Draco, o mais leal

119 22 0
                                    

(1991, setembro, 01)

(Locomotiva de Hogwarts)

Às onze horas em ponto o trem começou a partir. Assim como os sátiros haviam dito, ninguém entrou na cabine de Harry e ele pode passar boa parte da viagem tranquilo. Sua tranquilidade durou até uma garota invadir a sua cabine. Honestamente, as pessoas não tinham a educação de bater na porta hoje em dia?

— Olá! Você viu um sapo por aqui?— ela perguntou e Harry imediatamente reconheceu a sua voz.— Neville o perdeu novamente.

— Prometo que não vi sapo nenhum.— Harry brincou olhando para onde a aura brilhante da garota estava. Hermione não conseguiu esconder seu suspiro de susto ao ver os olhos verdes leitosos que Harry havia obrigado a Morte descrevê-los milhares de vezes. Ele era um pouco vaidoso.

— Ah, me desculpe! Eu não sabia.

— Está tudo bem.— eles ficaram em um silêncio tenso.— Você pode ir agora.

— Mas eu...
— O que está acontecendo aqui?— uma voz fria e desdenhosa perguntou.— Você de novo, sua sangue-ruim?

Bom, com toda certeza esse era Malfoy. Carismático como sempre.

— Eu estava oferencendo minha ajuda para esse pobre coitado cego.— Hermione explicou não deixando se ofender pelo xingamento cruel.

Será que Harry poderia escapar impune se esganasse essa garota?

— Você é mesmo estúpida, sangue ruim. Esse é o vagão destinado aos deficientes. É claro que vai ter algum deficiente aqui.

Pelo menos agora Harry sabia porque que não havia ninguém lhe incomodando.

— E do que adianta ser um vagão destinado aos deficientes se não tem ninguém para dar apoio?

— Vocês estão me irritando!— Harry disse já cansado daquela discursão.— Deem o fora daqui!

Hermione saiu murmurando furiosamente sobre os direitos dos deficientes, mas Malfoy continuou parado na porta matando o olfato de Harry com seu excesso de colônia.

— Você também!

— Acho que não.

Harry apenas observou an aura cinzenta se sentar no banco da frente como se fosse dona do local.

— Eu posso ajudá-lo com alguma coisa?— Harry perguntou já sentindo sua pouca paciência começando a se esvair. As férias já estavam perto de chegar?

— Não, mas eu posso ajudá-lo.

— É mesmo?

— Sim, claro! Eu sou Draco Malfoy.

O Potter tinha certeza de que o garoto estava estendendo a mão para um cumprimento. A movimentação a sua frente e a aproximação da aura eram sinais o suficiente. Mas ele decidiu dar uma de cego e não pegar. Ele realmente era cego então estava dentro de seus direitos.

— Eu sou Harry Potter.— ele estendeu a mão na direção que tinha certeza de ser a oposta da mão do loiro.

— Ah, aqui, deixa eu te ajudar.— Malfoy disse um tom de pena enquanto pegava sua mão.

Imediatamente uma carga elétrica correu pelo braço de Harry e atravessou seu corpo. De um momento para o outro, o garoto estava enxergando e parado no meio de um campo de batalha.

Harry estava no meio da sala do véu no Departamento de Mistérios. Diferente de sua outra vida, dessa vez a sala havia sofrido um grande impacto da batalha. As arquibancadas de pedra estavam destruídas e corpos se espalhavam pelo chão formando um rio de sangue que seguia em direção do véu.

Revivendo o passadoOnde histórias criam vida. Descubra agora