Culpa Mía

Explicações

  Estava eu, Jenna, Lion e Nick, no quarto do hotel. Eu estava sentada na cama, e os três em pé na minha frente. Minha ficha ainda não havia caído com o que aconteceu, e esperava um explicação deles.
Noah - Muito bem, estou esperando, vão falar o que aconteceu, ou não?
Jenna - Explica pra ela, Nick.
Nick - Primeiramente, sinto muito ter que mentir pra você, eu só queria... - o interrompo. -
Noah - Ah, você sente muito? É mesmo? - me levanto e fico em pé na frente dele. - Você sente muito, por que não foi você que ficou dois meses, DOIS MESES, pensando que o amor da sua vida estava morto. Não foi você que ficou em depressão por dois meses na cama. Não foi você que ficou dois meses chorando trancada dentro de um quarto. Não foi você que aguentou esse peso, não foi. Então não venha me dizer que sente muito. - talvez eu estivesse exagerando, nem havia escutado o que ele tinha pra falar, mas eu precisava colocar pra fora o que estava guardando durante todo esse tempo. - Você não tem nem ideia do quanto foi horrível pensar que você estava morto, e pior ainda, foi sentir sua presença em todo lugar que eu ia, ver sua imagem em cada canto daquela casa. - me afasto um pouco dele, e olho pra Jenna e Lion. - E vocês dois? São mesmo meus amigos? Me viram sofrendo daquele jeito pelo Nicholas, e nem pensaram em me falar nada? - eu não queria saber em quem estava descontando, só queria falar. - Eu não sei de quem sinto mais raiva, do Nick, por ter fingido que estava morto, os dos meus melhores amigos, que encobertaram isso. Vocês me viram chorar por dois meses, me viram trancada naquele quarto por dois meses, olharam nos meus olhos, e disseram que ele estava morto, mesmo eu sentindo o contrário. Vocês tem ideia do quanto isso dói?
Nick - Caramba, Noah. Se eu não tivesse feito isso, essas horas eu já estaria morto, de verdade.
Noah - O quê? - minha voz falha, de tanto que eu havia falado. -
Nick - Ronnie queria me matar, por causa de uma briga que tivemos, por uma garota no passado, a muito tempo. Eu não sabia que ela era metida com a gangue dele, nao fazia ideia mesmo, e muito menos que ele era apaixonado por ela. Depois que não tive mais nada com ela, foi que eu descobri, mas ele não veio atrás de mim, então achei que estava tudo resolvido, mas não estava. Isso pode parecer babaquice, ou o que você queira pensar, mas isso é verdade. Eu precisei forjar minha própria morte, pra tirar ele do meu pé. E quando ele descobriu que tínhamos algo, eu sabia que ele ia machucar você, ou fazer alguma coisa com você, então fiz tudo isso. E mesmo depois de ter forjado minha morte ainda ficava por perto, pra ter certeza que nada ia acontecer com você. Acredite em mim, eu fiz tudo isso por você, amor.
Jenna - Ele nos contou o plano, e o motivo de fazer isso. Claro que no início não concordamos, pois sabíamos que você iria ficar muito deprimida, mas ia ficar ainda mais se ele realmente morresse, então concordamos, e tentávamos convencer você que ele realmente estava morto, não sabíamos se tinha alguém observando, então não podíamos deixar escapar nada.
Lion - Pedimos desculpas a você, Noah, mas era preciso ser feito, se não você ia se machucar, e Nick iria morrer.
Nick - E o seu medo de que nossos pais descobrissem a gente, só ajudou com tudo isso. Não queria ter que abrir mão de você.
Noah - Você não pensou no seu pai? Ele está completamente abalado. Ele pensa que o filho dele está morto. Nick, seu pai pensa que você está morto, MORTO.
Nick - Você está enganada, ele sabe que não estou morto. Não sou egoísta ao ponto de deixar meu pai pensar que eu estou morto, deixar ele sofrendo. Eu fui sincero com ele, e disse o que aconteceu com Ronnie, disse meu plano de forjar minha própria morte. No início ele não concordou, mas depois entendeu.
Noah - E a Maggie?
Nick - Ela também sabe. Alguns dias antes, eu fui até ela, e disse que eu precisaria sumir por algum tempo, que se alguém perguntasse de mim, era pra dizer que eu havia ido embora. Ela ficou assustada, mas expliquei pra ela que era uma brincadeira, pra ninguém saber onde eu estava, apenas ela. Então ela aceitou de bom grado. - ele me observava, tentando entender minha reação, mas eu não sabia como me sentir, e. em o que falar. - Podem nos deixar a sós?
Jenna e Liom saem do quarto, deixando apenas Nick e eu. Ele se aproxima de mim, e se ajoelha na minha frente, segurando minhas mãos.
Nick - Eu sei que tudo isso foi horrível pra você, e foi pra mim também, ter que ver você daquele jeito, e não poder fazer nada. Foi difícil ficar longe de você. Mas fiz isso para o seu bem, não podia perder você.
Noah - Eu pensei que você estava morto. - começo a chorar e ele me abraça, fazendo carinho no meu cabelo. -
Nick - Eu sei, eu sinto muito, me perdoa. Prometo nunca mais abandonar você, nunca mais vou sair do seu lado. Agora você está segura. Você é minha luz, Noah, meu porto seguro, sem você eu não sei viver.
Noah - Eu te amo, Nicholas Leister. - ele se afasta do abraço, e me olha. -
Nick - Eu te amo muito mais.
Noah - E ouse fazer isso de novo, dessa vez você morre de verdade, e nem vai ser o Ronnie que vai te matar, será eu.
Nick - Ui, que medo. - ele fala debochado. - Prometo, nunca mais você passará por isso de novo. - ele me beija, e em seguida me abraça. -
Sinto uma pontada muito forte na cabeça, quase me fazendo desmaiar.
Nick - Noah, - ele se afasta e me olha. - O que foi? Você está bem?
Noah - Senti uma pontada muito forte na cabeça.
Nick - Amor, você está pálida. Vamos para o hospital.
Noah - Claro que não, eu estou bem. - me levanto, quase caindo em seguida, se não fosse por Nick qje havia me segurado. -
Nick - Nós vamos sim para o médico.
Saímos do hotel, e dirigimos em direção ao hospital.
Nick - Aguenta um pouco, amor, já vamos chegar lá.
Noah - Está tudo bem, eu disse que não precisava me levar para o hospital.
Ele me olha, e abre a boca para dizer algo, mas em seguida tudo aconteceu em câmera lenta, eu me ouvi gritando pra ele olhar pra frente, mas já era tarde demais. Um caminhão havia batido do lado do carro em que eu estava, me fazendo perder a consciência aos poucos. Ouvia Nick gritando no fundo, mas não conseguia ouvir o que era, e também não conseguia responder. Aos poucos tudo foi apagando, e a única coisa que restou foi escuridão e silêncio.