A festa foi na casa de Heather Ferrante. Eu acho que eu posso contar em uma mão
o número de vezes que ela e eu estivemos no mesmo cômodo juntas, muito menos uma conversa.
Senti-me como uma completa intrusa entrando pela porta da frente de sua casa.
Obviamente, toda a gente na festa sentiu isso, também.
Eu estava saindo com a "galera popular" há tanto tempo, que eu tinha esquecido qual era
a sensação de ser um excluído. Dois passos para dentro da sala de estar e eu me lembrei.
Eu não pude deixar de notar os olhares não amigáveis que eu estava recebendo das
meninas arrumadinhas, que nem sequer tinham a graça social para esconder sua descrença com
a minha presença. Uma delas (todas pareciam iguais para mim e eu não conseguia lembrar o
nome específico de ninguém) foi tão longe a cantarolar — Oiii, Trip! — de um jeito equivocado e
possessivo, enquanto ignorava completamente até mesmo direcionar um olá educado a mim. Ela
era, obviamente, a fêmea alfa em seu clã, sua atitude corajosa de imediato me fez lembrar de Lisa
e eu percebi que as regras da hierarquia era verdade para cada grupo, nerd, legal, formal ou não.
— Ei, Shelly. Ei, meninas. — ele comentou em sua direção. — Você conhece a Layla, certo?
Shelly só me deu uma olhada e se voltou para seu grupo de lêmingues.
Eu não podia acreditar. Aquela perdedora estava seriamente me esnobando? De onde ela
saiu? Eu nem sequer sabia o nome dela, até um minuto atrás, e ela estava agindo como se eu
fosse à doença social?
Era tempos como estes que eu desejava ser mais como Lisa. Ela teria instantaneamente
criado uma cortada perfeita para colocar aquela pequena Ally Sheedy em seu lugar. Mas porque
eu sou eu, eu sabia que não iria criar algo até 30 segundos depois que eu fui embora, então tinha
que esperar para ter a chance de usá-lo em retaliação em um momento mais oportuno. Até lá, eu
poderia simplesmente ignorá-la.
Mais ou menos como eu tinha feito nos últimos dezessete anos e meio, eu acho.
Eu estava prestes a rotulá-la como apenas mais uma perdedora com inveja e atitude...
Quando eu percebi que talvez o seu único problema fosse que ela estava apenas cansada de ser
ignorada por tanto tempo.
O resto da sua pequena comitiva abafou as risadas depois de minha esnobada pública, e
eu decidi que vir com a resposta perfeita era desnecessário. Fiquei surpresa do porque ela se
importaria o suficiente para tentar obter uma sobre mim, quero dizer, sério, quem diabos eu era?
- mas, obviamente, significava muito para ela ter conseguido o melhor de Layla Warren, então eu
a deixei ter o seu momento de triunfo. Se ela ia viver uma vida tão pequena, não era problema
meu.
Trip parecia alheio ao meu estado marciana e me conduziu em direção à parte de trás da