𝐏𝐫𝐢𝐬𝐢𝐨𝐧𝐞𝐢𝐫𝐚 𝐝𝐚 𝐨𝐛𝐬𝐞𝐬𝐬ã𝐨 집착의 포로 - 𝘿𝙖𝙧𝙠 𝙍𝙤𝙢𝙖𝙣𝙘𝙚

𝟷7- 𝚅𝚒𝚗𝚐𝚊𝚗ç𝚊

Depois que Chan saiu com Taekwon, o silêncio reinou pela casa — ou pelo menos, o tipo de silêncio que a gente já considerava raro e valioso demais pra desperdiçar. Eu me joguei na cadeira da varanda suspirando de alívio, enquanto Felix entrava na cozinha todo confiante, de cabelo ainda meio úmido, mas com um olhar de quem finalmente tinha vencido a primeira batalha do dia.

— Finalmente um pouco de paz, — ele disse, pegando a caneca de café.

— Você sabe que paz e Taekwon não coexistem no mesmo planeta, né? — provoquei, rindo, enquanto colocava o pão na torradeira.

— Só quero comer meu café da manhã sem surpresas hoje, por favor. Só isso que eu peço.

— Vai ter que negociar isso com o universo, amor.

Preparei um sanduíche caprichado pra ele — pão quente, queijo derretido, fatias de presunto. Coloquei no prato e entreguei a ele com uma piscadinha.

— Aí está. Trégua oficial da manhã.

— Assim eu até penso em perdoar o gênio mirim — disse ele, todo charmoso, dando uma mordida generosa no sanduíche.

Aconteceu rápido. Primeiro veio o silêncio. Depois o olhar arregalado. E por fim, o grito abafado de puro terror.— O QUE DIABOS É ISSO?!

Felix cuspiu metade do sanduíche na pia, tossindo, enquanto fazia careta e apontava pro prato.

— Tinha ALGO se mexendo dentro disso!

Fui até ele correndo, achando que era exagero. Mas quando olhei pro meio do sanduíche mordido... lá estava. Uma pequena aranha marrom, perfeitamente intacta, provavelmente colocada ali com muito carinho por um certo mini criminoso.

— Ai meu Deus... — eu respirei fundo, tentando não rir. — Ele, colocou. Uma aranha no teu sanduíche?

— ISSO NÃO É ENGRAÇADO, S/N! Eu quase engoli uma aranha! Eu vou ter pesadelo com isso por um mês!

Felix andava em círculos, pálido, tomando goles de café como se aquilo pudesse apagar o trauma do paladar.

— Eu vou... eu vou... rastear aquela lancheira antes dele voltar hoje!

— A gente devia rastrear a casa inteira — falei, cobrindo a boca pra esconder o riso.

— Isso foi terrorismo. Comida é sagrada! — Felix protestou, segurando o peito como se tivesse levado um tiro.

— Olha o lado bom... pelo menos ele tá prestando atenção nas aulas de ciências. Aracnídeos e tal.

— S/N...

— Tá, tá. Eu falo com ele. Mas você tem que admitir que ele é criativo.

Felix apontou o dedo pra mim, com o cenho franzido. — Isso não é criatividade. Isso é vingança biológica disfarçada de humor infantil. E eu explodi em risos, porque sim — era exatamente isso. O nosso filho era um gêniozinho caótico. E o café da manhã nunca mais ia ser confiável nessa casa.

💀✦ POV'S LEE FELIX ✦💀

Final do dia. Casa silenciosa demais. Isso já era suspeito.

Voltei do escritório com um plano perfeitamente elaborado — a vingança digna de um mafioso. Porque uma coisa é certa: se meu filho achava que podia colocar uma aranha no meu sanduíche e sair ileso, estava prestes a aprender uma lição importante sobre retaliação estratégica.