Continuação da fanfic "Obsessão-Tom Kaulitz".
Decidi continuar com Obsessão, porque é uma fanfic que tem muita significância para mim.
E para as leitoras que não desistiram de mim, mesmo o começo sendo ruim.
Sejam bem-vindas a "Minha Obsessão", s...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Como explicar a sensação de ver meu lar sendo engolido pelo fogo? Não existe palavra que alcance a dor que atravessou meu peito. Era como se cada chama fosse um dente cravado em mim, rasgando memórias, desfigurando um pedaço da minha alma.
A vontade de gritar me corroía, queimava junto com as paredes, mas eu não podia. Eu tinha que suportar. Por eles.
Pelos meus filhos. Pelo Tom.
Aquela casa não era apenas tijolos e madeira, era um túmulo vivo das minhas histórias. Cada estalo do fogo me arrastava para os flashbacks:
Quando Tom me forçou a viver ali, me moldando à vida dele com mãos de ferro; quando fui obrigada a aceitar um destino que nunca escolhi; quando Bill se tornou meu porto seguro no meio do caos, meu melhor amigo e minha lembrança de que ainda havia luz;
E quando Tom, com sua presença sufocante, se transformou em meu maior medo — e, ironicamente, em meu maior amor.
Meus filhos cresceram ali. Entre paredes que agora viravam cinzas. Entre sorrisos que agora se dissolviam no vento. E eu, em meio às labaredas, só pensava nele.
No homem que jurei acompanhar até o fim, mesmo sabendo que esse fim poderia ser o meu próprio abismo.
Quando corri atrás do meu marido, eu sabia que precisava deixá-lo respirar, mas também sabia: se eu não o puxasse de volta, ele iria se perder, se destruir… e arrastar tudo conosco. Conheço bem os fantasmas que ele carrega e os vícios que nunca dormem.
Tom pode até ter abandonado, por um tempo, a escuridão que o definia, mas agora… ela voltou para buscá-lo.
E isso é perigoso. Mais perigoso do que nunca.
Ainda assim, uma parte de mim — a parte mais doente e quebrada — deseja esse retorno. Porque, de algum jeito, lutar ao lado do velho Tom me lembrava quem eu era.
Há muito tempo eu havia esquecido a sensação de ter uma arma nas mãos, de lutar por sobrevivência, de ser mais fera do que mulher. A vida tranquila quase me matou de dentro para fora.
No galpão, o ringue me esperava, como uma cova aberta. Meu pai estava ali, firme, observando, e por um instante senti como se Bill estivesse de volta, me treinando, me empurrando além dos meus limites.
Damon me encarava com os braços cruzados, uma sombra silenciosa me testando. Eu puxei a calça justa contra o corpo, ajeitei o top, cobri-me com uma blusa larga sem mangas e prendi o cabelo em um rabo de cavalo.
E enquanto o elástico se fechava no último nó, eu soube: a mulher que o fogo não destruiu… seria a mesma que voltaria a lutar ao lado da fera que chamava de marido.
Damon — Não temos o dia todo, filha — falou, entediado, como se cada segundo fosse um peso inútil.
— Só estava colocando uma roupa mais confortável — murmurei, entrando no ringue.