Capítulo 9: Um mistério de aniversário

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Todos os amigos de Jeremy estão presentes, correndo, gritando e deixando Carl quase surdo de tanto barulho. Só há crianças, não importa para qual lado olhe, algumas mais altas que outras, porém todas tinham quase a mesma idade de Jeremy, e usam coroas de papel na cabeça. As crianças estão espalhadas pelo salão, cinco no castelo inflável, umas dez na piscina de bolinhas e, se eu estiver certa oito jogando tênis. Já eu, me encontro em uma mesa, comendo tufas de chocolate e usando uma coroazinha ridícula.

Um garoto gordinho se senta ofegante na minha frente. Ele pega um copo de água e bebe tudo de uma vez.

- Tudo bem? - eu pergunto.

- Sim - ele responde - as meninas pulam muito alto, estou cansado.

- Se não for alto não tem graça - comento animada.

- Elas disseram a mesma coisa - ele afirma indignado. Eu rio.

- Qual o seu nome? - pergunto.

- Bruno- ele responde - E você?

- Aime.

- Você é a irmã do Jeremy?

- Sim.

- Ah - ele dia decepcionado - Ele disse que era mais alto que você.

- Obviamente ele mentiu - Ele ri.

Jeremy chega afobado ao nosso encontro, com o rosto vermelho de tanto brincar.

- Vamos brincar de esconde-esconde? - ele pergunta ofegante.

- Pode ir - digo a Bruno.

Ele se levanta e fica ao lado de Jeremy.

- Vem com a gente- meu irmão chama.

- Não, eu estou confortável aqui - respondo.

- Por favor - ele força uma cara de cachorrinho abandonado.

- Melhor não, vá brincar com seus amigos.

Em poucos segundos todos começam a se juntar ao redor de Jeremy, vinte e três crianças me olhando como se eu fosse um pedaço de bolo.

- Certo- digo - eu aceito.

Elas dão um grito de alegria.

- Mais sem gritar! - exclamo.

- Ok - concorda Jeremy - conte até cem.

Concordo com a cabeça.

- Um, dois, três - começo a contar com os olhos fechados.

Ouço o som de passinhos apressados e de uma porta fechando. Afasto um pouco os dedos dos olhos e percebo que o lugar se esvaziou. Puxo a cadeira e me sento.

- Não devia ir procurá-los? - questiona Carl.

- São vinte e três crianças e cem números para contar - respondo - vou demorar para fazer isso, e também eles não estão mais ouvindo.

Pego uma trufa e a levo a boca.

- Está com expectativas muito altas para com esses meninos.

- Como assim?

Carl aponta para a piscina de bolinhas, onde um garoto gordinho está enterrado. Eu esperava mais de Bruno.

- Achei você Bruno - exclamo.

- Você não contou até cem - ele responde. Pode não ser muito inteligente, mas ele tinha um ponto.

Depois de resolver as coisas com o Bruno, que aceitou que tinha perdido, comecei a procurá-los sem nenhuma pressa, sabia que quanto mais rápido os achasse, mais rápido voltaria a barulheira.

O conto de Dimirard.Where stories live. Discover now