Capítulo 23

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Enquanto Caitlin fica ali, olhando para um lado e para o outro entre Caleb e Violet, ela não

consegue acreditar no que está vendo. Ela sente todo seu corpo começar a tremer. Como isso poderia

estar acontecendo? E logo agora, que tudo parecia tão bem? Quando as coisas estavam finalmente se

resolvendo? Quando todos os obstáculos para a sua relação pareciam ter sido finalmente superados?

Como um raio no céu, aquela mulher tinha aparecido, acabando com a alegria de sua festa de

noivado. Não é justo. Aquilo simplesmente não é justo.

Pior, Caitlin pode ver pelos olhos de Caleb, consegue sentir, no fundo, que os dois têm uma

relação especial. A pessoa que o tinha transformado? Ela ainda não havia pensado nisso.

É claro que, agora que ela havia parado para pensar nisso, aquela obviamente deve ser ela.

Alguém havia transformado Caleb, em algum momento. Mas ela nunca tinha pensado que fosse uma

mulher, a ainda por cima uma mulher linda como aquela. Ou que, possivelmente, os dois ainda

tivessem sentimentos um pelo outro.

Caitlin ainda lembra que tinham lhe falado que a relação mais forte que se pode ter no mundo

vampiro é com a pessoa que havia lhe transformado. É algo que corre no fundo de seu sangue e alma,

algo que nenhum vampiro jamais conseguiria abalar. A experiência ajuda a transformar a pessoa no

vampiro que ela deve ser, enquanto o sangue dela corre por suas veias.

Caitlin sabe que isso é verdade. Ela sente isso em relação à Caleb. Depois de ter sido

transformada por ele, ela sente como se ele estivesse sempre com ela, como uma parte dela. Ela

sente que é algo mais profundo do que o amor, mais profundo do que uma simples ligação. A

sensação é realmente a de que eles são uma só pessoa.

Agora, enquanto analisa Violet, Caitlin se pergunta se Caleb tem os mesmos sentimentos por ela.

Ela está sempre presente, em algum lugar dentro dele? Com que frequência ele pensa nela? Do jeito

que ele está gaguejando, e a julgar pela expressão nervosa em seu rosto, Caitlin suspeita que com

bastante frequência. Talvez, ela pensa, em seu inconsciente, existe outra mulher a espreita.

É demais para Caitlin. Ela não quer fazer ou dizer qualquer coisa impensada, especialmente

depois de ter aprendido a lição naquela ocasião na França. E ela desesperadamente não quer

presumir o pior, como também já tinha feito antes.

Mas, ao mesmo tempo, ela simplesmente não consegue simplesmente ficar sentada e ver isto

acontecer diante de seus olhos por mais tempo. Seja qual for a peça que o destino esteja tentando

pregar nela, ela não quer fazer daquilo. Ela tem que sair dali, aquele recinto de bebedeira, para

limpar sua mente e respirar um pouco de ar fresco. Ela tem que sair antes que faça algo precipitado,

ou chegue a qualquer conclusão, ou diga qualquer coisa da qual possa se arrepender depois.

ComprometidaOnde histórias criam vida. Descubra agora