Um dia depois do incidente com a torta, eu e Jessie nos reunimos no meu quarto para planejar minha vingança. Peguei um caderno em branco, onde começamos a listar possíveis pegadinhas.
- Precisamos elevar o nível - comento - continuar não é o bastante - afirmo levando a mão ao queixo.
- Realmente - diz Jessie se apoiando em minha escrivaninha. Ela se afasta e começa a andar pelo quarto pensando - Podemos usar algo que ele tenha medo.
- Seu quero irritá-lo, não o mandar ao psiquiatra - digo me virando para ela.
- Que tal um animal que deixe qualquer um apavorado? - sugere Jessie.
- Sapos - digo rapidamente.
- Não - exclama ela.
- Tem certeza? Eu odeio sapos.
- Não vamos usar sapos. Precisamos de algo que as duas consigam segurar, e eu me recuso a encostar em um sapo.
Começamos a andar e pensar em uma pegadinha criativa. Quando Kevin fez isso comigo não foram coisas muito grandes, mas cuidadosamente planejadas e executadas nos momentos em que eu estava sem reforço.
- Tive uma ideia - ando até a escrivaninha e começo a anotar tudo de que vamos precisar.
- No que pensou? - questiona minha amiga de cabelos roxos.
- Me lembrei de que não precisamos de algo grande para assustá-lo.
Jessie se inclina para ler o que escrevi no caderno, um sorriso malicioso aparece em seu semblante lentamente.
- Como vamos fazer isso?
- Primeiro; precisamos das chaves - respondo largando o lápis.
À noite, em meio a um corredor escuro, silenciosos pés calçados com meias deslizando pelo piso de cerâmica. Nossos pés param bruscamente, damos uma última olhada pelo longo corredor abandonado.
- É este aqui- digo a Jessie.
Coloco a chave na fechadura girando-a com cuidado.
- Vamos - sussurro.
Entramos no quarto e a porta se fecha rapidamente. Jessie se aproxima de Kevin que está em sono profundo enrolado em cobertas.
- E se ele acordar? - indaga ela.
- Não vai - respondo no tom de voz normal.
Me aproximo do magricela e inconsciente corpo.
- Kevin! -chamo.
Jessie dá um passo para trás assustada, então percebe que o garoto nem se moveu.
- Não disse? Ele dorme como um urso que foi hibernar depois de levar uma surra de um lutador de box.
Ela ri.
- Me entrega o pote - peço. Jessie me dá um pote, eu o desrosqueio e dou uma última olhada nas baratas, besouros, lagartas e minhocas. Com cuidado vou espalhando os insetos em pequeno número pelo cobertor chão e escrivaninha.
- Espero que nossos amiguinhos fiquem vivos até de manhã - comento fechando o pote.
- Espero que nenhum deles entre na boca do Kevin, me sentiria muito culpada por colocá-los em um destino tão cruel.
Eu rio.
Kevin ronca com força se vira para mim.
- Agora vamos - digo rindo.
Saímos cuidadosamente do quarto e corremos pelo corredor com as meias escorregando no piso, o que nos fez rir mais alto. Caminhamos em direção a uma lanchonete vinte e quatro horas e tiramos os moletons pretos, a ideia é que ficássemos irreconhecíveis, mas o corredor estava escuro e inabitável, então as roupas combinando foram desnecessárias.
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O conto de Dimirard.
FantasyAime é a primogênita de Dimirard , apesar de ter tudo sua vida se resume a se preparar para o grande dia da sua coroação quando será formalmente conhecida. Mas antes que isso aconteça Aime decide aproveitar seus últimos meses como uma garota normal...