Culpa Inocente - Bangpink

20- Culpa e desconfiança

JUNGKOOK

Queria socar a cara do Mingyu.

Na verdade, teria feito isso, se Taehyung não tivesse me impedido.

Eu não conseguia entender o que se passa na cabeça dele e por qual razão ele me odeia tanto. Até um tempo atrás íamos juntos às festas universitárias e tínhamos uma relação amigável, e de repente ele decide me desrespeitar no vestiário, falar de Miyeon para me irritar, dar festas quando não pode e me xingar quando falo com ele no meio do jogo. Tudo isso porque eu sugeri que ele fizesse outro passe, pois o que ele estava tentando, estava dando errado. Se eu, como capitão, não pudesse aconselhá-lo a melhorar, o que ele esperava que eu fizesse?

Estava caminhando sozinho pelo corredor agora, pois Taehyung estava com Rosé e Jennie no apartamento da Rosé, provavelmente arrumando a parte deles do plano ultra secreto de Jisoo. Inclusive, estava indo me encontrar com ela. Andar por aqueles corredores estava sendo bom para controlar minha raiva, pois se eu visse o Mingyu por aí, tinha medo de que tentasse socar a cara dele de novo.

Eu preciso melhorar. Não posso deixar ele entrar tanto na minha cabeça. Caso contrário, posso perder o lugar de capitão.

Encaminho meus pensamentos para meus amigos, o que, de certa forma, não era muito mais motivador do que o pensamento anterior. Tinha coisa demais acontecendo. Tudo o que o Taehyung revelou, em conjunção com as mensagens que ele e as meninas estavam recebendo, me enlouqueceram lentamente esses dias. Eles estavam sendo ameaçados e eu nem sabia, me senti péssimo por não perceber que nada estava acontecendo. O que aliviou meu peso foi saber que Jennie também não sabia. Achei que fosse um péssimo amigo por não notar, mas, na verdade, eles esconderam muito bem de nós dois.

Continuo meu percurso, que era longo, pois Jisoo estava no bloco administrativo. Segundo ela, iria averiguar algumas coisas na sala da mãe dela. Tentei convencê-la de que aquilo era péssimo e perigoso, mas ela estava determinada. Passei um bom tempo preocupado com ela, ainda que estivesse no meio da partida, mas felizmente minutos atrás ela disse ter saído da reitoria em segurança.

Pelo menos uma notícia boa.

Chego na parte externa da reitoria, onde Jisoo pediu para que eu esperasse por ela e vejo que ela ainda não havia chegado. Estava um dia relativamente quente, porém uma brisa fresca ajudava o calor a ser mantido sob controle. O silêncio naquela parte do campus estava assustador, em comparação ao barulho que a quadra emanava. Odiava essas comparações, mas parecia digno de um filme de terror.

Antes que eu começasse a pensar demais, Jisoo aparece, com seu capuz e seu moletom preto. Ela parecia uma verdadeira delinquente.

— Acho que tem algo de errado. — São as palavras de Jisoo. Agora que estávamos perto o suficiente, eu consigo enxergar os olhos da minha prima direito, e noto um pânico neles. 

— O que aconteceu? — Pergunto preocupado. Jisoo parecia procurar as palavras certas para me dizer o que estava acontecendo. Penso que talvez ela possa ter sido pega vasculhando a sala da mãe dela, mas acho que nem aqui ela estaria se isso tivesse acontecido.

— Yoongi mandou eu esperar por ele aqui, pois ele iria encontrar a gente, mas seu tom de voz parecia falho. Ele estava com medo. — Jisoo diz, claramente preocupada, enquanto eu não conseguia nem esboçar uma reação. O que diabos Yoongi tem a ver com nosso plano? Por que ela está preocupada com ele?

— Espera aí, Jisoo, como assim “Yoongi encontrar a gente?” — É a única pergunta que consigo formular. Estava com medo do que ela estava aprontando.

— Lembra quando eu disse que você e os outros teriam que confiar em mim? Yoongi faz parte disso. — Franzo o cenho, completamente confuso.

— Por favor, não me diga que você anda se aliando ao Yoongi. Jisoo, aquela foto já te causou problemas o suficiente. — Digo, quase em um sussurro. Yoongi era uma bandeira vermelha ambulante e estar com ele significava estar na mira da polícia.