Capitulo 7

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- POV Edward

Vagueei pelas ruas depois de sair da beira de Catherine. Não aguentava estar ali a ouvi-la insistir tanto no assunto, apetecia-me chorar à sua frente, abraça-la e deitar tudo cá para fora, mas não, não quis dar a parte fraca e saí dali o mais depressa que pude, para quê? Para chorar sozinho enquanto ando por aí…

Ela estava a ser tão carinhosa, tão simpática, tão… verdadeira! Porra Edward porque não aproveitas-te? És mesmo burro!

Dei chapadas na minha própria cabeça por ser tão estupido comigo mesmo! Se calhar merecia o que me está a acontecer, para ver se aprendo a ser menos estupido.

Mudo de rota e vou rumo a casa. Já na minha rua, respiro fundo e limpo as minhas lagrimas para não parecer que estive a chorar, ninguém precisara de saber, não é assim?

Rodo as chaves dentro da fechadura e a porta abre-se, no momento que ouço um estrondo.

- O que se passa aqui? – grito para a minha mãe.

- Esse anormal não me queria deixar beber… - ela diz apontando para o agente que se encontrava deitado no chão.

- E tu mandaste-lhe com a garrafa na cabeça, achas bem!? – ironizo.

- Acho, ele não tem nada que se meter na minha vida, nem ele nem ninguém! – ela grita de volta.

Baixo-me junto do agente que se queixa da cabeça.

- O senhor está bem? – pergunto vendo-o a sangrar um pouco.

- Sim, apenas dores…

- Vou chamar uma ambulância. – eu digo pegando no telefone fixo ao lado do sofá.

- Mãe!? Que estás a fazer?! Larga isso! – grito-lhe enquanto espero que me atendam.

- Cala-te! – ela grita.

O centro de atendimento atendeu-me a chamada, pedi uma ambulância urgente para um homem ferido na cabeça… e um internamento.

Respirei fundo marcando o número da esquadra.

- “Estou?”

- Roy?

- “Edward?”

- Preciso de si!

- “O que aconteceu?”

- Apenas venha… por favor! – ouvi um suspiro.

- “Ok, estou ai em menos de cinco minutos!” – ele diz e eu desligo a chamada.

Ajudo o agente a levantar-se e a dirigir-se até ao sofá, mantive-o confortável e decidi não mexer na ferida, pois aquilo que eu menos sei é de primeiros socorros!

Deixei-o ficar e fui ver da minha mãe.

- Mãe?! O que eu te disse, porra? – exalto-me vendo-a de garrafa na mão.

- Ta mas é calado! – ela diz dando um gole.

- Chega! – digo tirando-lhe a garrafa da mão.

- O que é que pensas que estás a fazer!? – ela grita.

- A tentar cuidar da tua vida, mas parece que não estou a conseguir… - murmuro.

- Da minha vida trato eu! Agora dá-me isso! – ela grita tentando tirar-me a garrafa da mão.

- Não! – imponho-me. – Acabou! Eu já não sei o que fazer, se eu não consigo terá de ser outra pessoa a consegui-lo, não vais a bem, vais a mal!

- Para de desrespeitar a tua mãe e dá-me a porcaria da garrafa! – ela grita na minha cara.

- Não… - nego com a cabeça.

- Por favor… - ela sussurra.

- Não! – grito.

- Porquê? – ela grita de volta.

- Ouve-me! – digo pousando a garrafa na mesa atrás de mim e agarro-lhe os pulsos. – Só estás a piorar as coisas! Estás a dar cabo da tua própria vida, e daqueles que te rodeiam!

Ela não ligou nenhum ao que lhe disse apenas tentou alcançar a garrafa novamente.

- Deixa a merda da garrafa! – digo exaltando-me a parto-a contra a parede.

- Não! – ela grita chorando. – O que fizeste!? – ela diz começando a bater-me compulsivamente.

- Para! – grito em vão, tento agarrar-lhe os pulsos para que ela pare em vão, enrolo-a nos meus braços.

- És um porco! Deixa-me Edward! – ela esperneava nos meus braços tentando-se soltar.

- Ajudem aqui! – ouvi uma voz masculina a falar atrás de mim.

Vi Roy com os paramédicos a ajudar-me com a minha mãe. Roy agarra-a mas ela dá-lhe em soco nas partes baixas e solta-se e eu não consigo segurá-la.

- Para mãe! – digo com lagrimas nos olhos.

- Vão se embora! Ou eu juro que me mato! – ela diz segurando um bocado de vidro contra os pulsos.

- Por favor Grace, pare com isso! – Roy fala.

- Era isto que querias, Edward? Prender-me num hospital? Tenho te a dizer que não o vais conseguir, não vais realizar o teu sonho de me ver pelas costas, não vais! – ela grita.

- Não, não é um sonho, é uma necessidade, por favor mãe, não dificultes mais as coisas… - digo e as lagrimas caiem-me pelos olhos.

- Vão para o inferno! – ela grita começando a cortar-se.

Roy interveio rapidamente tirando-lhe o vidro da mão, os paramédicos foram rapidamente até ela agarrando-a pelos braços, ela esperneava e gritava, gritava o meu nome em pedido de socorro e eu não podia fazer nada.

- NÃO! EDWARD POR FAVOR, NÃO! NÃO! -  ela chorava compulsivamente nos braços dos paramédicos.

Paralisei ao ver aquelas cenas, a maneira como ela cravava o vidro na sua pele e o puxava contra si…

Os seus gritos endurecedores que incoavam por toda a casa.

Consegui a custo deslocar-me até à porta da entrada vendo a minha mãe a ser presa a uma maca e empurrada para dentro da ambulância.

- Foi o melhor… - Roy aproxima-se da porta.

- Eu sei… - apenas digo.

- Anda cá rapaz! – ele diz abrindo-os braços. – Força, rapaz! – eu assinto e ele bate-me nos ombros amigavelmente.

Dou espaço para o outro agente passar e vejo como já tem um curativo na cabeça. Aceno e vejo o carro da polícia a sair da rua juntamente com a ambulância.

Fecho a porta processando tudo o que aconteceu, volto à cozinha vendo a confusa em que ela se encontra. Decido começar a limpar aquela confusão pois o cheiro do álcool é predominante.

Depois de tudo no seu devido lugar e do cheiro ter desaparecido, pego no saco dos cacos e vou lá fora. Encosto a porta e vou até ao caixote do lixo por debaixo do candeeiro que ilumina a rua. Volto a entrar trancando a porta com as chaves. Subo para o quarto fechando a porta. Intitulo-me como zombie, parece que já não sei andar e que preciso de ser puxado por uma força sobrenatural qualquer…

A minha guitarra é o meu único refúgio neste momento, por isso nem pensei duas vezes para pegar nela. Podia começar a estudar, mas aquilo não é mesmo a minha onda…

“Loving can hurt
Loving can hurt sometimes
But it's the only thing that I know
When it gets hard
You know it can get hard sometimes
It is the only thing that makes us feel alive

We keep this love in a photograph
We made these memories for ourselves
Where our eyes are never closing
Our hearts were never broken
And time's forever frozen still

So you can keep me inside the pocket
Of your ripped jeans
Holding me close until our eyes meet
You won't ever be alone
Wait for me to come home…” – dito isto já com lágrimas nos olhos. 

PhotographOnde histórias criam vida. Descubra agora