CAPÍTULO 13/2

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Alex
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Eu sabia que as coisas iam ficar tensas assim que a Blenda e a Bela decidiram que iam atrás dos caras. Fiquei com a impressão de que ninguém aqui tava muito interessado no meu plano de ficar de boa e esperar as coisas se resolverem. Então, claro, sobrou pra mim e pra Beca cuidar da casa enquanto eles saíam pra resolver tudo.

Não que eu esteja reclamando, tá? Porque, sinceramente, ficar sozinho com a Beca não é exatamente um castigo. Na real, era até uma oportunidade. Ela tava meio tensa com toda essa história do Isaac e do Renan, mas eu sabia que, com o jeito certo, eu poderia tirar ela desse clima pesado.

Depois que todo mundo saiu, a casa ficou um silêncio absurdo. Beca tava na cozinha, mexendo em alguma coisa, e eu tava no sofá, tentando fingir que tava interessado num filme que nem sei o nome. Mas, na real, minha cabeça tava nela. Sempre tava.

Alex— E aí, Beca, tá querendo me ignorar ou só tá fingindo que eu não tô aqui? — soltei, só pra provocar.

Ela apareceu na porta da cozinha, com uma sobrancelha levantada e aquele meio sorriso que sempre me desmontava.

Beca— Tô tentando não me irritar com você, Alex. Acha que consegue colaborar?

Alex— Depende. Colaborar como? — Respondi, me jogando no sofá com a maior cara de deboche.

Ela riu e balançou a cabeça, mas voltou pra cozinha sem dizer nada. Resolvi ir atrás, porque, né, ficar longe dela nunca foi uma opção muito interessante pra mim.

Alex— Você tá preocupada com eles, né? — Perguntei, tentando soar mais sério, enquanto encostava no batente da porta.

Beca— Claro que tô, Alex. Não é todo dia que as pessoas que você ama decidem ir atrás de problemas, né? — Ela respondeu, sem nem me olhar, enquanto mexia na pia.

Me aproximei e, sem pensar muito, coloquei a mão no ombro dela.

Alex— Eles sabem se cuidar, Beca. E, se precisar, a gente tá aqui. A gente é uma equipe também, lembra?

Ela finalmente se virou pra me olhar, e por um segundo, o olhar dela parecia mais calmo. Acho que eu consegui passar alguma confiança, porque ela deu aquele sorriso pequeno, mas sincero.

Beca— Você é bom com palavras, hein? — Ela falou, cruzando os braços e me encarando com aquele olhar curioso.

Alex— Não é só com palavras, sabia? — Soltei, com um sorriso de canto, me inclinando só um pouco mais perto.

Ela riu, mas não se afastou. Isso era um bom sinal, né? Pelo menos, eu achei que era.

Beca— Tá querendo se exibir, Alex? — Ela perguntou, mas o tom dela era mais de brincadeira do que qualquer outra coisa.

Alex— Sempre, Beca. Mas só pra você. — Respondi, sem perder o ritmo.

Antes que eu perdesse a coragem, cheguei um pouco mais perto. A respiração dela ficou mais lenta, e eu sabia que ela tava esperando. Então, fiz o que queria fazer desde que ficamos sozinhos: beijei ela.

Foi um beijo leve no começo, mas logo ficou mais intenso. Ela não me afastou, o que já era um milagre, considerando que a Beca adora bancar a durona. E, cara, era melhor do que eu imaginava.

Quando nos afastamos, ela me olhou com aquele sorriso que era metade provocação, metade surpresa.

Beca— Você gosta de viver perigosamente, né?

Alex— Só quando vale a pena. E com você, sempre vale. — Respondi, ainda sorrindo, mas sentindo meu coração batendo forte.

Ela revirou os olhos, mas deu uma risadinha e voltou a mexer na pia. Eu fiquei ali, encostado no balcão, observando ela. E, pela primeira vez naquela noite, senti que, mesmo com todo o caos lá fora, aqui dentro as coisas estavam exatamente onde deveriam estar.

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