CAPÍTULO 14

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SURPRESA

  A vida é um paradoxo onde a certeza mais firme é a incerteza constante. Enquanto buscamos sentido e direção, descobrimos que, muitas vezes, o verdadeiro caminho se revela ao nos perdermos. A pergunta que realmente importa não é 'quem somos?', mas 'quem estamos nos tornando?', e no caos do cotidiano, encontramos a beleza de sermos eternamente inacabados, obras-primas em perpétuo estado de criação.

  Em meio ao silêncio que envolvia Babe, encontrou uma estranha e profunda companhia. O reflexo de seus pensamentos mais íntimos, o espaço onde sua alma pode se desnudar sem medo de julgamento. Ele aprendeu a apreciar a beleza do vazio e a escutar a melodia suave do silêncio. Nos braços de Charlie descobriu a força interior que não sabia possuir. Cada momento com Charlie lhe permitiu explorar suas fraquezas e transformá-los em fortalezas, a sombra constante que desafiava a olhar para dentro, a confrontar seus medos e a descobrir a essência de quem realmente é.

   Não é apenas ausência de companhia, é a presença profunda dele mesmo. Na companhia de Charlie, suas lágrimas encontraram sentido, e seus sorrisos se tornaram autênticos, eles aprenderam á valorizar a plenitude dos momentos juntos e a encontrar paz na própria companhia deles. Por mais paradoxal que pareça, amar fez Charlie e Babe aprenderem a amar a si mesmos. E, nesse encontro silencioso, descobriram que, às vezes, a única e pura forma de amor era estar na companhia que podiam desejar.

  Babe soletrou cada frase, era libertador, ele não queria esconder de ninguém. Estava disposto a lutar pelo que ele queria, dezesseis anos vivendo nas amarras e com medo de como as coisas aconteceriam, ele não era nenhum objeto de Niran. Por mais que ele queria proteger sua mãe, porque se ele contasse a verdade, Piak seria o alvo principal, e Niran machucaria, e ela ouvir aquilo do próprio filho, sabia que o amor que Babe estava sentindo por Charlie colocaria tudo a perder.

   Charlie estava trabalhando no departamento de tráfico e narcóticos da máfia junto com North e algumas pessoas envolvidas no caso, a noite ele tinha uma encontro com Babe e queria terminar mais cedo, Charlie estava nervoso, não sabia de onde surgia aquela emoção, mas algo estava para acontecer, ele tentava concentrar nos documentos de relativos sobre rota e fuga, não seria fácil ele entrar em das organizações da máfia, mas disposto para ter provas, o principal de tudo era saber a verdade sobre a morte de sua irmã.

   — Charlie! North chamou várias vezes, mas ele não ouviu — É melhor você tirar essa ideia louca da cabeça.

Charlie olhou para North quando sentiu as mãos pesadas de seu amigo em seu ombro.

   — Eu garanto a você que vou conseguir entrar. Charlie disse jogando os papéis sobre a mesa —  Não posso desistir.

   North soube naquele momento que não adiantava, Charlie quando colocava alguma coisa em sua cabeça, não tinha ninguém que pudesse o fazer mudar de ideia. A sala onde eles estavam era escura, arquivos espalhados papéis sobre a mesa, havia um mapa grande na parede com algumas localizações, Charlie precisa estudar cada trajeto e espaço de tempo, seu celular vibrou dentro do bolso da calça preta. Ele atendeu a ligação, um voz saia do outro lado da linha, parecia ser urgente, ele desligou seu telefone ainda sem acreditar, olhou para North sem entender.

   Na recepção do departamento um ambiente claro e cheio de gente, até agradável, alguns minutos depois Charlie apareceu, Charlie sabia quem aguardava por ele, os detalhes do policial que ligou foram preciso para qual pessoa se tratava, ele nunca teve medo de encarar a realidade mesmo sendo crua e amarga. Ele olhou e viu Piak sentada, ela parecia nervosa aos seus olhos, inquieta na cadeira balançava a perna.

DESEJOS SOMBRIOS • CHARLIEBABE Onde histórias criam vida. Descubra agora