I'll Be Your Man

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Zayn não acordou naquela manhã com os raios de sol em seu rosto nem uma musica alta de divas pop, como sempre acontecia, mas com o som irritante - e curioso - de um despertador apitando em um ruído cadenciado. Resmungou fundando o rosto no travesseiro macio, o mais macio que já deitou e que parecia abraçar sua cabeça e aconchega-la perfeitamente, e tateou pela cama colocando outro sobre a cabeça tentando abafar o som. Deviam instaurar uma nova lei em Londres que tornasse crime hediondo tirar um preguiçoso sedentário de uma cama perfeita com travesseiro perfeito e edredom em igual perfeição.

Pensou que talvez - só talvez - ele não estivesse em seu quarto. Mas sinceramente não se importava. Não havia nenhuma dor que indicasse que algum rim ou orgão vital fora tirado de seu corpo, nem mesmo estava com qualquer membro amarrado. Pra que se importar?

Nada estava muito claro em sua mente, mas algo lhe dizia que ele não havia feito uso de nenhum remédio para dormir, afinal não havia qualquer sinal da ressaca mental e fadiga física que sempre lhe acompanhava ao abrir os olhos após uso de calmantes. Era mais um bom indicio de que estava tudo bem e que aquele despertador podia se calar sozinho e parar de atrapalhar o sono dos justos. Era uma sensação esplendida a de quem deitou na cama e apagou como se tivesse entrado em coma profundo e milagrosamente despertou no dia seguinte. Havia se tornado desconhecida para ele por tanto, mas tanto tempo, ao ponto de ele esquecer-se do quão gostoso podia ser.

Se pudesse ele nem se daria ao trabalho de abrir os olhos e averiguar se a impressão de que não estava em seu

tinha fundamento. Queria aproveitar aquele momento até o ultimo segundo, porém o despertador maldito se recusava a colaborar e Zayn cedeu, abriu os olhos, virou de barriga para cima e suas suspeitas se confirmaram.

Aquele definitivamente não era o seu quarto. Era maior, arrumado, limpo, bem decorado e com belas e pesadas cortinas que bloqueavam a luz do sol, deixando-o em uma penumbra sedutora. Bastou um milésimo de segundos para que o cérebro fizesse o moreno recordar-se da noite anterior, a visita ao palácio, passeio no parque, picnic e no fim da noite um encontro que deveria terminar com um inocente beijo de despedida no corredor, esticou-se para uma longa noite de sexo na cama, no banheiro e depois na cama de novo.

Não estava nos planos de nenhum dos dois. Graças ao álcool zero do encontro, Zayn lembrava-se perfeitamente de ambos terem dito isso entre os beijos ardentes que trocavam; afinal não é apropriado transar no primeiro encontro, todos sabem disso. Sorriu olhando para o teto quando lembrou do que Niall havia dito para que aliviassem a consciência de desrespeitar aquela norma social

- Eu não conto se você não contar.

O loiro havia dito entre suspiros, pois recebia beijos, chupões e lambidas do vizinho em seu pescoço. Ora, há muito tempo que Malik vinha admirando aquela parte do corpo de Niall; poderia ficar excitado só de se imaginar usando a boca para contar aquelas pintas amarronzadas que se destacavam naquela pele branca e - ele acabou naquela noite descobrindo - fina.

Os dois chegaram a um ponto que não podiam mais se afastar, não havia sentido não ceder a um desejo tão mutuo. Em um dado momento, quando já estavam no quarto do Niall com algumas partes de seus vestuários jogadas ao chão, surgiu a duvida que não quer calar. O artista perguntou descaradamente recebendo uma resposta igualmente descarada:

- Eu não ligo pra essa coisa de ativo ou passivo, desde que tenha prazer envolvido.

Zayn, que há muito tempo não se via intimo de ninguém e ainda achou que levaria tempo indeterminado para se entregar diante de todos os traumas que adquiriu com Liam, não mais que de repente fazia a cama de seu querido vizinho ranger ao passo que revezavam em toda sorte de posições que puderam lembrar, repetiu tudo durante um delicioso banho a dois e, ao invés de dormirem como haviam planejado, ainda brincaram mais um pouco até serem vencidos pela exaustão e esgotarem o estoque de camisinhas que Niall tinha - e nem era tão grande assim.

Guy Next DoorOnde histórias criam vida. Descubra agora