A Delegada

CAP 24

Gustavo.

. Após a saída do doutor, avisei Terra que iria até a casa da Déb para poder contar a triste noticia.

. Chego em sua casa com o coração batendo forte, não sei como contar e só consigo pedir à Deus para que eu use as palavras certas. Aperto a campainha e ela mesmo que me atende.

- Tio Gustavo? - ela diz esboçando um pequeno sorriso.

- Olá princesa. - digo. - Posso entrar? - pergunto em seguida.

- Não sei se seria uma boa ideia, mamãe não te quer aqui. - ela responde triste.

- É sobre a mamãe que eu quero falar. - respondo.

- Então entre. - ela dá passagem.

. Nos sentamos um de frente pro outro no sofá e ela cruza os bracinhos esperando o que eu tinha pra falar.

- Pode começar. - ela diz impaciente.

- Déb, sua mãe está no hospital. - digo com os olhos fechados.

- O que aconteceu? - ela pergunta preocupada.

- Estavamos em uma missão e ela levou um tiro. - digo e vejo seus olhos pequenos se enchendo de lágrimas.

- Ela vai morrer? - ela derrama as mesmas.

- Não querida, nós temos que rezar para que ela não nos deixe. - digo secando suas lágrimas.

- Eu acho que ela já estava sentindo que não voltaria para a casa hoje. - fungou. - Ela me falou algumas coisas ontem.

- Que coisas? - pergunto curioso.

- Ela disse que se ela não voltasse pra casa, era pra eu obedecer quem cuidaria de mim. - ele diz de cabeça baixa brincando com suas mãos.

- Sua mãe está em coma, não tem data para acordar pequena...mas antes de dar entrada no hospital, pediu para eu cuidar de você. - respondo.

- Que bom. - ela não demonstra animação.

- Vou levá-la para ficar comigo em casa por alguns dias, eu tenho um mês para ficar em casa por causa do tiro que também levei e eu espero que sua mãe acorde em um mês. - digo.

- Tá. - ela diz levantando-se.

- Aonde você vai? - pergunto.

- Arrumar minhas coisas. - ela diz e sai da sala.

Déborah:

. Não existem palavras para descrever como eu amo a minha mãe, ela dedica a sua vida para me dar do bom e do melhor, é a melhor delegada do mundo na minha opinião. Na escola, meus amiguinhos a chama de '' homem'' por ela lidar com armas, bandidos e tudo que conseguem lembrar e eu sempre digo que ela pode sim ser um homem, mas é o homem da minha vida e isso deixa eles bolados.

. Agora a minha mamãe está naquele hospital e eu terei que ficar com o tio Gustavo e eu não estou nenhum pouco animada. Eu gosto dele porém não será a mesma coisa, no horário da janta ela não irá estar comigo jantando, eu não terei com quem conversar sobre o meu dia pois ela estará lá, deitada naquela cama de hospital sendo mais uma vez ausente na minha vida.