorou.

O plano estava se formando. E, dessa vez, ela tinha certeza de que não só Seraphine e Lucien sairiam afetados, mas talvez ela e Dorian se divertissem um pouco no processo.

— Primeiro, a gente precisa de uma desculpa para deixá-los sozinhos, — Amara começou, os olhos brilhando com a ideia. — E não pode ser óbvio. Tem que parecer natural.

Dorian inclinou a cabeça, intrigado.

— Como o quê? Algum problema falso que obrigue os dois a se ajudarem?

Amara sorriu como se tivesse acabado de ganhar na loteria.

— Exatamente. Talvez algo que envolva eles terem que ir buscar algo juntos ou resolver alguma coisa no prédio.

— Tipo "a lâmpada da área comum quebrou e só os dois podem resolver"? — Dorian zombou, tomando outro gole de café.

— Não subestime minha criatividade, guitarrista, — Amara rebateu, empurrando o ombro dele levemente. — E além disso, a gente pode apimentar a coisa. Eles brigam porque são dois teimosos. Então, se colocarmos os dois numa situação em que precisam confiar um no outro...

Dorian franziu o cenho, pensativo, enquanto seus olhos passavam da sala para Amara.

— Tipo um "confinamento forçado"? Trancar eles no elevador quebrado ou algo assim?

Amara gargalhou, segurando o abdômen.

— Ok, trancar no elevador é genial, mas vamos deixar isso como plano B.

Nesse momento, Seraphine se mexeu no sofá, murmurando algo enquanto se enrolava ainda mais nas cobertas. Lucien, ainda dormindo, apenas resmungou algo incompreensível na poltrona.

— Acho que a Seraphine já tá se preparando mentalmente pra ser insuportável quando acordar, — Dorian murmurou, observando-a.

— E o Lucien vai entrar no jogo, como sempre, — Amara respondeu, rindo.

Ela deu um passo em direção à sala e cutucou o ombro de Seraphine.

— Ei, Bela Adormecida, acorda.

Seraphine abriu um olho com dificuldade e a encarou com a ferocidade de um urso acordado no meio da hibernação.

— Quem inventou manhãs merece sofrer, — ela murmurou, tentando voltar a dormir.

— Já tá sofrendo. Lucien tá bem ali, — Amara provocou.

Seraphine se sentou de repente, olhando ao redor até localizar Lucien ainda desmaiado na poltrona. Seu olhar já estava carregado de sarcasmo.

— Ah, ótimo. Minha manhã começa com o enfeite de poltrona favorito.

— Bom dia pra você também, vizinha, — Lucien resmungou sem abrir os olhos, mas claramente acordado.

Amara e Dorian trocaram um olhar conspirador.

— Dorian, acho que precisamos de mais café, — Amara anunciou. — Vamos deixar os "anjos" aqui conversando.

— Ou brigando, — Dorian corrigiu, levantando-se da bancada com a xícara na mão.

Os dois foram para a cozinha, mas ficaram na entrada, ouvindo. Como esperado, não demorou muito para que os comentários ácidos começassem.

— Você podia pelo menos ir embora agora que tá acordado, — Seraphine disparou.

— Você acha que tá no comando aqui? Que coisa, hein? — Lucien retrucou, erguendo uma sobrancelha.

Dorian sussurrou para Amara:

— A gente devia ter trazido pipoca.

Amara riu e cochichou de volta:

— Espera só. Eles tão caindo direto no nosso plano.

O próximo passo precisava ser colocado em prática. Amara pegou o celular e enviou uma mensagem para o zelador do prédio:

 Amara pegou o celular e enviou uma mensagem para o zelador do prédio:

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O sorriso em seu rosto dizia tudo. O caos estava prestes a começar.

Quatro vidas, um destino fatalOnde histórias criam vida. Descubra agora