Capítulo 121

0 0 0
                                    

O sol estava se pondo no horizonte, e o céu exibia tons de laranja e rosa que iluminavam o quarto de Anahí. Ela andava de um lado para o outro, claramente inquieta. Sentada na cama, Raquel observava a amiga com uma expressão de curiosidade e paciência. Ela sabia que, mais cedo ou mais tarde, Anahí acabaria desabafando.

Anahí: Amiga, eu quero falar com você.

Raquel: Pode falar, o que aconteceu pra você estar com essa cara?

Anahí (parando abruptamente): Eu odeio o Poncho! Eu quero dar um tempo...

Raquel (franzindo o cenho): Um tempo? Por quê? Eu nem sabia que você estava namorando com ele.

Anahí (irritada): Eu não estou namorando aquele chato!

Raquel (sorrindo de leve): Então por que você tá tão brava com ele?

Anahí (cruzando os braços): Porque ele me provoca o tempo todo! E hoje ele passou dos limites, me fez passar vergonha na frente de todo mundo.

Raquel: O que ele fez?

Anahí: Ele disse que eu era mandona e que ninguém queria ficar perto de mim por causa disso. E falou isso na frente do grupo inteiro!

Raquel (tentando conter o riso): Tá, mas você sabe que o Poncho adora te provocar. Ele sempre faz isso porque gosta de ver você irritada.

Anahí (séria): Isso não é engraçado, Raquel. Ele não tem o direito de falar essas coisas.

Raquel (tentando acalmá-la): Olha, talvez você devesse falar com ele e dizer como você se sente. Quem sabe ele perceba que exagerou?

Anahí: Eu não vou falar com ele. Se ele quiser se desculpar, que venha até mim!

Raquel (balançando a cabeça): Tá bom, mas só não fique alimentando essa raiva. Vai acabar te consumindo.

Anahí (bufando): Eu só quero que ele me deixe em paz.

Raquel (rindo): Veremos quanto tempo isso dura. Você e o Poncho vivem nesse vai e vem.

Anahí (irritada): Não tem vai e vem nenhum!

Raquel (sorrindo divertida): Claro, Anahí. Claro.

Anahí estava visivelmente incomodada com o que havia acontecido mais cedo. Ela não conseguia acreditar que Poncho, com sua atitude provocadora, a tinha feito perder o controle na frente de todos. No fundo, a raiva que ela sentia parecia misturar-se com outra emoção que ela preferia não admitir.

Raquel, por outro lado, já conhecia bem o temperamento da amiga. Era sempre assim: Anahí e Poncho viviam trocando farpas, mas havia algo na forma como falavam um do outro que deixava claro que essa implicância talvez escondesse algo mais profundo.

Enquanto Anahí falava com indignação, Raquel sorria internamente, percebendo o quanto a amiga parecia dar importância ao que Poncho fazia ou dizia. Para Raquel, isso era um sinal claro de que, apesar das palavras duras, havia sentimentos não resolvidos.

Ao final da conversa, Anahí bufou novamente e sentou-se na cama ao lado da amiga, abraçando uma almofada. Raquel deu um tapinha em seu ombro, mostrando que estava ali para apoiá-la, mas o sorriso em seus lábios entregava que ela já tinha suas próprias teorias sobre o que estava acontecendo.

O pôr do sol continuava pintando o quarto com sua luz suave, enquanto Anahí tentava processar seus sentimentos e Raquel, discretamente, planejava como poderia ajudar a amiga a lidar com sua confusão emocional. Afinal, amigos sempre estão prontos para ajudar, mesmo que isso signifique confrontar verdades que nem sempre queremos aceitar.

coração que menteOnde histórias criam vida. Descubra agora