Capítulo 105

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Era uma manhã fria de 10 de outubro, e o relógio marcava 9 dias desde o acidente de Christopher. Ele havia caído do nono andar do prédio onde morava sozinho, um erro que mudaria a vida de todos ao seu redor. A dor da ausência dele era algo palpável, algo que se sentia em cada canto da casa, onde sua risada costumava ecoar, onde seus passos apressados preenchiam o silêncio.

Dulce Maria estava sentada na sala, olhando para o celular, esperando por notícias. Ela não sabia mais o que fazer, as horas se arrastavam e, com elas, a angústia só aumentava. Não conseguia entender como algo tão terrível poderia acontecer com alguém tão cheio de vida, tão cheio de energia. O medo de perder Christopher a consumia, e ela não sabia se conseguiria suportar mais um dia naquelas condições.

Dulce Maria (pensando): "Como ele está? Será que já melhorou? Será que ele sabe o quanto eu me preocupo com ele? O quanto ele significa para mim?"

Naquela manhã, ela acordara mais cedo do que o habitual. A ansiedade a tinha tirado da cama antes do alarme. Ela sabia que ele estava internado em estado grave, mas, apesar dos médicos dizerem que ele estava estabilizado, a preocupação ainda rondava seus pensamentos. Ela se lembrava claramente do momento em que soubera do acidente, o choque e o medo que tomaram conta dela.

Dulce Maria (pensando): "Eu preciso vê-lo. Preciso estar lá com ele, ao lado dele. Eu não posso ficar aqui esperando."

Com o celular na mão, ela ligou novamente para o hospital, tentando obter mais informações, tentando sentir alguma leve esperança em meio ao caos.

Dulce Maria: "Oi, é a Dulce Maria. Eu... Eu gostaria de saber como ele está. O Christopher, o paciente que sofreu um acidente... ele ainda está em coma?"

A voz do outro lado da linha, calma e profissional, a respondeu, mas as palavras não a tranquilizaram. Ela soubera que ele ainda estava em um estado crítico, sem muita melhora significativa. Mas, pelo menos, ele estava vivo. E isso, naquele momento, era tudo o que ela precisava saber.

Desligando o telefone, ela se levantou e foi até o quarto, onde a presença de Christopher ainda parecia pairar no ar. As paredes, que costumavam ser preenchidas com suas piadas e risos, estavam agora vazias e silenciosas. Dulce Maria se sentou na cama dele, segurando uma das camisetas dele contra o peito, tentando sentir um pouco da energia dele, daquele espírito que agora parecia tão distante.

Dulce Maria (sussurrando): "Eu não sei o que fazer, Christopher. Eu não sei o que fazer sem você aqui. Eu não posso perder você."

Naquele momento, Rachel, a irmã de Dulce, entrou no quarto, percebendo o estado de tristeza da irmã. Ela caminhou até ela, sentando-se ao lado de Dulce, oferecendo um abraço silencioso.

Rachel: "Dulce, ele vai melhorar. Os médicos disseram que ele está estável. Ele é forte, você sabe disso. Ele vai superar isso."

Dulce Maria: (com a voz embargada) "Eu só... Eu só não sei mais como lidar com isso. Ele estava sempre lá, sempre cuidando de todos, sempre fazendo todo mundo sorrir. Agora, eu não sei o que fazer sem ele."

Rachel: (acariciando o cabelo da irmã) "Eu sei. Mas você não está sozinha. Todos estamos com você. E você vai ver, ele vai sair dessa."

As palavras de Rachel eram reconfortantes, mas, no fundo, Dulce sabia que o processo de cura seria longo, tanto para Christopher quanto para ela. Ela precisava de forças que não sabia se ainda possuía, precisava acreditar que ele voltaria a ser o irmão alegre e extrovertido de sempre.

A dor da perda iminente ainda pairava no ar, mas Dulce Maria sabia que não podia se entregar ao desespero. Ela precisava ser forte, não só por ela, mas por ele. Se fosse necessário, ela lutaria ao lado dele até o fim, até que ele estivesse bem novamente.

E assim, os dias continuaram a passar lentamente. 10 de outubro, 9 dias desde o acidente, e ainda não havia sinais de que a situação de Christopher mudaria. Mas, em seu coração, Dulce Maria guardava uma esperança inabalável. Ela sabia que, enquanto houvesse vida, havia possibilidade de cura.

E, enquanto o dia avançava, ela se preparava para mais uma visita ao hospital. Porque, para ela, a luta estava apenas começando. Ela não poderia deixar que ele fosse embora. Ela não deixaria que ele se fosse.

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