CAP 03.

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Evelyn.
- Mamãe aonde nós vamos? - Debora pergunta enquanto eu coloco suas roupas dentro da sua mala de rodinhas que era da Barbie.

- Iremos para a casa da vovó. - respondo com um sorriso fraco, fecho a porta do guarda-roupas e vou para a cômoda.

- Eu conheço eles? - ela pergunta.

- Não. - dou um sorriso fraco. - Mas, vai conhecer. - respondo apertando levemente sua bochecha, ela sorri, parecia animada.

. Depois que terminei de arrumar as malas com a ajuda de Debora, a coloquei no banco de trás na cadeirinha, apertei o cinto dela e dei partida no carro.

***

. Foram aproximadamente quatro horas de viagem, eu estava cansada e Debora dormia toda torta na cadeirinha, mas finalmente chegamos. Meu coração apertou-se as lembranças vieram à tona, eu as odiava. Desci do carro, peguei Debora ainda adormecida e apertei a campainha, fui recebida por Astolfo.

- Que saudade de você. - ele diz praticamente gritando e me abraça com a Debora.

-Eu também estava. - respondo com um sorriso fraco.- Preciso colocá-la para dormir em algum lugar, essa pequena aqui é bem pesada. - respondo com um sorriso e ele olha pra ela com os olhos brilhando,

- Ela é linda, sua cara.- respondeu.

- Ela é adotada, não tem como se parecer comigo. Talvez tenha a minha feição, mas não é parecida comigo. - sorrio fraca, ele acaba ficando com um pouco de vergonha mas me leva até o quarto de baixo, que era enorme.

- Aqui vai ser o quarto de vocês. - ele diz.

- Sempre foi o meu quarto. - respondo revirando os olhos e coloco ela na cama de casal.

. Depois, fui para o carro e com sua ajuda peguei as malas e coloquei todas no quarto.

- Aonde está a mãe e o pai? - pergunto correndo os olhos pelo local que foi minha moradia por tantos anos, velhos tempos...

- Eles foram na casa dos pais do Gustavo! - ele diz com um sorriso fraco, perdi alguma coisa?

- Como assim? - digo.

- Há quase três anos, os nossos pais viraram melhores amigos dos pais do Gustavo, sim, é estranho por que a mãe não suportava a mãe dele. Mas, hoje eles fazem quase tudo juntos. Desde sair em casal, até virem jantar ou almoçar aqui. - ele diz. Será que todos aqui já tinham esquecido o que o Gustavo fez comigo no passado? A, claro que já...apenas eu que fui a machucada, não esqueço. Vida que segue, não é?

- Entendi. - respondo fazendo pouco caso, vou para a cozinha tomar um copo de água para absorver essa situação.

- Maninha, você nunca mais falou com o Gustavo? - ele pergunta, aquilo era de verdade, um assunto que eu não gostaria de comentar com ninguém. Mas, se eu não comentasse com ele, nunca eu teria paz.

- Nunca mais o vi, pretendo não ver também. - respondo seca.

- Mas, você o esqueceu? - ele pergunta.

- Esqueci, Gustavo é passado pra mim e quem vive de passado é museu, não acha? - pergunto. Menti bonito, eu nunca o esqueci, quer dizer...eu nunca esqueci o que ele fez comigo, é diferente.

- Nos tornamos amigos, depois de dois anos que você foi embora. - ele diz.

- Que bom. É ótimo ter amigos! - respondi revirando os olhos.

- Ele perguntou algumas vezes sobre você. - acrescentou.

- " Tolfo" não me leve a mal, mas eu não quero falar sobre o Gustavo, de preferência quero fingir que ele não existe enquanto eu estiver aqui. - digo.

- Tudo bem, desculpa! - ele diz envergonhado como sempre, nem parecia que era um ano mais velho do que eu.

- Você está namorando? - pergunto procurando um anel de compromisso em seu dedo, não vejo nada.

- Não! Eu não namoro, mas estou ficando com uma garota legal. - ele diz com um sorriso fraco.

- Poderia tomar juízo. - respondo brincando.

- Eu tenho. E você, está namorando?

- Digamos que...eu não tenha tempo, nem paciência para me envolver com alguém. Gosto da minha liberdade e deixar com que o meu coração pertença apenas à Debora. - respondo

- Você não muda nunca. - ele me abraça.

- Tem coisas que não são necessárias mudanças. - respondo retribuindo o abraço.

- Mamãe? - Debora aparece coçando os olhinhos, chupando sua chupeta Rosa.

- Dormiu bastante em princesa. - digo indo pegá-la no colo.

- Quem é ele? - ela aponta para o meu irmão.

- Esse é o tio Astolfo, irmão da mamãe. - respondo.

- Você é linda. - Astolfo diz com um sorriso.

- Você também, tio. - ela fala tão bonitinho que eu fico mais apaixonada ainda e Tolfo emocionado.

- Aonde está a vovó e o vovô? - ela pergunta olhando em volta, procurando eles.

- Foram na casa de uns amigos, mas logo estão de volta. - respondo. - Você está com fome? - pergunto.

- Bastante. - ela diz pulando do meu colo e se senta na cadeira, de frente pra mesa esperando que eu faça algo para ela comer.

. Acabo optando por leite, pego sua mamadeira no quarto, lavo e o preparo. Depois, pego uma bolacha recheada no armário, coloco no potinho e entrego à ela.

- Posso comer na sala? - ela pergunta, penso em responder que não por que ela não estava na minha casa, mas Astolfo se intromete:

- Pode sim pequena. - ele diz e ela sai correndo, saltitante.

- Você é maluco. - respondo com um sorriso e vou até a minha menina.

- Mamãe, o tio Astolfo tem o nome do porquinho do cocoricó. - ela dispara a rir, após falar.

- Sim, a minha mãe adorava aquele desenho e achou o nome " lindo" - eu digo rindo.

- É nome de idoso. - ela brinca.

- Mas não diz nada em, se não ele vai rir da sua cara. - digo apertando levemente seu nariz, Astolfo havia subido para seu quarto.

- Tudo bem. - ela boceja.

- Ainda com sono? - pergunto.

- Só um pouquinho. - ela faz o pouquinho com o dedo.

- Deita aqui para mamar. - digo a puxando pro meu colo, ela toma todo seu leite e ainda diz que quer mais, eu não faço por medo dela passar mal. Debora estava quase dormindo quando a campainha tocou e nós duas assustamos, fui abrir a porta, a deixando no sofá deitada. E quando fui ver quem era, meu coração acelerou. Era Gustavo e ele também estava surpreso por me ver.

A DelegadaOnde histórias criam vida. Descubra agora