Condenada à Atração

Capítulo 30

* P.O.V do Ethan *

A respiração da Jess já havia ficado regular a um tempo. Eu só não entendo que porra eu estava fazendo olhando fixamente aquela garota em meus braços a mais de 20 minutos enquanto passava meus dedos entre cada fio dos seus cabelos. Eles pareciam fios de ouro, com um toque de veludo. Por mais que eu quisesse, eu não conseguia desviar os olhos daquela pequena loira que estava me abraçando fortemente enquanto dormia. Seus olhos estavam fechados levemente, sua boca entreaberta, suas bochechas rosadas por conta do sol, seus cabelos espalhados pelo meu peito e seu corpo subindo e descendo suavemente por conta da sua respiração. Ela parecia mais um... Anjo. Um anjo calmo e sereno, muito diferente de quando estava acordada, uma Jessica estressada, orgulhosa, violenta e teimosa... Meu deus! Como essa garota era difícil. Ela conseguia me deixar louco como nenhuma garota conseguia. 

Garotas em minha vida eu só estava acostumado com a minha irmãzinha e as vadias que eu pego. E não era tão difícil controlar nossa convivência. Minha irmã é um amor. E as vadias... Bom... Trepo com uma diferente a cada noite e acaba por aí. Todos sabem da minha fama, mas eu não me orgulho totalmente dela. Uns dizem que eu faço isso por não respeitar o sexo feminino. Eu discordo. Mas talvez se elas se comportassem com respeito seriam tratadas como tal devem. Pensem comigo, se uma gostosona vinher se jogando pra cima de você, sem ao menos lhe conhece, te dando tudo de bandeja, você recusaria? Claro que não. O maior tempo que uma garota já me enrolou foram três dias. Sempre tive toda a situação sob controle. Todas as situações.

Mas logo quando eu coloquei os olhos na Jay, eu sabia que ela era diferente de todas as que eu já tinha pego. Desde o soco firme que eu levei desta garota no The Blues ela entrou em minha vida como um furacão. De primeira tentei irritá-la ao máximo, era sempre bom vê-la me tratando de um jeito que eu jamais fui tratado por nenhuma outra. Ela parecia sentir nojo de mim, mas ao mesmo tempo uma certa atração. Isso era uma coisa de louco. Mas de repente algo dentro de mim mudou quando eu vi seus olhos cheios de dor na noite que ela me revelou seu maior segredo. Eu tive certeza que ela não era uma simples garota, como aquelas que é um quadro apenas com moldura. Ela tinha um conteúdo no quadro, e por sinal, um dos melhores.

Me vi desesperado tentando fazê-la acreditar que não fui eu que fiz a armação da foto e muito menos a do armário. Eu não entendia o motivo de querer tanto que ela acreditasse em mim, eu apenas queria. Ela tentou de várias formas me afastar, mas parecia que quanto mais ela queria que eu me afastasse, mais eu queria ficar por perto. E desde o beijo da cachoeira essa garota não sai da minha cabeça, é como se fosse uma necessidade de tê-la por perto. De estar corpo a corpo com ela. Estar perto dela fazia um desejo que eu nunca vi, se ascender em mim. De uma forma que, agora, eu já não conseguia evitar-lo.

Ela era uma garota tão confusa. Momentos ela parece querer que eu morra asfixiado, mas em outros ela me olha com um brilho nos olhos, um brilho que parece refletir o mesmo desejo que o meu.

O meu jogo era sempre trepar com a garota e depois cada um pro seu canto, mas algo me dizia, ou melhor... algo me fazia não querer sair dali tão cedo. Uma paz estranha reinava dentro de mim naquele moemento. Eu não sabia o que esperar da Jessica quando ela acordasse, ela provavelmente irá me xingar e me bater por ter deixado isso acontecer, ou pior, ficará muda e jamais irá falar comigo de novo. Qualquer uma dessas possibilidades me deixava desconfortável. E eu simplesmente não sabia o que fazer. Queria me socar repetidas vezes por estar assim, mas eu tinha que admitir para mim mesmo... Esse sexo não foi igual a nenhum outro.

E aqui estava eu, com esta embaraçosa situação, totalmente fora de controle.

Então, apenas decidir fechar os olhos e deixar que a porra da sensação estranhamente boa tomasse conta.