Capítulo 66

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>FELIZ NATAL<


- POV Catherine

Sentada no sofá da sala de estar da casa de Emma partilhada com o John, eu estou novamente sentada olhando todo o perímetro e imaginando uma criança correr de um lado para o outro. Imagino Edward com uma pequena menina ao colo com o maior sorriso do mundo como um ótimo pai que seria. Imagino uma menina correr para os braços dos meus melhores amigos chamando-os de tios com o sorriso do pai que me derrete como mãe orgulhosa que seria. Mas neste momento que deveria ser um dos mais felizes da minha vida, estou a pensar em como a distância entre mim e o homem que mudou a minha vida poderia dar cabo de tudo. Eu estava pronta para dar este passo com ele, não sem ele...

- Toma querida... - Emma regressa ao pé de mim trazendo uma caneca de chá.

- Obrigada. – pego-lhe ainda um pouco quente para beber começando a sopra-lhe criando um pequena agitação à superfície do liquido. – O John? – pergunto.

- Ele teve de voltar ao escritório, mas eu vou ficar aqui contigo. – Emma afirma colocando a sua mão sobre a minha perna. Ela encontrava-se sentada no sofá à minha perpendicular tentando encontrar as palavras certas para dizer. – Como estás? – ela acaba por perguntar para tentar perceber o meu estado psicológico. Na verdade, nem eu sei bem...

- Bem, eu acho. Apenas preciso de pensar bem no que vou fazer... - digo enquanto o liquido quente desce esquentando-me a garganta.

- Não estás a pensar em abortar, pois não? É que ainda ais a tempo...

- Emma! – repreendo-a. – Por quem me tomas?! Nunca faria uma coisa dessas! – sinto-a suspirar de alivio. Dou mais uns quantos goles do líquido já menos quente mas ainda o suficiente para me aquecer o corpo. O açúcar acalmou-me as fraquezas e senti-me mais confortável.

- Mas então... onde está o problema? - o meu telemóvel toca em cima da mesa de centro ao qual Emma se apressou a pegar e a dar-mo.

- Aqui está o problema... - murmuro. Respiro fundo e atendo a chamada. – Halo!

- Catherine... como estás? – arrepio-me ao ouvir a sua voz.

- Estou bem, e tu? Chegaste bem? – como aquela pergunta me custa fazer.

- Sim, a casa é boa e muito confortável. Voltar a Londres faz-me lembrar os velhos tempos. E a minha companheira de casa é muito simpática.

- Companheira de casa?comento arqueando as sobrancelhas e Emma olha-me do mesmo modo.

- Até eu fiquei surpreso quando soube. Pensei que iria ter a casa só para mim, mas afinal enganei-me...

- Espero que tenhas uma boa estadia. – admiti descontraidamente.

- Estaria melhor se estivesses aqui... - noto uma pinga de tristeza na sua voz. – Estou a morrer de saudades, Catherine...

- Eu também estou a morrer de saudades tuas... - digo colocando involuntariamente a mão na barriga. – Muitas... – sussurro, enquanto uma lágrima escorre pelo meu rosto.

- Vai correr bem, estamos apenas a uma hora e pouco de distância. – ele diz. - Vai correr tudo bem, amor...

- Eu sei... - suspiro.

- Nós depois falamos... - Edward pede.

- Sim, depois falamos. - digo respirando fundo para disfarçar a voz de choro.

- Eu amo-te! – ele fala com uma voz rouca.

- Eu também te amo... - sussurro tirando o telemóvel do ouvido.

Volto a pousar o telemóvel sobre a mesa de centro ao lado da caneca ainda meia cheia. Recosto-me para trás na pequena poltrona fechando os olhos ainda molhados e a deitar cá para fora a dor que não cabe no coração.

- Porque não lhe contaste que estás gravida? – as palavras de Emma entram-me lentamente pelo ouvido e ficam à deriva na minha mente.

- Ele acabou de sair da cidade para seguir um sonho Emma. – abro os olho vendo o seu estado preocupado. – Se eu lhe contasse, ele viria a correr. – levanto-me cuidadosamente para prevenir uma tontura alcançando o meu telemóvel. – Por agora, é melhor assim... - concluo o assunto caminhando para o quarto que Emma me cedeu para poder descansar. Fecho a porta para estar mais à vontade deitando-me na cama sem qualquer emoção ou pensamento aparente a passar-me pela cabeça.

Eu e o Edward tínhamos decidido dar este passo há uns meses atrás, mas nada tinha acontecido. Sim, eu estava disposta a fazer tudo para que resultasse-mos como uma família. Eu estava disposta a recusar este trabalho e ir com ele para Londres, de certeza que a minha nos ajudaria nos primeiros tempos. Mas porquê agora? Porquê?! O Edward acabou de partir, eu tenho um trabalho... porquê agora?!

Pego no telemóvel guardado no bolso dos meus jeans e rolo o dedo sobre o ecrã. Abro o teclado marcando um número. Colocando o telemóvel sobre o ouvido mordendo freneticamente o lábio na esperança que ele atendesse.

- Estou, Catherine? – a sua voz soou e eu respirei fundo.

- Eu preciso de ti...


*

- Espero que estejam a ter/tenham tido um feliz natal e que engordem muitooo xD

- Em relação ao capitulo, quem terá sido a pessoa a quem Catherine ligou agora no final? :o
Mistériooooooo... xD


With lots of love

- Carrot* x


[Capitulo não revisto]



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