Capítulo 64

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- POV Catherine

Quando penso que este dia não iria chegar, ele chega com maior das facilidades...

- Boa sorte rapaz! – Roy deseja com um sorriso paternal ao rapaz ruivo que segura uma mala.

- Obrigado Roy. – eles abraçam-se.

Segunda chamada para o voo 231, Londres. – a voz robótica da mulher faz o meu coração parar.

- Oh meu filho... - Grace abraça o filho emocionada pelo momento. – Vou ter tantas saudades do meu filho.

- Eu vou voltar mãe, em breve estarei de volta. – ele sorri tentando esconder a magoa por nos deixar. Ele deixou um beijo sobre a face da mãe dirigindo-se a mim.

- Eu vou voltar, eu prometo! – ele olha-me com os seus olhos azuis fazendo largar uma lagrima que faz os meus olhos mais verdes e brilhantes. Ele junta os nossos lábios num beijo apaixonado. Não que seja o último, mas será o único nos meses que se seguem. Eu choro ainda mais, não suporto a ideia de o ter longe de mim durante tanto tempo. Como vou aguentar? Eu preciso dele como do ar que respiro, como a água que bebo todos os dias. Ele é a luz do meu dia quando o sol se esconde, a segurança e o apoio que eu preciso. Eu preciso dele ao meu lado...

Os nossos lábios afastam-se e o meu coração palpita cada vez mais rápido. As lagrimas caiem sem parar pela minha face vendo-o partir e desaparecer com a distância. O meu coração dói. Dói! Sinto dois braços enrolarem-me no seu aperto. Choro ainda mais agarrada ao corpo de Emma enquanto John se junta fazendo caricias no meu cabelo. Tudo parecia estar em câmara lenta...


Olho pela janela do carro observando a paisagem sempre igual a cada dois metros. Estou vidrada no mundo lá fora, com a mente numa confusão sem pensar em nada mas ao mesmo tempo pensando em tudo. O carro trava repentinamente, fazendo-me ir para a frente e sinto uma impressão na barriga. O meu coração parou com o susto e eu sinto-me tonta e enjoada.

- Estás bem? – John pergunta pousando a sua mão sobre o meu ombro.

- Sim... - tento recompor-me. – Eu estou bem. – respiro fundo. John assente e arranca novamente com o carro.

Pouso a minha cabeça sobre o vidro voltando a concentrar-me na estrada. John para novamente o carro mas desta vez em frente da sua nova casa. Retiro o cinto e abro a porta do carro sentindo o ar fresco daquela sexta-feira enevoada. Fecho a porta do carro e sinto outra tontura.

- Então? – sinto-me desequilibrar para os braços de Emma que saiu da porta de trás do carro.

- Eu estou bem! – digo-lhe soltando-me dos seus braços. Ela acompanha-me até ao interior da sua casa partilhada com o John sentando-me no sofá.

- John, traz-me um copo de água com açúcar, por favor! – Emma pede segurando-me na mão. – Passa-se alguma coisa? – ela pergunta-me.

- Provavelmente foi só uma quebra de tensão... - digo.

- Toma! – John passa-me o tal copo de água com açúcar para a mão e eu bebo todo até ao fim.

- Como te sentes? – Emma pergunta-me com um ar preocupado.

- Com algumas dores e um pouco enjoada. – digo passando a mão pela barriga.

- Poderás ter comido alguma coisa que te fez mal? – John aponta.

- Até pode ser, mas acho que a viajem do Edward me deixou um pouco abalada. Foram muitas emoções... - digo.

- Nós compreendemos. Devias descansar um pouco. – Emma afirma ajudando-me a levantar.

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