Ao sair do bar, tendo bebido além da conta, Sam dá alguns passos e, em seguida, dá de cara com
Polly e Sergei. Ele para no meio do caminho, completamente chocado pelo que vê diante dele: lá
estão Polly e Sergei. E ele está pedindo a ela que repita mais uma vez o quanto ela o ama.
Sam sente ciúme e raiva ao mesmo tempo. Raiva de Sergei, que tinha claramente viajado de volta
no tempo para reconquistar Polly. E também ciúmes de Polly, que devia ter acabado de declarar seu
amor por ele. Por que mais ele pediria a ela para "dizer de novo"? E justo para Sergei, a criatura que
tinha traído Polly uma vez, e que também tinha traído sua irmã. O homem que havia tentando matá-los
na Catedral de Notre Dame.
E agora ali estão eles, em pé, conversando. E falando de amor.
Sam sente uma fúria avassaladora tomar conta dele.
Sergei se vira e olha para Sam, e por um segundo, Sam consegue ver o medo em seus olhos.
Ele deve mesmo ter medo, pensa Sam.
"Sam," Polly diz. Ela deve ter visto o ódio em seus olhos, também.
Mas já é tarde demais. Nada o que ela poderia dizer seria capaz de controlar as emoções que
tomam conta de Sam.
Ele abaixou o ombro e investe contra Sergei, empurrando-o com força, e levando-o todo o
caminho de volta através da multidão.
As pessoas gritam, carrinhos são derrubados, e corpos voam, quanto Sam joga Sergei para outro
lado da rua com tanta força que ele sai voando, dezenas de metros no ar, e cai em um enorme
carrinho de frutas e legumes, derrubando-o.
Todo o carrinho cai no chão, em cima de Sergei, que fica lá, parecendo atordoado.
"Sam, pare!" Polly grita.
Sam não consegue entender por que ela está tentando proteger Sergei. Isso só prova que ela se
importa com ele, e que ela ainda o ama.
E isso só faz Sam sentir ainda mais raiva.
Sam ataca Sergei novamente enquanto ele está deitado no chão, pronto para acabar com ele.
Mas Sergei rapidamente fica em pé, e de repente decola no ar, voando para longe, para surpresa
dos transeuntes. Sam tinha quase esquecido que Sergei era um dos seus, capaz de voar, e com
reflexos tão rápidos.
Sam fica parado e vê Sergei voar para longe, como o covarde que é, com medo de lutar contra
ele. Sam fica ali, respirando com dificuldade, e pode sentir os olhares chocados de todas as pessoas
ao seu redor.
Por enquanto, ele permitir que Sergei escapasse. Se Sergei era covarde a ponto de não ficar e
lutar, então ele não merece que Sam vá atrás dele.
Lentamente, a raiva de Sam começa a passar.
"Sam, o que está fazendo!?" Polly grita.
Ela está em pé ao lado dele, e parece chateada, com as mãos nos quadris.
"O que quer dizer, o que eu estava fazendo?" ele retruca. "Ele tentou matar minha irmã, e tentou
matar nós dois! A melhor certa é: O que você está fazendo? Por que ele estava aqui? E por que você
estava falando sobre o quanto você o ama?"
Sam vê o rosto de Polly se transformar. Ele nunca tinha visto ela tão transtornada assim.
"Eu não estava falando com ele sobre o amor. Você nos ouviu mal. Eu esperava que você fizesse
uma ideia melhor de mim."
"Bem, não é isso que parecia," Sam retruca.
"Bem, então," ela diz, "se você não confia em mim, então vamos seguir nossos caminhos
separados. Nós nem estamos juntos!"
Sam se sente traído pelas suas emoções - raiva, ciúme, traição.
"Tudo bem," ele retruca.
"Tudo bem", ela retrucou.
Sam se vira, afastando-se dela, acotovelando seu caminho através da multidão e se sentindo
arrasado. Sua raiva começa a desaparecer, sendo substituída por outra coisa. Tristeza. Ele sente que
ele e Polly estavam se aproximando. E agora, aquilo tudo tinha acontecido. Ele não sabe exatamente
o que, mas sente que o que quer que fosse, aquilo tinha arruinado as coisas entre eles.
Sam corre de volta para dentro da taverna, de volta à sua mesa, e se senta em frente a Caleb,
precisando mais do que nunca de uma bebida.
Quando olha para Caleb, que está sentado ali, parecendo tonto, Sam se solidariza com ele.
"Meninas," Sam diz, balançando a cabeça. "Eu sei como você se sente agora", ele fala.
"Simplesmente não é justo."
De repente, Sam vê que Caleb segura sua própria garganta, como se estivesse engasgando. Seus
olhos se arregalam, e ele começa a tremer.
"Caleb?" Sam pergunta, preocupado. "Você está bem?"
Os olhos de Caleb se viram em sua cabeça, e ele começa a cair, prestes a desmaiar.
Sam, com seus reflexos rápidos como raios, salta ao redor da mesa e pega Caleb no ar, antes que
ele caia no chão. Ele segura o corpo inerte de Caleb em seus braços, enquanto os outros membros do
coven começam a se amontoar ao redor deles.
"Caleb?" Sam chama, preocupado, enquanto sacode o corpo dele. "Caleb?"
Caleb não responde, e sua pele, já pálida, parece estar ficando azul.
"Precisamos de um médico!" Sam grita, no meio da multidão.
Mas, mesmo enquanto grita, enquanto a multidão assustada começa a reunir em torno dele, Sam
sabe que seria inútil. Afinal, Caleb é um vampiro. E só uma pessoa que ele conhece seria capaz de
curar um vampiro.
Aiden.
Sam pega o corpo inerte de Caleb e atravessa o bar, subindo correndo os degraus, passando pela
porta e, com três grandes passos, saltando para o ar e levando Caleb. Ele voa o mais rápido que
consegue em direção a única ajuda que ele conhece.
Ele só espera que já não seja tarde demais.
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Comprometida
VampireA Londres de 1599 é um lugar selvagem, repleta de paradoxos: enquanto por um lado é uma época extremamente esclarecida e sofisticada, produzindo escritores como Shakespeare, por outro lado, é também um período cruel de torturas e empalhamentos. É ta...