Capítulo 21

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Ele abriu um sorriso. Tentei me afastar dele rapidamente mas ele pressionou minha cintura. Ele estava com o seu habitual casaco escuro de capuz, e calça. E seus olhos... seus benditos olhos apavorantes.

- Fique quieta, e faça cara de paisagem. - ele disse baixo

- Me solta, seu louco! - eu disse firme tentando me soltar

Mas eu estava apavorada. Tentei dar um passo e ele abriu um largo sorriso. Que fez percorrer um longo arrepio por todo meu corpo.

- Acho melhor você fazer o que eu estou mandando. - ele disse naturalmente apertando minha cintura com algo

E então meus olhos cairam. E vi que ele estava pressionando uma faca contra minha cintura. Fiquei sem reação. Se eu me mexesse ele enfiaria a faca em mim, se eu ficasse ele iria me matar. Olhei em volta e não tinha muita gente próxima. Todos estavam na arquibancada, pois o jogo já iria começar. O vendedor tarado voltou para a barraca.

- Aqui está seu troco docinho... - seus olhos caíram no Jonnhy e ele fechou a cara

- Obrigada. - o Jonnhy pegou o troco e guardou no bolso

Eu olhei para o vendedor com um olhar de súplica, atrás de ajuda. Mas ele me ignorou.

- Pegue a bandeja. - o Jonnhy disse - E caminhe ao meu lado. E se fizer alguma gracinha. Já sabe...

Ele pressionou a faca mais forte na minha cintura. E tive a impressão que ele já tinha lascado minha blusa e já tinha me arranhado. Eu peguei a bandeja com as mãos trêmulas assim como ele mandou.

- Por aqui. - ele me puxou para trás, depois das barracas

Estava deserto lá. Eu não poderia pedir ajuda a ninguém. Olhei para trás e não vi mais ninguém. Só as pessoas saindo da barraca, para vender as coisas na arquibancada. Ouvi o porta-voz apresentar o jogo.

- O que você vai fazer? - eu perguntei com a voz trêmula

- Você vai ver. - ele puxou meu braço fazendo derrubar o liquido de uma das cervejas

Eu tentei hesitar. Mas ele parou abruptamente em frente a entrada da mata e virou-se para mim.

- Jogue esta merda fora. - ele puxou a bandeja da minha mão e jogou longe

Fechei os olhos com medo, e ele me puxou andando. Só conseguia ouvir nossos passos entre os cascalhos e galhos se partindo, e o porta voz chamando o time do colégio Foxe. Mas foi ficando mais fraco a medida que andavamos. Ele parou e me empurrou contra uma árvore, fazendo eu bater tão forte que eu fiquei um pouco sem ar. Abri os olhos mas foi o mesmo que ainda estivesse fechado. A mata estava um breu. Escuro e frio. O Jonnhy estava parado a minha frente. No meio da escuridão eu ainda conseguia ver os seus olhos assustadores e seu sorriso aterrorizante. Meu Deus! Eu tenho pavor deste cara. Este medo fez com que uma lágrima rolasse sobre minha bochecha.

- Por favor Jonnhy. Não me machuque. - eu supliquei desesperada

Ele riu ironicamente, depois ficou sério. E veio caminhando até mim. Ele parou praticamente colado comigo. Pegou na minha cintura e puxou para ele. Abaixou a cabeça à lateral da minha. Senti cheiro de charuto, e algum fumo mais forte.

- Oh querida. Relaxe, você não vai nem sentir. Vai ser bem rápido, te prometo. - ele sussurrou em meu ouvido

Senti repulsa a sua proximidade.

Abaixei a cabeça, e consegui ver a faca na sua cintura. Quando estava tentando bolar um plano para escapar. Ele se afastou apenas o suficiente para ver para onde eu estava olhando.

Condenada à AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora