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Você se olhava no espelho, terminando de ajeitar os cabelos e aplicando o último toque: um gloss de cereja que brilhava na medida certa. Ele tinha aquele cheiro doce que você amava e deixava seus lábios irresistíveis. Gabriel, por sua vez, estava deitado na cama, mexendo no celular celular enquanto esperava você se arrumar, mas ele logo largou o celular e começou a te observar.
Ele não dizia nada, apenas observava, com um sorriso quase disfarçado nos lábios. Quando você finalmente percebeu o olhar, virou-se para ele.
— O que foi? — você perguntou, ajustando o vestido.
— Nada. Só tô admirando mesmo. — ele deu de ombros, como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Você tentou conter o sorriso, mas não conseguiu. Ele sabia exatamente como derreter você com aquela simplicidade.
Gabriel levantou-se devagar, caminhando até você com a leveza de quem sabia exatamente o efeito que causava. Ele parou atrás de você, o queixo pousando no seu ombro enquanto os braços escorregavam ao redor da sua cintura.
— Antes de irmos, posso te pedir uma coisa? — ele perguntou, baixinho, próximo demais da sua orelha.
— Gabriel... — você começou, mas já sabia o que ele queria.
Ele virou você de frente com um movimento suave, o sorriso cheio de charme, e inclinou-se um pouco mais.
— Me dá só um beijo.
— Só um beijo nunca é "só um beijo" com você — você respondeu, tentando soar firme, mas sua voz saiu mais baixa do que queria.
— E qual o problema nisso?
Você colocou as mãos no peito dele, tentando manter alguma distância, mas a força na sua decisão estava longe de ser convincente.
— Eu acabei de passar um gloss. Vai borrar, e você sabe que a gente está atrasado.
Ele inclinou a cabeça, fingindo ponderar.
— Se borrar, eu espero você passar de novo.
— Claro que espera. — você revirou os olhos, mas o sorriso nos lábios denunciava que estava se rendendo.
Quando ele finalmente conseguiu roubar o beijo — suave no começo, mas inevitavelmente se prolongando —, você afastou-se com uma leve risada.
— Eu disse! Nunca é só um beijo. — você disse, se virando para o espelho, tentando arrumar os gloss que ficou borrado. — Olha só, ficou todo borrado!
— Não dá para se contentar com pouco, não com você. — ele sorriu, orgulhoso limpando os cantos dos lábios enquanto pegava as chaves do carro.
Você bufou, mas o sorriso que escapava denunciava o quanto você gostava dessas provocações.
