Quatro vidas, um destino fatal

Capítulo 2- Uma Nova Vida em um Lugar Diferente

                       
                     DIAS ATUAIS

Seraphine ajustou o retrovisor enquanto dirigia pelas ruas de Las Vegas, à luz do dia, às 13:00h, com uma energia maravilhosa. Ao seu lado, Amara olhava pela janela com os olhos brilhando de entusiasmo.

— Meu Deus, como... — disse Amara impressionada, quase sussurrando. — Nosso novo apartamento é bonito.

— Apartamento temporário, você quer dizer — respondeu Seraphine com um sorriso que ela tentava disfarçar. Apesar de seus medos, ela não podia negar que a ideia de morar em Las Vegas era vibrante.

Depois de meses conversando sobre a mudança, as duas decidiram trocar a vida simples da pequena cidade onde moravam por algo mais impressionante.

Seraphine e Amara logo chegaram ao local para estacionar o carro, tiraram o cinto e desceram quase como se quisessem correr para dentro do apartamento. E foi exatamente o que fizeram.

Adentrando o lugar, Amara pegou a chave da porta e olhou para Seraphine, que deu um sorriso de lado, ansiosa. As duas entraram e logo soltaram gritinhos animados.

— Ai, meu Deus, a gente tá em Las Vegas! — disse Seraphine, animada, olhando pela janela com vista para as ruas.

— Eu disse que era bonito aqui — Amara disse, dando tapinhas no ombro da amiga.

— Essa noite merece uma comemoração!

— Primeiro, teremos que arrumar nossas coisas, Amara.

— Certo, você quem manda. — As duas riram.

5 HORAS DEPOIS

Elas arrumaram o apartamento até as 7 da noite. Finalmente, começava a parecer um lar. Seraphine ajeitou o último quadro na parede, enquanto Amara conferia o resultado da arrumação com um sorriso satisfeito.

— Não ficou tão ruim para um começo, hein? — disse Amara, jogando-se no sofá, agora decorado com almofadas.

— Não, ficou ótimo — concordou Seraphine, ainda segurando o martelo. — Mas, sério, eu preciso de um banho.

Amara sorriu de canto, já cheia de planos.

— É melhor você se apressar, porque a gente não vai ficar em casa hoje.

Seraphine arqueou as sobrancelhas.

— Precisamos comemorar. E adivinha? Tem um racha rolando na periferia da cidade. É a nossa chance de conhecer a galera.

— Você já conseguiu se enturmar com o submundo das corridas clandestinas em menos de um dia?

— Digamos que eu conheço as pessoas certas — respondeu Amara, misteriosa.

UMA HORA DEPOIS

As duas estavam na frente do espelho do banheiro, ajustando os últimos detalhes.

Seraphine e Amara estavam prontas para a noite. Seraphine escolheu uma calça de couro preta, botas de cano curto e uma regata simples, mas elegante. Seu cabelo estava solto, mas cuidadosamente alinhado.

Amara, por outro lado, exibia um look mais chamativo, com um vestido justo metalizado e jaqueta cropped de couro, além de botas até o joelho. Ela ajeitava o batom vermelho vibrante quando se virou para Seraphine com um sorriso.

— Pronta pra brilhar?

— Pronta pra não ser presa, isso sim — respondeu Seraphine, rindo.

As duas deram partida em suas bebês (motos).

O local do racha ficava nos arredores da cidade, em uma estrada abandonada e deserta. Carros e Motos chiques alinhavam-se lado a lado, com luzes de neon e motores rugindo alto. A multidão ao redor era tão vibrante quanto a cidade em si, com gente de todos os estilos.

Amara parecia à vontade, cumprimentando algumas pessoas como se fossem velhos conhecidos, e Seraphine estava mais na dela, com a cara fechada.

Seraphine e Amara já haviam feito algumas amizades. Entre risadas e histórias, as duas começavam a se sentir mais à vontade naquele ambiente de velocidade e caos. Amara, sempre sociável, brilhava no meio da multidão, enquanto Seraphine permanecia mais reservada.

De repente, um burburinho percorreu a multidão. Duas figuras acabavam de chegar, chamando atenção como se fossem ímãs para os olhares. Um silêncio curioso começou, dando espaço para o som dos passos firmes dos recém-chegados.