CAPÍTULO 22

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VOCÊ PODE ME OUVIR?

  Charlie não se importou com o que poderia acontecer com sua vida, ele só quis proteger Babe, quando ele girou aquele volante, ele jogou o carro para seu lado, recebendo o impacto, era estarrecedor aquela cena, Charlie só conseguia ver Babe, um breve e curto sorriso de canto ele deu, depois disso sua visão começou a escurecer, como se o corpo dele estivesse amortecido, ele não conseguiu ficar por muito tempo com os olhos abertos, seus olhos foram vencido pela escuridão, e a partir disso, ele não ouviu e não viu mais nada.

   O vento assombrava de um lado e do outro, como ventania incessante, incapaz de controlar o equilíbrio, e a noite chegou, North tinha conseguido algumas câmera de segurança de tráfego naquele local, e o caminhão não tinha placa, e o acidente tinha sido proposital, tinha a direção certa de colidir com o carro de Charlie. North estava trabalhando com todo seu empenho, sem descanso, com ajuda de amigos polícias.

   A enfermeira que cuidava de Babe, havia aplicado um sedativo forte, nenhum outro antes estava ajudando, Babe estava impaciente, e Charlie com a luz refletida em seu corpo, com o tubo de anestesia, era nescessário usar uma entubação durante a cirugia, Charlie necessitava de uma condução melhor para respirar,e um tubo respiratório para o pulmão foi usado, havia um corte profundo no abdômen, e um corte na lateral da cabeça e outra no supercílio, e algumas escoriações pelo corpo.

  A cirurgia durou mais de duas horas, Charlie estava perdendo muito sangue, não houve complicação. Do lado de fora, na sala de espera, Charlie não tinha ninguém para ficar ali por ele esperando notícia dele, mas ao contrário do que ele podia imaginar, estavam presente Jeff, seus pais e Alan, Sonic teve que ficar vigiando Babe, ele poderia acordar e sair daquele quarto como um louco a procura de Charlie. Enquanto aguardavam notícias de Charlie, a porta de emergência se abriu e um médico não tão velho mas aparentemente de um pouco mais de cinquenta anos apareceu, seu rosto cansado quando tirou a máscara, dava para perceber de longe seu rosto em estado de cansaço.

   — Doutor.. Como Charlie está? Houve uma pausa para que o médico respondesse, e Alan perguntou novamente — Houve algum problema?

   — A cirurgia ocorreu tudo bem, mas sabemos que essas quatorze horas é essencial. Como se o médico respirasse a cada palavra que dava — Mas ele perdeu muito sangue, ele vai precisar.

   Era como se todos ali estivesse aliviado, aquela sensação de angústia, uma pedra tinha sido removida, ainda precisava de sangue para sua recuperação.

   — Algum parente dele.

  Todos se olharam e, infelizmente, Charlie não tinha nenhum parente para dizer, sou eu. Ninguém respondeu o médico, e na verdade era só aqueles que estavam naquele corredor, e não eram parentes, apenas conhecidos.

    — Aqui os documentos de Charlie. Uma voz masculina com um tom grave, soou atrás, North disse, e ao seu lado uma enfermeira com a ficha completa de Charlie.

    Constava toda informação da data de nascimento de Charlie, até seu tipo sanguíneo, nomes de seus pais, North sabia que precisaria, ele providenciou tudo, o fichário estava completo

   — Tipo sanguíneo O negativo. Médico disse em voz alta para que todos ouvissem, e se caso estivessem alguém lá, encaminharia para tirar sangue.

    — Eu posso doar. Jeff disse sem hesitar em nenhum segundo e levantar da cadeira — Meu tipo sanguíneo é O negativo.

   Todos disponibilizaram para doar, Charlie necessitava de todo apoio possível, mesmo ele estando em quarto cheio de aparelho, o monitor com aquele som de batimento cardíaco como se a vida dele andasse e dançasse como uma ironia,  por aqueles fios que mostravam monitor.
 
    Antes que o médico pudesse sair, Alan pediu ao doutor que o deixasse examinar também Charlie, Alan queria saber se Charlie estava realmente bem. O médico deixou o prontuário com Alan, e a ficha completa de Charlie andava entre mãos, e umas das coisas que Charlie priorizava era sua identidade, por preocupação ou por achar que não precisava.

DESEJOS SOMBRIOS • CHARLIEBABE Onde histórias criam vida. Descubra agora