[DIAS DEPOIS]
Dois dias depois, eu já estava de pé. Não completamente bem, mas vivo — e isso bastava. Foram três bolsas de sangue, algumas ampolas e uma vontade teimosa de não ceder. O médico dizia que meu corpo tinha reagido melhor do que o esperado, que a recuperação era "anormalmente rápida". Eu sabia o motivo. Tinha um garoto me esperando em casa.
Quando saí do hospital, o ar parecia diferente. Mais leve, mais limpo. Entrei no carro e pedi pro motorista me levar até uma loja no caminho — queria comprar algo pro Taekwon. Nada muito caro, só algo que fizesse os olhinhos dele brilharem. Acabei escolhendo um carrinho de controle remoto, daqueles que fazem barulho, piscam luzes e correm como se tivessem vida própria. Tinha certeza de que ele ia adorar.
No caminho de volta, fiquei olhando pela janela, pensando em como tudo podia ter terminado diferente. Um golpe a mais, uma fração de segundo... e eu nunca mais teria visto o sorriso do meu filho. Respirei fundo. Não podia mais deixar isso acontecer.
Quando o carro parou em frente à casa, meu coração acelerou. Era estranho — eu, um mafioso acostumado a encarar a morte de frente, tremendo só de pensar em reencontrar minha família. Desci, ajeitei o terno e bati na porta.
Assim que a porta se abriu, Samantha apareceu. Os olhos dela se arregalaram, a respiração falhou e, antes que eu dissesse qualquer coisa, ela se jogou nos meus braços.
— Felix! — a voz dela saiu embargada. — Meu Deus, você... você voltou!
Senti o abraço dela apertado, desesperado, e retribuí na mesma intensidade. Era como se todo o medo e o tempo que ficamos longe tivessem se dissolvido ali. Acariciei o cabelo dela, encostando a testa na dela.
— Tô aqui, amor. — murmurei. — E dessa vez, pra ficar.
Ela me olhou com os olhos marejados e gritou para dentro da casa. — Taek! Vem ver quem chegou!
Em segundos, ouvi passos apressados e uma vozinha animada vindo do corredor.
— PAPAIIIIIIIIIIII !!!!!!!!!!!
Antes que eu pudesse me preparar, um pequeno furacão de energia pulou nos meus braços. O impacto quase me desequilibrou, mas o riso escapou antes mesmo que eu percebesse. Segurei o Taekwon forte contra o peito, sentindo o coração dele bater acelerado.
— Olha só quem tá enorme! — falei, rindo. — Você tá mais pesado, hein?
— Eu comi tudo, igual a mamãe mandou! — respondeu ele com orgulho, ainda abraçado em mim. — Eu sabia que você ia voltar!
Aquela frase me desmontou. Apertei ele mais um pouco, escondendo o rosto no pescoço dele pra disfarçar as lágrimas. Quando me afastei, sorri e peguei o pacote atrás de mim.
— E o papai trouxe uma coisinha pra você.
Os olhos dele brilharam imediatamente. — Pra mim? O que é, o que é?!
— Abre e vê.
Taekwon rasgou o embrulho com a impaciência típica de uma criança de seis anos. Quando viu o carrinho, soltou um grito de alegria e começou a girar em volta de mim.
— UAAAAUUUUU! É igual o que o tio Chan disse que tinha visto na TV! Eu amei, papai!
Samantha riu atrás de mim, aliviada, observando a cena. Eu olhei pra ela por um instante e sorri de canto. Havia algo reconfortante em estar ali — o lar, o riso do meu filho, a presença dela. Tudo que quase perdi.
Ajoelhei diante de Taekwon, que ainda examinava o presente com os olhos brilhando.
— Promete que vai cuidar direitinho dele? — perguntei.
— Prometo! — respondeu ele, firme. — Mas só se você brincar comigo também!
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𝐏𝐫𝐢𝐬𝐢𝐨𝐧𝐞𝐢𝐫𝐚 𝐝𝐚 𝐨𝐛𝐬𝐞𝐬𝐬ã𝐨 집착의 포로 - 𝘿𝙖𝙧𝙠 𝙍𝙤𝙢𝙖𝙣𝙘𝙚
FanficO chefe da máfia Australiana Lee Felix, recebe uma proposta afim de matar uma Ex - Modelo, multibilionária de Seul. Mas para continuar no cargo, o mafioso precisa consolidar negócios, sendo forçado a arrumar uma pretendente para se casar o mais rápi...
