Despedidas nunca foram o meu forte, principalmente quando envolviam toda a família. A impressão é de que não voltaríamos mais e isso era um pouco perturbador. Aos poucos pude reconhecer os soldados da minha base enquanto fingia prestar atenção nas recomendações que minha mãe nos fazia. Toquei em Joshua com meu cotovelo, sinalizando Normani a nossa direita, não sei se eles haviam se encontrado durante o período em que estivemos fora da base, mas com certeza ele estava muito feliz em vê-la de novo. Chris estava mais preocupado em conseguir algo de Verônica e brincava com o fato de não voltar mais para comovê-la, não deu muito certo é bem verdade, apenas irritou minha mãe que o acertou com dois tapas no braço. Já estava na hora de embarcarmos, caminhei rapidamente em direção aos meus pais, largando minha bolsa no chão e puxando os dois para um abraço cheio de sentimento. Fiz o mesmo com Vero, que ao afastar-se deu um soquinho em minha mão como cumprimento.
- Volta logo. - ela disse com os olhos marejados e um sorriso amarelo como se contesse o choro.
Eu apenas assenti antes de virar as costas e caminhar para a aeronave indicada. Chris, Joshua e eu caminhávamos lado a lado, mas logo nos separaríamos. Meu irmão iria voltar para sua base nativa, assim como Josh e eu, consequentemente não estaria no mesmo transporte que o nosso e aquele era o momento de nos cumprimentarmos. Os dois rapazes se abraçaram primeiro e cochicharam alguma coisa que não pude entender bem e depois Chris virou-se para mim.
- Coloque ordem naquele lugar, Primeiro Sargento.
Seu sorriso era iluminado e os olhos claros refletiam um pouco da luz solar daquela tarde. Abracei seu corpo musculoso e sussurrei em seu ouvido para que se cuidasse e ele repetiu a minha fala antes que eu pudesse soltá-lo e tomar meu caminho.
Não pude evitar pensar em Camila, a morena havia estado presente em diversos momentos em minha mente. Eu queria que ela estivesse ali, queria ter tido a chance de lhe abraçar mais uma vez ou sei lá, apenas dizer outro até logo para reforçar a ideia de que ela precisava voltar. Balancei a cabeça negativamente buscando me livrar de todos aqueles pensamentos que a ocupavam. Ally e Normani se aproximaram e as cumprimentei gentilmente enquanto aguardávamos que nos dividissem entre os aviões, dado ao grande número de militares que compunha a Base 17.
E lá iríamos nós outra vez.
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Quando chegamos à base, ela já estava movimentada. Caminhei em direção ao dormitório feminino, sendo cumprimentada por todos que passavam pelo mesmo caminho. Conforme organizava minhas coisas, pude perceber o local ganhando vida aos poucos, cada mulher que adentrava o espaço, preenchia o ambiente com um som diferente. Não sei porque, mas as duas camas do fundo, onde Camila e Dinah costumavam ficar, estavam vazias, pareciam estar sendo reservadas para o seu retorno. Tudo naquele lugar me fazia lembrar da repórter e dos sentimentos que ela começara a despertar em mim. O interesse por ela já não era surpresa ou me causava tanta estranheza como no começo, eu só não sabia direito o que viria depois.
Era madrugada já e todos estávamos cansados da viagem, dormiríamos um pouco para que pudéssemos voltar à rotina devidamente descansados e focados, mas antes eu só queria dar uma passada na tenda médica para checar se o oficial anterior tinha deixado tudo em ordem. Quando entrei, avistei Ally e Normani um pouco mais ao fundo. Elas conversavam sobre alguma coisa pessoal, mas pararam assim que me viram e se prestaram a bater continência. Eu sorri ao gesto das duas e sinalizei para que voltassem a fazer o que estavam fazendo. Relaxei o meu corpo contra a cadeira e comecei a abrir as gavetas da pequena mesa a minha frente, tinham algumas solicitações de medicamentos que haviam acabado e que eu precisava encaminhar para que fosse reposto.
- Primeiro Sargento... - Normani se aproximou, atraindo minha atenção.
Assenti para que ela continuasse a falar, mas notei certa resistência. Ally aos poucos foi se fazendo presente, parando ao lado da alta mulher que chegara primeiro. Era engraçado ver a diferença de altura entre as duas.
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Base 17
Fanfic"E na guerra? Existe amor?" Quando o atentado terrorista de 11 de Setembro desola a nação americana, o governo dos Estados Unidos da América chama para si a responsabilidade e direito de capturar os responsáveis e, consequentemente, combater o terr...