coração que mente

Capítulo 94

Anahí estava sentada em sua escrivaninha, com o quarto iluminado apenas pela luz suave do abajur. Na sua frente, um pedaço de papel branco aguardava suas palavras, enquanto a caneta repousava entre seus dedos trêmulos. Ela respirou fundo, tentando organizar seus pensamentos. Finalmente, decidiu deixar seu coração falar.

"Querido Christopher,

Hoje senti uma necessidade enorme de escrever para você. Não sei se algum dia terei coragem de te entregar esta carta, mas, mesmo assim, preciso colocar meus sentimentos em palavras.

Quero que você saiba que tudo o que sinto por você é verdadeiro. Não é algo que nasceu do nada, mas algo que cresceu com o tempo, em cada olhar, em cada conversa, em cada momento ao seu lado.

Eu realmente me importo com você, mais do que consigo expressar. Esses sentimentos que guardo dentro de mim são tão intensos que às vezes me assustam, mas são reais. Você significa muito para mim, mais do que posso dizer. Espero que um dia entenda o quanto você é especial."

Anahí leu a carta uma última vez antes de dobrá-la cuidadosamente e colocá-la em uma gaveta. Seu coração ainda estava inquieto, mas, pelo menos, ela havia dado um passo para aliviar o peso que carregava.

Querido Diego Christopher

Era madrugada, mas Anahí não conseguia dormir. As palavras que ela precisava dizer a Diego estavam presas em sua mente, como um eco que não a deixava em paz. Pegando um novo papel, ela começou a escrever, desta vez com uma mistura de coragem e tristeza.

"Querido Diego Christopher,

Há tanto tempo guardo esses sentimentos, mas nunca encontrei o momento certo para confessá-los. Hoje, decidi que não posso mais adiar.

Quero que você saiba que sempre te achei bonito, mas isso é apenas a superfície. O que realmente me conquistou foi a pessoa incrível que você é. Sua maneira de falar, de sorrir, de enxergar o mundo... Tudo em você me fez me apaixonar, e não tenho vergonha de admitir isso.

Eu estava pronta para te contar tudo hoje, mas então aconteceu o acidente com seu irmão. Tudo mudou em um instante, e senti que o momento havia escapado das minhas mãos.

Mesmo assim, preciso que você saiba. Espero que, um dia, você entenda o quanto eu te admiro e amo. Não espero nada em troca, apenas queria compartilhar isso com você."

Anahí pousou a caneta, sentindo as lágrimas escorrerem pelo rosto. A dor pelo que aconteceu com o irmão de Diego era tão forte quanto a frustração de não ter falado antes. Ela dobrava a carta lentamente, colocando-a junto da outra, como se guardasse parte de sua alma ali.

O som do vento lá fora parecia acompanhar a inquietação de seu coração. Embora não soubesse o que o futuro reservava, Anahí sentia que, de alguma forma, suas palavras ainda fariam diferença. Mesmo que fossem apenas para libertar os sentimentos que tanto a consumiam.