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Nada. Foi exatamente isso que senti quando minha casa desabou sobre mim: um silêncio que cheira a pólvora e um mundo que continua rodando por cima dos mortos. Eu sabia — com a calma perigosa de quem já matou uma parte de si — que não ia acabar assim.
Não nasci para pertencer a famílias frágeis. Tudo que tentam arrancar de nós, nós arrancamos de volta — queimado, torcido, sem remorso.
Traremos o inferno para a Terra e vamos enterrar Antônio Stabler no fundo do próprio medo.
Minha irmã treinava com Maya como se cada golpe fosse uma oração para algo que não existe mais. Seu cabelo grudava na testa, o peito subia e descia como se estivesse tentando puxar o ar de volta pra dentro de si.
Via o olhar do nosso pai em cada contração do rosto dela — e aquilo me gelava.
Desde que Mathias começou a rondá-la como um animal noturno, Chloe perdeu a luz. Ela não era mais a Chloe risonha: era um espelho quebrado do nosso pai. Uma sede de sangue, um ódio porcelanato, prontos para cortar quem ousasse respirar em nossa frente.
Para todos os outros, eu sou a ferida que eles evitam pisar. Eles baixam a cabeça quando eu passo, mas com meus, eu mudo. Com meus pais e com Chloe eu sou outra coisa — uma possessão antiga. Eles têm a versão do Aaron que ninguém mais conhece.
Especialmente Chloe: ela me confia pedaços que o mundo não merece ver.
Treinava com o homem que eu mais queria ver no chão — por ordens do meu pai. Ajudo Bill, seguimos por um jogo sujo que meu tio aceitou depois do que Gustav sussurrou. Sob a fumaça de segredos, restaram apenas eu e Lucca. Era o relógio perfeito para matar.
Lucca — Porra! — geme quando meu soco encontra seu nariz. Sangue quente, salgado.
— Fraco demais. — falo curto, áspero. — Vira homem. Aprende a não sentir.
Lucca — Quando isso acabar, eu vou quebrar esse teu rosto angelical. — ele reclina a cabeça, desdenhoso.
— Quando isso acabar, vou te enfiar o punho na boca até te ensinar a falar com os dentes no lugar certo. — respondo, com a mesma tranquilidade que se tem ao escolher um cemitério.
Lucca — Mente fértil. — ele cospe, rindo com a boca torta.
— Covarde de merda. — eu sorrio de lado, amargo.
As meninas se aproximam, olhos afiados tentando decifrar se o que respiram é raiva ou predador. A atmosfera puxa ar como se estivéssemos todos prestes a afundar numa mesma escuridão.
Maya — Vocês não se odiavam? — cruza os braços, mas não consegue esconder o tremor que corre pela garganta.
— Ainda odeio. — minha voz sai rouca, como aço quebrando. — Vou matá-lo.
Imagino Stabler ajoelhado, a cara suja de sangue e medo, os olhos pedindo clemência que nunca vem. Vejo meu pai em pé atrás de mim, calmo, como quem acerta a última peça de um relógio. Quando ele puxar o gatilho em Antônio, vou sorrir. E quando o corpo cair, frio, eu mesma vou dar o golpe final em Lucca.
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𝑴𝑰𝑵𝑯𝑨 𝑶𝑩𝑺𝑬𝑺𝑺𝑨̃𝑶-𝑻𝑶𝑴 𝑲𝑨𝑼𝑳𝑰𝑻𝒁
Novela JuvenilContinuação da fanfic "Obsessão-Tom Kaulitz". Decidi continuar com Obsessão, porque é uma fanfic que tem muita significância para mim. E para as leitoras que não desistiram de mim, mesmo o começo sendo ruim. Sejam bem-vindas a "Minha Obsessão", s...
