Tenho meus punhos acorrentados às minhas memórias
como uma mochila pesada que carrego nas costas.
Escrevê-las é uma maneira de revivê-las,
mas o passado não me apetece
se ele não altero o que nele ainda me fere.
No entanto, hesito em escrever meus versos
e por isso escrevo minha hesitação
que é para eu dar lugar a algum outro pensamento,
uma outra forma de expressar minha existência,
me manifestar na posteridade deste poema.
Dessa forma me encontro no hoje,
com meu coração preso no ontem
em que me impeço de virar a página,
de abrir meus olhos e presenciar a aurora.
Ainda me afogo em angústia,
mas as estrelas não são mais testemunhas.
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Debaixo da Pele
PoetryPoemas de cunho psicológico, existenciais, sobre algumas angústias que assolam o ser. Convido vocês a lerem estes poemas, e quem sabe, se identificarem com alguns deles.