O conto de Dimirard.

Capítulo 8: Rotina no castelo

Os primeiros dias pareciam tão demorados e exaustivos, principalmente quando chegavam os trabalhos da faculdade. Uma hora eu estou em um campus e em outro de volta em casa para o aniversário do Jeremy. Eu posso ter me esquecido de escrever para ele, mas nunca perderia seu aniversário, não é todo dia que se faz onze anos.

- Você veio! - ele exclama ao entrar no meu quarto correndo em minha direção.

- Claro que vim - digo o abraçando com força.

Amber está no meu quarto desfazendo minhas malas, parecendo surpresa. Solto Jeremy por um instante e me aproximo dela.

- Que foi?

- Suas roupas estão dobradas - informa ela.

- É - confirmo - Achou que eu iria viajar com a mala bagunçada? Sabe que eu gosto de organização- Sento na cama e cruzo as pernas.

- Sei disso. Eu só nunca tinha visto você cuidar totalmente de si mesma- diz ela orgulhosa- Daqui há alguns anos, não vou mais ser necessária.

- Você sempre vai ser necessária - digo carinhosamente.

- Quer ver a decoração? - pergunta Jeremy de forma repentina.

- Claro.

Jeremy segura minha mão e me arrasta pelos corredores até a sala de jantar. Está uma correria, criados em todas as partes e Carl gerenciando o funcionamento da decoração. A sala encontra-se com bandeiras de aniversário e outros itens decorativos com o tema tênis.

- Ficou ótimo Carl - elogio.

- Claro que ficou, eu mesmo que organizei - ele se gaba.

Eu sorrio.

- Você escolheu tênis como tema? -pergunto a Jeremy.

- É

- Ano passado o tema era cavalinhos - comento.

- Estou grande demais para cavalinhos.

- Eu não acho - digo - Você ainda parece pequeno para mim.

- Cresci bastante nos últimos dois meses.

- Sei - digo com ironia.

- Não importa. O meu aniversário não vai ser tão grande quanto o seu - diz ele empolgado.

- Nem me lembre - resmungo como se esse evento fosse algo ruim que eu poderia simplesmente cuspir fora.

- Falando nisso - começa Carl - Sabe o quanto eu gosto de estar bem programado, então seria de grande ajuda se você me desse uma ideia de como quer a festa.

- Podemos resolver isso em maio? - pergunto desanimada caminhando pela sala.

- Não - responde ele - Vamos pelo começo, quantas pessoas estarão presentes?

- Ah... nenhuma - respondo.

- Isso não é resposta - ele diz - Seus tios e sua prima em Nilok já confirmaram presença.

- É claro que confirmaram - digo desanimada - eles adoram uma festa, e com um evento como este era de se esperar.

- As damas da corte com certeza virão - ele continua - Elas moram nas redondezas.

- Estou pulando de alegria - digo sarcasticamente.

- Vossa Alteza não consegue demonstrar nem o mínimo de interesse pela sua própria coroação?

- Você sabe que eu não gosto muito de festas - respondo um pouco mais grossa do que pretendo - Me desculpe - peço olhando para ele.

-Tudo bem querida- Carl puxa uma cadeira e se senta - Quer conversar?