𝐏𝐫𝐢𝐬𝐢𝐨𝐧𝐞𝐢𝐫𝐚 𝐝𝐚 𝐨𝐛𝐬𝐞𝐬𝐬ã𝐨 집착의 포로 - 𝘿𝙖𝙧𝙠 𝙍𝙤𝙢𝙖𝙣𝙘𝙚

𝟷𝟼- 𝙲𝚊𝚘𝚜 𝚝𝚘𝚝𝚊𝚕

💀✦ POV'S LEE FELIX ✦💀

Acordei mais cedo do que o normal naquele dia. Estava mais nervoso do que nas reuniões com líderes de máfias rivais. Hoje era o primeiro dia de aula do meu filho. Na escola... com outras crianças. Com outros adultos em um prédio sem câmeras minhas. Suspirei fundo, parado na frente da mochila dele como se ela fosse uma bomba-relógio prestes a explodir.

— Vamos ver o que temos aqui, Taekwon... — murmurei, abrindo o zíper devagar, como se esperasse uma armadilha.

O primeiro item: um sanduíche. Até aí tudo certo.

Segundo: um brinquedo. Ok, aceitável.

Terceiro: uma chave de fenda?

— O quê...?

Continuei revistando e encontrei um kit de mini ferramentas, um espelho redondo, três bolinhas de gude, um chiclete mastigado embrulhado em papel alumínio (provavelmente uma "arma biológica"), um papel escrito "Plano Secreto #2" com um desenho de um professor preso numa cadeira com fita adesiva... e uma pulseira que claramente era minha, roubada do meu quarto.

— Lee Taekwon! — gritei, e ouvi os passinhos apressados dele vindo do corredor.

— Tô pronto! — ele apareceu com o uniforme novo, sorriso travesso e o cabelo ainda meio bagunçado. — Vamos? Vamos? Vamos?

Ergui a mochila no ar como prova de crime.

— Isso aqui era pra levar cadernos e lápis, não um kit de espionagem, sabichão.

— Mas pai... e se eu precisar fugir pela janela? — ele fez um biquinho. — Ou construir uma engenhoca pra pegar o lanche antes das outras crianças?

— Não. — respondi, firme. — Nada de engenhocas, nada de fugas, e principalmente nada de "plano secreto número dois".

Ele cruzou os braços e fez cara emburrada. A mesma que eu fazia quando minha mãe me dizia "não". Que maldição genética.

— Escuta aqui, pequeno chefete — me ajoelhei diante dele, arrumando sua gravatinha torta — você vai entrar nessa escola como uma criança normal. Nada de explodir as tomadas, sabotar o alarme de incêndio ou hackear o sistema de segurança. Entendido?

— Tá... — ele murmurou, revirando os olhos. — Mas se alguém brigar comigo...

— Você avisa a professora. E se ela não resolver, aí você me chama e eu resolvo. — pisquei, e ele deu uma risadinha cúmplice.

Dei um beijo na testa dele, e juntos saímos em direção à escola. No caminho, ele tagarelava animado sobre o que queria aprender, mesmo que no fundo eu soubesse que tudo que ele queria era entender os mapas da escola pra "explorar território novo".

Quando estacionamos, ele desceu correndo. Eu fui atrás com a mochila, que revirei mais uma vez antes de entregá-la — só por precaução. 

Na porta da escola, ele se virou, todo orgulhoso, me encarando como se fosse um soldado pronto pra batalha. — Pai?

— Oi, chefe mirim.

— Você tá com medo?

Sorri. — Apavorado e você?

— Só um pouquinho. — ele confessou, baixinho. — Mas se eu sentir muita saudade... posso fugir?

Me abaixei e dei um abraço forte nele. — Não precisa fugir. Só volta pra casa no fim do dia, que eu vou estar aqui esperando. E prometo fazer seu prato favorito.