Capitulo 3

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- POV Edward

Catherine depositou um beijo na minha face. Surpreendeu-me o seu gesto carinho. Apenas sorri continuando o caminho até à loja de desporto.

Emma correu para os ténis no fundo da loja, a sua maneira cómica fez-me rir provocando o riso de Catherine.

- Ela tem um amor incondicional por sapatos de todo o tipo, até ténis!

- Reparei. – respondi ainda rindo.

Caminha-mos sem Emma pela loja na tentativa de encontrar John.

- Se não me engano… - ela parecia pensativa. – Segue-me. – ela pediu.

Após alguns passos paramos na secção de futebol.

- Eu sabia que te encontraria por aqui! – Catherine falou vitoriosa.

- Continuas a conhecer-me como ninguém… - ele responde abrindo os braços para ela.

- Vamos indo…? – Catherine pergunta por debaixo do braço de John.

- Sim, deixa-me só pagar. – ele diz mostrando a bola de futebol que tinha na outra mão.

- Ah! Aqui estão vocês! – falou Emma chegando até  nós.

- Vamos, então? – pergunto.

- Sim! – John responde.

Dirigimo-nos até à caixa nº2. Saí fora da loja com Emma esperando por eles do lado de fora.

- Eles namoram? – pergunto discretamente ao ver John beijar a testa da Catherine.

- Não, são apenas amigos de infância, têm uma ligação muito forte, sempre o tiveram! – Emma responde calmamente.

- Ah. – acabo por responder. – Tu és a melhor amiga, certo? – pergunto.

- Sim! – ela sorri vendo eles dirigirem-se até nós abraçados.

- Que acham de irmos comer um gelado? Eu pago! – Catherine propôs.

- Bora! – Emma festejou.

Caminhamos pelo centro comercial avistando um gelataria bastante frequentada, esperamos não mais de 10 minutos e ao fim desses 10 minutos tínhamos os quatro um gelado do copo na mão pronto a ser devorado.

O gelado era realmente bom, fiquei fã dessa gelataria no centro.

Já de volta ao metro quase a chegar à paragem pretendida. A pressa de chegar a casa é nula, mas lá terá que ser…

- Até amanhã pessoal! – a Emma despede-se indo para o lado contrário.

- Queres que te leve? – John pergunta a Catherine.

 - Não te incomodes, eu vou bem a pé.

- Oh vá lá… - ele insistiu.

- Está bem, mas eu iria bem a pé.

- Teimosa!

- Chato! – eles discutiam.

- Eu vou andando… - digo pois aquela discussão está a dar-me vómitos.

- Até amanhã Ed… - ele hesita. – Posso tratar-te assim, certo?

- Claro. – sorrio falsamente revirando os olhos quando ele não está a ver. – Até amanhã. – digo despedindo-me de Catherine com um sorriso.

Sigo o meu caminho até casa ainda passando pela faculdade pelo caminho, somente por não ter outro caminho para casa, sou obrigado a passar pela faculdade mesmo que não queira!

Sou seguido com os olhos dos outros vizinhos na minha rua, estou na porta de minha casa, a vontade de entrar é nula. Olho as horas e penso que ainda tenho tempo…

Dirijo-me à garagem sem fazer muito ruido, equipo-me pois é lá onde tenho um mini ginásio, onde treino habitualmente.

Fecho a garagem e coloco os fones com música alta, desligo do mundo e começo a correr pela rua. Dou a volta e depois sigo caminho, sempre sem parar a corrida.

Passando pelas traseiras da faculdade e depois pela frente, voltando à minha rua. Descansei não mais de cinco minutos e voltei a correr para fora da rua.

Sem querer vou contra alguém, pois estava distraído a olhar para trás.

- Catherine… - falo com dificuldade.

- Desculpa, estava distraída! – ela desculpa-se.

- Desculpa eu… simplesmente… não te vi... – digo a recuperar o folgo.

 Ela estava equipada, deveria estar a correr, será que mora aqui perto? Ela continuou a correr sem me dar oportunidade de dizer mais nada.

Sigo-a continuando a minha corrida. Alcanço-a ficando ao seu lado, ela acelera sem me olhar nos olhos e eu faço o mesmo. Ela foge de mim, deixando-me confuso pois não sei porque o faz, dou a volta na esperança de a apanhar, felizmente a sorte está do meu lado…

- Cansada? – pergunto parando a sua frente.

- Um pouco… - ela sorri olhando-me finalmente nos olhos.

Finalmente reparo na sua figura detalhadamente. Os seus cabelos negros apanhados por um elástico, as suas curvas bem definidas, os seus olhos verdes que transmitiam tanta vida à primeira impressão…

- Que tal pararmos, durante um bocado? – ela propõem e eu aceito.

- Moras por aqui? – pergunto quando começamos a caminhar.

- Sim, não muito longe daqui, e tu?

- É já ali ao fundo… - digo apontando para o fundo da minha rua.

- Vives sozinho?

- Não. – digo não sabendo o que responder.

- Vives com os teus pais?

- Mais ou menos. – volto a dizer sem saber o que responder.

- Explica-te. – ela pede olhando-me confusa.

- Vivo com a minha mãe, mas é o mesmo que viver sozinho…

- Porquê? – ela parece preocupada.

- Não me apetece falar sobre isso… - respondo com sinceridade.

- Oh.

- E tu? Vives com quem?

- Com os meus pais… - ela diz, mas o seu tom não me inspira confiança.

- Passa-se algo? – preocupo-me.

- Talvez um dia te conte… - ela responde de imediato deixando me confuso.

Não insisto no assunto.

- Vou indo… - ela diz olhando para as horas.

- Tudo bem. – respondo sorrindo.

Ela aproxima-se beijando-me a face e eu retribuo beijando-lhe também a face.

- Ah! – ela diz virando-se para trás. – Obrigada!

- Por…? – pergunto franzindo as sobrancelhas.

- Pelo disco. – ela responde e sorrimos.

Viramos costa seguindo os nossos caminhos.

Suspiro pela milésima vez ao enfiar as chaves na porta, desejando mentalmente que não estivesse ninguém em casa. Rodo as chaves devagar, suspirando de alívio por estar trancada.

Entro em casa dirigindo-me ao meu quarto. Fechei-me lá à espera que o inferno volta-se. Enquanto ninguém chegava peguei na minha guitarra e comecei a tocar…

 

We're smiling but we're close to tears
Even after all these years
We just now got the feeling that we're meeting

For the first time…”

PhotographOnde histórias criam vida. Descubra agora