Capítulo 136

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A casa de Dulce Maria estava em silêncio, exceto pelo som suave de um piano tocando ao fundo. Ela estava sentada à mesa da cozinha, com os olhos fixos em uma xícara de chá quente, as mãos tremendo levemente enquanto pensava no que estava prestes a fazer. A sensação de arrependimento parecia pesar sobre seus ombros, mas era uma carga que ela sabia que precisava aliviar. O momento de pedir perdão havia chegado.

Dulce Maria (pensando): "O que eu fiz foi errado. Eu magoei a Anahí mais do que eu poderia imaginar. E não importa o quanto eu tente justificar, a dor que causei ainda está lá."

Ela respirou fundo, tentando se acalmar antes de tomar uma decisão. Olhou para a porta da sala, onde sabia que Anahí estaria em breve. A última vez que falaram havia sido tensa e amarga, e desde então, a distância entre elas só aumentava. Dulce Maria sentia a necessidade de corrigir seus erros, de fazer as pazes com a amiga, ou melhor, com a irmã de coração.

Anahí havia sido uma das poucas pessoas que sempre esteve ao seu lado, mas devido a seu orgulho e inseguranças, Dulce Maria acabara afastando a pessoa que mais amava e respeitava.

Dulce Maria (para si mesma): "Eu fui egoísta, eu só pensei em mim mesma. E agora preciso lidar com isso. Eu sei que não vai ser fácil, mas tenho que tentar."

Ela se levantou da mesa e caminhou até a sala. Quando entrou, encontrou Anahí sentada no sofá, com os olhos perdidos em um livro, mas, ao perceber a chegada de Dulce Maria, ela imediatamente fechou o livro e olhou para ela, esperando por algo.

Dulce Maria (tentando se manter calma): "Anahí, podemos conversar?"

Anahí, com uma expressão séria, acenou com a cabeça, sem dizer uma palavra. Ela sabia que, por mais que quisesse responder de forma ríspida, Dulce Maria era importante para ela, e, por isso, ouvi-la era algo necessário.

Dulce Maria se sentou na cadeira à frente do sofá, as mãos ainda suadas, mas os olhos fixos nos de Anahí. Ela sabia que o perdão não seria algo simples, mas estava disposta a lutar por isso.

Dulce Maria (com a voz trêmula): "Eu sei que magoei você, Anahí. E, olhando para trás, vejo o quanto fui cruel. Eu te tratei de uma forma que você não merecia, e, com isso, acabei te afastando. Fui egoísta, insensível... Eu te machuquei."

Anahí, que até então estava em silêncio, sentiu uma leve dor no peito ao ouvir as palavras de Dulce Maria. Mas, por mais que a dor estivesse ali, havia algo mais profundo que a impedia de falar algo ríspido, de manter a raiva. Era como se ela soubesse que, por trás daquele orgulho, Dulce Maria estava realmente arrependida.

Anahí (calmamente): "Você tem razão. Mas, o que mais dói, Dulce, é que a amizade que tínhamos parecia ser tão verdadeira... E, de repente, tudo virou um pesadelo."

Dulce Maria abaixou a cabeça, sentindo a verdade nas palavras de Anahí. O peso da culpa continuava a apertar seu coração, mas ela precisava dizer o que estava engasgado dentro de si há tanto tempo.

Dulce Maria (com sinceridade nos olhos): "Eu sei que posso nunca voltar a ser a amiga que fui, mas eu quero que você saiba, do fundo do meu coração, que eu estou profundamente arrependida. Eu errei. E, mais do que tudo, eu sinto muito por ter te machucado. Eu nunca quis que isso acontecesse."

Anahí permaneceu em silêncio por alguns segundos, seus olhos refletindo uma mistura de dor e entendimento. Ela sabia que Dulce Maria havia cometido um erro, mas também sabia que nem todo o amor do mundo poderia corrigir as coisas imediatamente. No entanto, o pedido de perdão era o primeiro passo necessário.

Anahí (respirando fundo): "Dulce, o que aconteceu entre a gente não vai ser esquecido tão facilmente. Eu não sou capaz de simplesmente virar a página, mas... eu também não quero continuar vivendo com raiva. Eu entendo que você errou, e eu também errei com você. Não sou perfeita, nem você é. Eu te perdoo, mas isso leva tempo. Eu ainda preciso de tempo."

Dulce Maria sentiu um grande alívio ao ouvir essas palavras. Ela sabia que o perdão não viria de imediato, mas a compreensão de Anahí era tudo o que ela precisava naquele momento. Era o começo de um novo capítulo para ambas.

Dulce Maria (com uma lágrima escorrendo pelo rosto): "Obrigada, Anahí. Eu vou esperar o tempo que for necessário, porque você vale a pena. E eu vou fazer o possível para que você sinta que eu estou realmente mudando."

Anahí a olhou com um sorriso suave, um sorriso que, embora tímido, carregava uma esperança renovada. Era o primeiro passo para a cura, tanto para Dulce Maria quanto para ela.

Anahí (sorrindo de volta): "Eu sei. E, quem sabe, no futuro, a gente consiga recomeçar. Mas, por enquanto, vamos caminhar um dia de cada vez."

As duas ficaram em silêncio por alguns minutos, a tensão do passado começando a se dissipar, enquanto o futuro se abria diante delas, cheio de possibilidades.

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