CAPÍTULO 14/2

2 1 0
                                    

Bela
....

Quando o Isaac falou que ele e o Renan tavam saindo, eu não pensei duas vezes:

Bela— Aonde vocês tão indo? — Perguntei, cruzando os braços e encarando ele.

Isaac desviou o olhar, como sempre faz quando tá tentando esconder alguma coisa, mas eu conheço ele bem demais pra cair nessa

Isaac— Pro galpão. Foi invadido, e a gente precisa resolver isso.

Renan só suspirou ao lado dele, já percebendo que a confusão ia começar. E, bom, começou mesmo.

Bela— Beleza, então a gente vai com vocês. — Falei, sem nem hesitar.

Isaac se virou pra mim, com aquela cara de "nem a pau".

Isaac— Bela, nem pensar. Você tá grávida. Não vou te colocar em risco.

Blenda, que até então tava quieta, deu um passo à frente e entrou na discussão:

Blenda— Ah, então eu vou, porque ninguém me colocou em nenhuma bolha de proteção. E, se você acha que vai deixar a gente aqui, tá muito enganado.

Renan— Blenda, eu não tô pedindo permissão. Você vai ficar. — Renan tentou, mas a voz dele não tinha nem metade da firmeza da minha.

Olhei pro Isaac, me aproximando dele.

Bela— Você pode ser o mafioso mais temido do Brasil e da Itália, mas comigo não adianta. Se você acha que eu vou ficar sentada enquanto vocês correm perigo, tá muito enganado.

Ele passou a mão no rosto, claramente tentando manter a calma.

Isaac— Bela, isso não é uma brincadeira. Não é lugar pra você.

Bela— E é pra você? — Rebati, firme. — Olha pra mim, Isaac. Eu tô grávida, não morta. E você sabe que eu posso me cuidar muito bem.

Ele ficou em silêncio, me olhando como se estivesse tentando encontrar um argumento que fizesse sentido. Não encontrou.

Isaac— Tá bom, mas você fica no carro. — Ele cedeu, apontando o dedo pra mim. — E, se qualquer coisa der errado, você corre. Entendeu?

Assenti, tentando segurar um sorriso vitorioso.

Bela— Fechado.

Renan olhou pra Blenda com aquele olhar de "você não vai fazer o mesmo, né?", mas ela só deu de ombros.

Blenda— Nem adianta tentar, Renan. Onde vocês forem, a gente vai.

Eu sabia que eles não tavam felizes com a ideia, mas também sabiam que não iam nos convencer do contrário. Assim, a gente saiu da mansão juntos, todos prontos pro que quer que fosse acontecer no galpão.

No carro, o silêncio só era quebrado pelo som das mãos do Isaac tamborilando no volante, claramente nervoso. Eu coloquei a mão no joelho dele, tentando acalmá-lo.

Bela— Vai ficar tudo bem, amor. A gente tá junto nessa.

Ele só assentiu, mas o olhar dele ainda tava carregado. Eu sabia que ele odiava me colocar em situações de risco, mas também sabia que, no fundo, ele confiava em mim.

E, agora, mais do que nunca, eu precisava confiar nele também.

Chegamos no galpão pouco tempo depois. O lugar tava um caos, como era de se esperar. A fachada parecia intacta, mas dava pra sentir o clima pesado no ar. Isaac estacionou o carro e, antes mesmo de desligar o motor, virou pra mim com aquele olhar sério que só ele tem.

Isaac— Bela, você fica aqui. Não sai do carro por nada.

Blenda bufou do banco de trás.

Blenda— Ah, claro, porque a gente vai mesmo obedecer.

Renan deu um suspiro, já cansado antes mesmo da briga começar.

Renan— Blenda, é sério. Fica no carro.

Blenda— Vocês acham mesmo que eu vim até aqui pra ficar sentada esperando? — Ela respondeu, cruzando os braços e encarando o Renan—faca mil favor já fiz coisas piores

Isaac— Vocês duas... — Isaac começou, mas eu interrompi antes que ele terminasse.

Bela— Isaac, para. Você sabe que eu não vou ficar aqui. E nem a Blenda. Então, ou a gente vai junto ou vocês não vão. Simples assim.

Ele respirou fundo, claramente tentando controlar a raiva.

Isaac— Isso é insano. Você tá grávida, Bela. GRÁVIDA.

Bela— E você é meu marido — Falei, firme. — E eu não vou te deixar enfrentar isso sozinho.

Ele me encarou por um longo momento, como se tentasse decidir entre insistir ou desistir. Finalmente, ele balançou a cabeça, derrotado.

Isaac— Tá bom. Mas você fica perto de mim o tempo todo. Se eu disser pra correr, você corre. Sem discussão.

Bela— Fechado. — Respondi, dando um leve sorriso.

Blenda, claro, já tava saindo do carro antes mesmo de Renan terminar de dizer algo como "não é uma boa ideia". Ela bateu a porta com força e olhou pra ele.

Blenda— Tá vindo ou não?

Renan só resmungou alguma coisa e seguiu atrás dela. Eu e Isaac fomos logo atrás, e, quando entramos no galpão, ficou claro o tamanho do estrago.

Caixas estavam espalhadas pelo chão, alguns dos nossos homens tentavam organizar tudo, enquanto outros mantinham os olhos atentos na entrada, como se estivessem esperando um novo ataque a qualquer momento.

Isaac— Quem fez isso? — Isaac perguntou, com a voz baixa e ameaçadora, enquanto caminhava até o responsável pela segurança.

O homem, claramente nervoso, começou a explicar que o ataque tinha sido rápido, coordenado, e que eles ainda não tinham identificado quem estava por trás.

Enquanto isso, Blenda e eu ficamos mais afastadas, observando. Ela tava inquieta, olhando em volta como se esperasse alguma coisa aparecer de repente.

Blenda— Isso tá muito estranho. — Ela comentou, cruzando os braços. — Quem ataca assim e simplesmente desaparece?

Beka— Alguém que sabe exatamente o que tá fazendo. — Respondi, pensando alto.

Isaac e Renan estavam do outro lado do galpão, discutindo algo com os seguranças. Eu vi o olhar de preocupação do Renan se voltando pra Blenda, mas ela fingiu não perceber.

Foi então que um dos seguranças se aproximou, trazendo um envelope. Ele entregou pro Isaac, que abriu com pressa. Dentro, tinha uma única folha, com uma mensagem escrita em letras grandes e vermelhas:

"Isso é só o começo."

Isaac amassou o papel na mesma hora, sua mandíbula travada de raiva. Ele olhou pra mim e, por um segundo, eu vi algo que ele raramente demonstrava: medo.

Eu me aproximei, tocando o braço dele.

Bela— O que tá escrito?

Ele hesitou, mas acabou respondendo.

Isaac— Nada que a gente já não esperasse.

Blenda, que tinha chegado ao nosso lado, olhou pra ele, desconfiada.

Blenda— Vai mentir na nossa cara agora?

Isaac respirou fundo, mas antes que pudesse responder, o som de pneus cantando ecoou lá fora. Todo mundo ficou em alerta.

Isaac— Fiquem atrás de mim. — Ele ordenou, sua voz firme e autoritária.

E, naquele momento, percebi que a verdadeira confusão ainda nem tinha começado.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: 4 days ago ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

O Casamento Da Redenção Onde histórias criam vida. Descubra agora