18 - Culpa e pesadelos

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LISA

Acordo assustada. Acendo a luz do meu abajur enquanto tento regular as batidas do meu coração e convencer o meu cérebro de que aquilo era apenas um pesadelo. Eu já não estou mais na Tailândia, o pior já passou. Ele não vai te achar.

Era sufocante quando os pesadelos voltavam. Eles me deixavam desnorteada, como se fosse impossível de esquecer. Eu odiava não conseguir apagar aquilo totalmente da minha cabeça, era algo que eu carregaria para sempre. E depois, a morte da Miyeon e todos os ocorridos que vieram acontecendo em seguida pioraram tudo.

Olho a hora no relógio e vejo que eram quase 05:50. O sol já estava quase nascendo, e eu sabia que não conseguiria dormir novamente, então levanto e decido sair para correr e gastar minhas energias, era bom para eu esvaziar a minha mente. Vou até o banheiro, faço minha higiene matinal rotineira, calço meus tênis e pego meus fones de ouvido, saindo pela porta em seguida.

Coloco uma playlist com os grandes hits da Rihanna para tocar e saio correndo pela avenida que se estendia por mais ou menos uns cinco quilômetros.

O ar fresco da manhã batia em meu rosto, me causando um sentimento bom de paz e tranquilidade. Estava organizando meus pensamentos e pensando no que teria de importante para hoje, enquanto jogava qualquer pensamento indesejado para o lado.

Era sexta, e à noite teríamos a estreia da equipe de basquete da Universidade. Havia muitos boatos rondando essa equipe, então queria descobrir se eles eram bons em quadra, como eram para sair em burburinhos.

Hoje também teríamos um treinamento na equipe de líderes de torcida, pois amanhã teria jogo de hóquei novamente. Além de tudo isso, ainda tenho minhas aulas, o que me manteria muito ocupada durante o dia.

Na verdade, eu estaria ocupada o dia todo, da forma que eu gostava e estava precisando.  Só esperava não ter nenhuma surpresa desagradável ao decorrer do dia, o que já estava virando uma rotina, ultimamente.

Corro por cerca de uma hora e chego no apartamento necessitada de um pouco de água. Jimin já estava de pé, tomando seu café e assistindo um vídeo que não consigo enxergar de onde estou, mas aposto que é do time de hóquei que eles vão enfrentar amanhã.

— Bom dia, Jimin. — Dou um beijo em sua bochecha e ele sorri, notando a minha presença.

— Bom dia, Lisa. — Ele diz ainda com a boca meio cheia, mastigando alguns morangos. — Deixei um pouco de café e algumas frutas picadas para você, caso queira.

Sorrio para Jimin, assentindo. Adorava morar com ele, apesar dos últimos acontecimentos e besteiras que andamos fazendo. Ainda estava incrédula com o fato de que alguém sabia que fomos ao apartamento da Miyeon, e nos ameaçou por isso.

Pensar nisso embrulha o meu estômago, mas me faz lembrar do pior dia em toda a minha estadia em Seul: o dia em que Miyeon morreu. Tenho certeza de que naquela noite alguém estava no apartamento ao lado mexendo nas coisas dela. Nunca consegui tirar isso da minha cabeça, apesar de temer que minha teoria sobre isso esteja certa.

Eu precisava criar coragem e contar a verdade para o Jimin e a Minnie, pois se eu tiver razão, eles podem estar em perigo.

— Pare de pensar nisso, Lisa. — A voz do Jimin me tira do meu tormento, à medida que sinto sua mão em meu braço. Ele sabia que eu estava remoendo sobre o apartamento ao lado, afinal, não era a primeira vez que eu pensava nisso até ficar paranoica.

— Desculpa Jimin, mas é involuntário. — Respondo, me sentindo péssima por não contar toda a verdade para ele. Tinha medo de que ele me odiasse e não me visse mais da mesma forma.

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⏰ Última atualização: 4 days ago ⏰

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