Capítulo 129

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A luz da tarde entrava suavemente pela janela do quarto de Dulce Maria. Ela estava sentada na beira da cama, segurando um porta-retratos antigo com uma foto dela e de Christopher. O sorriso que ambos compartilhavam na imagem parecia tão distante da realidade.

Dulce: (pensativa, falando consigo mesma) "Como tudo chegou a esse ponto? Será que fui eu quem empurrou ele para longe? Será que minha obsessão em ter o controle estragou tudo?"

Ela fechou os olhos, deixando que as lembranças inundassem sua mente. Cada momento feliz, cada discussão, cada lágrima derramada. Dulce sempre teve tudo o que quis na vida, mas perceber que seu amor não era mais correspondido a fazia se sentir vazia.

Levantando-se, ela foi até a janela e olhou para o jardim lá fora, onde tantas vezes brincou na infância. Era um lugar que costumava trazer paz, mas agora só parecia aumentar a inquietação dentro dela.

Dulce: (pensando alto) "Eu pensei que amar era suficiente. Mas talvez amar também signifique saber quando deixar ir."

As palavras ecoaram no quarto vazio, e Dulce sentiu as lágrimas rolarem. Ela pegou seu telefone e, sem pensar muito, começou a digitar uma mensagem para Anahí.

Mensagem de Dulce para Anahí:
"Anahí, eu sei que nossas diferenças foram muitas, e talvez eu tenha errado mais do que posso admitir. Mas quero te encontrar. Precisamos conversar. Me avise se puder."

Enquanto esperava uma resposta, Dulce voltou para a cama. Pela primeira vez em muito tempo, ela se permitiu refletir sobre si mesma. Sobre como sempre quis estar no centro de tudo, sobre como a ideia de perder Christopher parecia insuportável, não porque ela o amava, mas porque ela não sabia lidar com rejeição.

Horas se passaram, e o telefone vibrou. Era Anahí.

Mensagem de Anahí:
"Tudo bem, Dulce. Podemos conversar amanhã. Me diga o horário."

Dulce soltou um suspiro pesado. Sabia que essa conversa seria difícil, mas também sabia que era necessária.

Dulce: (sussurrando para si mesma) "Talvez seja hora de mudar. Por mim mesma, não por ninguém mais."

E naquele instante, algo dentro de Dulce começou a se transformar. Talvez fosse o começo de uma nova versão dela mesma. Uma versão mais forte, mais verdadeira, e menos presa ao que os outros pensavam ou esperavam.

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