Capítulo 14

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Kyle voa pela noite Londrina, sentindo-se mais feliz do que em anos. Ele não consegue lembrar

há quanto tempo não se divertia assim. Ver o urso partir aqueles humanos em pedaços, - vê-los

pisoteando uns aos outros na tentativa fútil de fugir, havia lhe causado imenso prazer. Ele abre cada

vez mais o sorriso ao repassar as cenas das pessoas correndo e gritando enquanto eram

despedaçadas – e uma imagem em particular, do urso partindo um homem ao meio. Ele se sente como

uma criança de novo, e fica surpreso ao pensar que aquela noite, assim como toda sua estadia em

Londres, estava se saindo muito melhor do que ele havia planejado.

Ele lembra que havia infectado todos aqueles ratos no cais, e os imagina agora, correndo pelas

ruas da cidade, infectando outros ratos enquanto carregam a peste para todos os cantos de Londres.

Ele consegue visualizar em sua mente todas as pulgas que aqueles ratos deviam ter, e todas as

pessoas que as pulgas iriam picar. A peste, em questão de algumas horas, começaria a se espalhar

como fogo. Ele solta uma gargalhada, sem conseguir se controlar. Ele nunca teria imaginado que se

divertiria tanto, em tão pouco tempo.

E se isso não fosse suficiente, ele agora estava indo visitar seu velho amigo Thor, que ele não via

há muitos séculos. Thor havia sido estúpido o suficiente para deixar que um ninho de vampiros rivais

o prendesse em uma prisão humana dentro da Torre de Londres. Sua cela é especial e, diferente das

outras prisões, esta não é subterrânea, e fica nos níveis mais altos da torre. Kyle fica animado com a

possibilidade de rever seu velho amigo, e com a gratidão que ele sentiria quando Kyle o libertasse.

Não que Kyle quisesse, necessariamente, fazer algum favor para ele. Thor era cruel, egoísta e

manipulador – o motivo exato que havia tornado a amizade possível – e Kyle não está ansioso pela

convivência. Mas Kyle sabe que se lhe oferecer a liberdade, Thor seria forçado a revelar o

esconderijo do veneno vampiro. E com o veneno em suas mãos, Kyle finalmente seria capaz de matar

Caitlin e todos os seus amigos idiotas.

Kyle voa com pressa, olhando para trás para ter uma última visão do estádio em chamas, o brilho

agora já distante no horizonte. Mesmo a esta distância, ele ainda consegue sentir o calor, e ouvir os

gritos fracos dos humanos pisoteados e queimados vivos, e isso renova suas energias.

Seria apenas uma questão de dias até que toda a cidade abaixo dele, naquele momento um

emaranhado de tochas acesas, se tornasse um imenso cemitério a céu aberto. Talvez, se ele matasse

um número suficiente deles, ele poderia dizimar toda a raça humana de uma só vez, enquanto mata

Caitlin e toda sua turma.

Kyle mergulha baixo, aumentando sua velocidade ao sobrevoar o Tamisa. Ele vira para a

esquerda e a vê diante dele, - a Torre de Londres. Ele dá mais uma volta e tem uma visão complete

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