Após uma longa jornada de quase 12 horas, finalmente desembarcamos na Itália, mais precisamente na pitoresca comuna de Portofino, um pequeno paraíso à beira-mar na região da Ligúria. O cansaço da viagem se dissipou assim que pusemos os pés naquele lugar encantador, onde o azul cristalino do mar se mistura com as casas coloridas e as paisagens deslumbrantes.
Este mês de férias sob o calor do sol italiano, cercado pela serenidade do céu limpo e pelas ruas estreitas e charmosas de Portofino, era exatamente o que eu precisava. Um respiro. Uma pausa para recarregar as energias antes de mergulhar em uma nova e empolgante etapa da minha vida: o começo da faculdade.
Minhas amigas Diana e Bekie estavam empolgadas com a viagem. Elas haviam insistido para trazer a tal da Camila, uma garota que, desde o começo, me causava uma sensação estranha. Não conseguia confiar nela nem um pouco. Havia algo em seu jeito de "amiga da galera", aquele sorriso fácil e os gestos exagerados de simpatia que, sinceramente, não me enganavam. Parecia o tipo de pessoa que tenta se enturmar com todo mundo, mas não tinha profundidade, algo superficial demais para ser genuíno. Eu não sabia o que ela estava fazendo ali, mas as minhas amigas estavam animadas demais para perceber a minha hesitação.
Assim que pegamos nossas malas, sem mais nem menos, seguimos em direção à saída do aeroporto, onde esperávamos encontrar um táxi. O movimento era grande, a gente mal conseguia se deslocar entre as pessoas que também estavam saindo, algumas com os rostos cansados, outras com o brilho nos olhos de quem acabara de chegar.
Mas o que me incomodava mesmo era a presença de Camila ali, como uma sombra que eu não conseguia afastar. Enquanto Diana e Bekie conversavam animadas sobre os planos para os próximos dias, eu me mantinha em silêncio, observando a cada passo a garota que parecia querer se infiltrar no nosso grupo com mais facilidade do que deveria.
Sinalizei para um táxi que se aproximava, e logo o carro parou suavemente ao lado do meio-fio. O motorista, um homem mais velho, com cabelos grisalhos e um sorriso simpático, desceu rapidamente do carro. Ele abriu o porta-malas como se fosse algo com o qual ele já estivesse acostumado. Não demoramos para organizar nossas bagagens, jogando-as de forma apertada, tentando fazer tudo se encaixar. Por um momento, a bagunça das malas me fez pensar que estávamos nos acomodando para uma longa jornada, embora, na verdade, o destino fosse apenas a nossa base de férias.
Nós três, Diana, Bekie e eu, nos acomodamos nos bancos traseiros do carro, mas o espaço parecia um pouco limitado para as três. Cada uma tentava encontrar uma posição confortável, mas o cansaço da viagem e o calor que já começava a entrar pelo vidro não ajudavam. Camila, por outro lado, não parecia se importar com o desconforto do banco de trás. Com um sorriso de satisfação, ela se ajeitou no banco da frente, ao lado do motorista.
A viagem seguiu tranquila, e a cada quilômetro percorrido, o barulho da rua ia diminuindo, dando lugar ao som do ar-condicionado e às conversas descontraídas entre Diana e Bekie sobre os planos para os próximos dias. O destino final seria um grande apartamento que o namorado de Diana havia alugado para que passássemos as férias. A promessa de dias de descanso e diversão estava no ar, mas algo me deixava inquieta. Diana havia mencionado antes que alguns amigos do namorado estariam lá também, e eu não sabia bem o que esperar dessas pessoas. Não era que eu estivesse receosa, mas a ideia de ter um grupo de pessoas desconhecidas ao redor me deixava um pouco tensa.