- POV Catherine
De um momento para o outro parecia que todo o meu sangue tinha voltado a circular pelo meu corpo fazendo-me voltar à vida. Abri os olhos e abri a boca respirando todo o ar necessário de uma forma repentina. O meu peito subia e descia irregularmente e aos pouco comecei a recuperar os sentidos. Sentia muita agitação no local onde me encontrava. De repente recuperei a minha audição aos pouco reconhecendo a voz aflita da minha mãe que chamava por um medico desesperadamente. Eu comecei a olhar para todo o lado vendo estar num sítio que eu não conhecia. Tomei sentido de ter Roy ao meu lado segurando a minha mão enquanto pedia que eu me acalmasse. Rapidamente um conjunto de enfermeiros entrou no quarto vendo o que se passava. Um deles dirigiu-se à embalagem de soro que havia pendurado junto da cama onde estava deitada e que me circulava pelas veias juntamente com o sangue.
- Catherine... - uma voz cansada prenunciou do outro lado. Encarei um par de olhos azuis que me olhava preocupado. – Vai ficar tudo bem... - foi a última coisa que ouço antes de voltar a fechar os meus olhos.
As minhas pálpebras subiram novamente dando me a visão em meu redor. Estava no mesmo sítio de à uns momentos atrás. Mexo-me na curiosidade e medo de saber o que se passou, quando sinto uma mão apertar a minha.
- Vai com calma... - a mesma voz cansada de há pouco pede. Rodo a cabeça vendo o mesmo par de olhos azuis.
- Edward... - aclarei-o a voz. – O que fazes aqui? - pergunto calmamente.
- Esperavas que recebesse a notícia de que estavas no hospital e não viesse ver-te? – ele pergunta seriamente. Dei um ligeiro sorriso. Começo a mexer-me para me levantar mas Edward para-me. – Espera. – ele pega no comando e clica num botão onde a cama começa a inclinar para a frente. Ela é colocada ao nível e eu ajeito-me ficando mais confortável.
- Obrigado. – digo sorrindo-lhe. – O que aconteceu? – pergunto.
- Segundo o que sei, foste apanhada no meio de um assalto no banco onde caíste inconsciente no chão. Provavelmente foste empurrada... - ele informa-me.
- Sim... – afirmo imediatamente quando milhares de imagens seguidas formam o momento na minha mente deixando-me até um pouco desnorteada. – Oh meu Deus, Edward... - repito colocando a mão na barriga. Senti um vazio. Ele olhou-me com pena e desilusão colocando a sua mão sobre a minha. Os seus olhos azuis encheram-se de lagrimas. – Diz-me que isto não aconteceu... - peço desesperadamente.
- Infelizmente, ele já não está mais ai... - os meus olhos enchem-se de lágrimas. – Tiveste um aborto espontâneo devido ao impacto.
- Não, não, não... - começo a chorar desesperadamente. Edward senta-se na ponta da cama abraçando-me. – O nosso filho... - a minha voz falha e ele aperta-me mais contra si. A dor de perder um filho invade-me não me fazendo pensar em mais nada a não ser o quão estupida fui por não ter contado ao Edward desde o início. – Desculpa. - soluço. – Desculpa... - a voz falha-me mais uma vez.
- Por favor Catherine, não é altura para julgamentos... - a sua voz é rouca.
- Eu amo-te... - sussurro fechando os olhos enquanto aperto desesperadamente a sua camisa.
- Shhhh, vai ficar tudo bem... - Edward aperta-me mais contra si acariciando-me o cabelo despenteado. A noticia foi uma facada no coração e um sentimento de culpa imensa por não ter tido decência em contar ao pai deste filho perdido foi outra facada bem profunda. Já não sabia mais o que fazer no meio de tanta dor e de tantas lágrimas...
Emma e John passaram por aqui mais tarde. Nem eles me conseguiram colocar um sorriso na cara mas impediram-me de chorar o que já foi aceitável. Eles foram embora mais cedo de que o previsto mas prometera que voltariam no dia seguinte, visto que o médico indicou que eu ficaria sobre vigilância neste hospital pelo menos até ao fim da semana. Já tive a agradável visita de dois agentes que me encheram de perguntas. Despachei-os rapidamente contando de uma vez o que me lembrava. Tive de me esforçar um pouco parar relembrar tudo seguido, mas uma coisa eu tenho a certeza, nunca me esquecerei daquele olhar esmeralda...
- Posso? – um bater de leve na porta acorda-me dos meus pensamentos.
- Claro, mãe. – ela entra cuidadosamente sozinha. – O Roy?
- Ele foi com os agentes. Talvez pudesse ser útil por lá. – ela diz com um pouco de orgulho no marido. Ela aproxima-se sentando-se na poltrona ao meu lado. – Sei que não vale a pena perguntar como estás. Tens sentido dores?
- Para já não. Os analgésicos estão a fazer efeito. – digo sem me conseguir sentir minimamente feliz por isso. A minha mãe olha-me com pena e desgosto, sei que ela ficaria muito feliz se eu lhe contasse que ia ser avó. Sempre foi um sonho dela.
- Oh querida... - ela chegasse ao pé de mim enrolando os seus braços no meu corpo. – Porque não contaste logo que estavas grávida?
- Desculpa... - é a única coisa que consigo dizer antes de me desfazer em lágrimas novamente.
Este será um pesadelo que será duro de esquecer e uma mágoa que me acompanhará para o resto da minha vida...
*
Catherine escondeu o filho de toda a gente e agora vieram a saber da pior maneira :( ESTOU A CHORAR !!! Sem que me vão matar, mas era assim que tinha de ser...
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With love
- Carrot* x
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Fiksi Umum- "When I'm away I will remember how you kissed me Under the lamppost back on 6th street Hearing you whisper through the phone Wait for me to come home." - For the "only one", Catherine. -x- #2 in ficção geral -x- Sigam: Twitter:...