Base 17

Próximo passo.

Oi mores, eu bem ia falar pra ignorarem os erros de digitação porque iria corrigir depois, mas todo mundo sabe que isso não vai acontecer então só ignorem mesmo e é isto. 

Espero que gostem, fiz com carinho.

Medina.

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Nova Iorque.

As lágrimas ainda rolavam o rosto da jornalista, agora um pouco mais contida. Camila apoiava os braços no encosto da cadeira de rodas e mantinha-se em silêncio enquanto aguardava o elevador anunciar o seu andar. Ally respeitava de maneira meticulosa cada reação da latina, como se houvesse sido treinada para lidar com aquela situação por mais que tudo em si mesma desejasse gritar de tamanho desespero. As portas metálicas se abriram em um ranger, som este que Camila nunca havia reparado anteriormente. Tudo ao seu redor estava recebendo uma atenção exarcebada, o carpete que acumulava um pouco de sujeira aos seus pés, a tinta da parede que descascava nos cantos, as plantas decorativas apresentando folhas amareladas. Ela empurrou a porta com uma das mãos e Ally moveu a cadeira para frente, posicionando-se no centro da sala. Ela nunca havia estado ali, mas de alguma forma o ambiente lhe pareceu familiar.

– Você aceita água, café? – Camila perguntou. – Desculpe, mas não tenho muito o que oferecer ainda. Está com fome?

– Não, obrigada! Eu estou bem, acredite. Sente-se aqui. – disse de maneira tranquila enquanto indicava o sofá com as mãos.

Camila não hesitou, acomodou-se em meio as almofadas e encarou a oficial por questão de alguns segundos. Ally não havia entrado em detalhes pelo pouco tempo em que permaneceram no hall, o suficiente para que Camila soubesse a possibilidade de Lauren estar viva, assim como a de não estar, que a esta altura, eram muito maiores.

– O que aconteceu? – a pergunta deixara a garganta de Camila de maneira arrastada e sofrida.

– Joshua. Nós o perdemos. Estávamos em uma incursão e ele acabou se sacrificando por Lauren, aconteceu tudo muito rápido e nós precisamos deixar o corpo dele no local. Ela não aguentou, sabe? Sentiu que não era correto deixá-lo lá para apodrecer, eles sempre tiveram essa responsabilidade toda um com o outro, dava pra perceber até mesmo por mim que só os conheci depois do exército. Nós concordamos porque somos uma equipe e não deixamos ninguém pra trás, então voltamos e por mais que tivéssemos o aval do Simon, era Lauren quem estava no comando. O corpo de Joshua ainda estava lá, mas nada saiu conforme o planejado, sofremos uma emboscada e eu não lembro de muita coisa após isso, só de acordar na base e sem notícias de Lauren. Não encontraram o corpo dela ou qualquer sinal de que ela esteja morta, mas também não existem pistas de seu paradeiro ou qualquer coisa, além da ausência do corpo, que sejam um indicativo da sua sobrevivência. Eu sinto muito, Camila, sinto mesmo que eu não tenha trazido boas notícias.

Camila não fazia qualquer esforço para conter o choro, não sentia vergonha ou constrangimento por lamentar que tudo aquilo estivesse acontecendo. Não só por Joshua, a quem conheceu e nutriu carinho justamente por sua ligação com a mulher que amava, mas principalmente por Lauren, por toda dor que ela sentiu com a perda do melhor amigo e por não estar ao seu lado quando a Primeiro Sargento mais precisou. A ideia de Lauren sozinha, perdida ou sofrendo algum tipo de abuso na mão das pessoas que ela estava lá para combater, deixava Camila apavorada. Embora se encontrasse dividida, a latina sabia que ela não se entregaria tão fácil a qualquer que fosse sua situação, Camila tinha convicção que Lauren lutaria até não poder se manter em pé e isso em certo ponto a tranquilizava, porque no fundo ela carregava a certeza de que não seria uma tarefa simples riscá-la do mapa.