O conto de Dimirard.

Capítulo 6: Um Trasgo e uma torta de limão

Nos últimos três dias li e estudei sobre Alberta Clark, em todos os lugares para ser mais detalhista; na praça, na lavanderia, no meu quarto e na cafeteria. Segunda - feira e eu até sei o número de sapato da senhorita Clark. Kevin parece incrivelmente confiante, ele ajeita a apresentação no projeto e também organiza a gente em fila, por ordem de tamanho, do menor para o maior, não acredito que fiquei em primeiro.

- Bom dia pessoal! - exclama Kevin animado, nem parece insuportável - Nós somos o grupo cinco e vamos falar sobre a filósofa Alberta Clark. Ela nasceu em 1920 em Nilok, filha mais velha de três meninas, seus pais eram professores universitários que priorizaram a educação acima de tudo, aos vinte e dois anos em....

- Alberta Clark se formou em honras nesta mesma universidade - eu o interrompo - em seguida ela se mudou para Dimirard onde teve o privilégio de conhecer o rei junto com sua amiga de escola que vocês conhecem como Flora Monella - Kevin me olha enfurecido e ele começa a passar os slides no projeto. Dou uma cotovelada em Jessie, pois é a vez dela.

- Alberta passou vinte anos em Dimirard - diz Jessie - onde publicou seus livros repletos de seus pensamentos sobre a vida, amor e essas coisas.

Ben deu um passo à frente.

- Ela morreu quando tinha cinquenta anos, foi homenageada pelo rei em seu funeral, já que ela era bem próxima da família real.

- Suas ideias permanecem até hoje, inspirando várias pessoas a seguirem seus sonhos e buscarem um objetivo de vida - digo - Afinal ela estudou, viajou por vários países, conheceu pessoas importantes e teve uma vida inspiradora.

- Essa foi a nossa apresentação e nós agradecemos a todos por escutarem - conclui Ben.

Os alunos nos aplaudem entediados. A professora por outro lado parece satisfeita.

- Vamos as notas - anuncia ela olhando para a prancheta - Ben Hope: 8, Jessie Kronc: 9, Kevin Smith:9 e Aime Sisley: 10.

Tanto a classe quanto meu grupo se entreolharam surpresos, já os professores só dão uma nota dez por sala. Nós quatro nos sentamos para escutar o próximo grupo. Kevin se senta ao meu lado parecendo irritado.

- Sorte de principiante - diz ele claramente com desgosto.

- É tão difícil aceitar que eu estudei mais que você? - questiono escondendo a minha satisfação.

- Isso é impossível - ele agarra a mochila e sai da sala batendo a porta com força.

- O cara não sabe perder - comenta Ben - a nota é alta não sei do que ele está reclamando.

- Verdade - concorda Jessie ao seu lado.

- Eu devia ter trazido pipoca - escuto a voz de Miles e me viro rapidamente me separando com ele debruçado no encosto da minha cadeira.

- Como entrou aqui? - pergunto.

- É faculdade - responde ele - como já disse a você, entro e saio a hora que eu quiser.

- Veio aqui testemunhar a minha vitória - comento orgulhosa - Ganhei a aposta então você me deve um jantar.

- O que vocês apostaram? - pergunta Jessie.

- Apostei que ela não conseguiria tirar uma nota maior que a do Kevin - responde Miles derrotado.

Jessie se surpreende.

- A gente não apostava desde os dez anos- digo- senti falta de ganhar - Jessie me olha com um sorriso de orelha a orelha, provavelmente se lembrando da conversa que tivemos no quarto dela.