Sai do estacionamento e involuntariamente o choro fluiu. Fui em direção a minha casa rapidamente, em uma velocidade mais alta que o limite permitido.
Abri a porta e entrei, todas as luzes estavam acesas mas ninguém estava em casa. Estranho! Sempre quando a mamãe e o papai saem eles desligam as luzes. Não sei se foi pelo ocorrido com o Jonnhy mais cedo, mas todos os meus sentidos estavam aguçados. Ouvi um barulho na sala do cinema, imediatamente estremeci. A razão me dizia para não ir. Mas desde quando eu ouço-a? Hesitante desci as escadas e fui até lá. A cada degrau uma respiração forte e um batimento cardíaco mais rápido. Respirei fundo quando parei em frente a porta. Dizendo a mim mesma que iria ficar tudo bem. Estava passando algum filme, encostei a cabeça na porta tentando ouvir algo, imaginei que o filme era de terror, pois tinha muitos gritos. E só de ouvi-los um arrepio percorreu todo meu corpo. Uma vaga cena minha gritando enquanto o Jonnhy tentava me matar se formou em minha cabeça. Eu tinha que saber quem estava ali. Olhei pro lado e tinha um abajur grande, desconectei da tomada e peguei-o para me defender, levantando-o na altura do meu ombro. Depois de três minutos parada em frente a porta criei coragem o suficiente para empurrar a porta com força. A porta abriu com tudo e bateu na parede, fazendo um alto baque. E então meu coração gritou, mas pela primeira vez nesta noite, de alívio.
- Oi querida! Está tudo bem? - o papai perguntou confuso
- Oi! - eu disse tão fraco que nem eu mesma ouvi e o alívio percorria todo o meu corpo
Meu corpo rapidamente ficou tão pesado que minhas pernas fraquejaram. Larguei o abaju e fui até eles muito mais rápido do que pretendia.
Me ajoelhei na cama, e os abracei forte, e chorei baixinho.
- Shhh. O que houve querida? - a mamãe perguntou afagando minhas costas
Eu apenas deixei que tudo que aconteceu nesta noite fluísse neste choro. Depois de uns minutos em silêncio ela entendeu que eu não queria falar.
- Quer ficar aqui com a gente e assistir o filme? - o papai perguntou limpando as lágrimas que escorriam em minhas bochechas
Eu não conseguia falar, apenas confirmei com a cabeça e deitei no colo da mamãe.
∞ ∞ ∞ ∞ ∞ ∞ ∞ ∞ ∞
Não lembro quanto tempo ainda fiquei chorando ou se assistir o filme, muito menos como cheguei na minha cama. Mas acordei com o meu celular tocando. Sem nem olhar para o visor eu atendi o celular.
- Alô?
- Acordaaa! - a Tris quase cantava do outro lado da linha
- Bom dia Tris! - resmunguei esfregando os olhos
- Já está pronta? O vôo sai as 6h.
Me despertei rapidamente.
- Aí Meu Deus! Eu esqueci.
- Sério Jess? - ela resmungou - Essa é a nossa viagem do ano. Vai logo se arrumar e acordar o pessoal.
- Ta! Até daqui a pouco. - eu disse me levantando da cama e desligando o celular sem esperar uma resposta
- Acordem! - eu gritei do corredor para as portas abertas - O vôo sai as 6h, esqueceram?
Depois de acordar a todos e nos arrumarmos, colocar as malas em dois carros. Eu e a mamãe entramos no carro esperando que o resto dos meus irmãos entrassem.
- Quer me contar o que houve ontem? - a mamãe me perguntou enquanto eles ainda não entravam
- Briguei com o Scott. - disse
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Condenada à Atração
RomancePostura firme, guarda erguida, joelhos afastados, punhos posicionados, olhos estreitos, porém coração mole. Está é Jessica Lewis. Orgulhosa, temperamental, violenta, teimosa, também são palavras que a definam. Mas atrás disto, existe uma grande garo...