Evelyn.
. A semana que os policiais chegariam, finalmente chegou. Estava ansiosa, Débora conversa comigo mas vejo que ainda está sentida por ter vindo embora, ela realmente não queria.
. O dia amanheceu confuso, não sabia se chovia ou se armava aquele sol de rachar, fui para o quarto de Débora e ela estava fitando o teto.
- Você está bem querida? - pergunto e ela balança a cabeça negativamente.
- Minha cabeça está doendo muito. - ela diz chorosa.
. Coloco a minha não em sua testa e está queimando de febre, procuro pelo termômetro e quando meço está com quase 39.
- Vamos ao hospital. - digo tirando sua coberta e ajeito seus documentos, a troco de roupas e aviso para a babá que estava levando Débora para o hospital.
^***^
. Depois de alguns exames feitos, o médico disse que Débora havia pegado uma virose e que precisava tomar muito líquido e se alimentar direito. Na volta, resolvo perguntar:
- Querida, você está querendo alguma coisa?
- Como assim? - pergunto.
- Você está com vontade de comer alguma coisa? Por isso ficou doente?
- Não. - ela se cala.
- Então o que houve?
- Estou com saudades do meu tio Gustavo. - respondeu e se calou novamente.
. Não poderia fazer nada para abafar essa saudade de que minha filha estava sentindo do mesmo, não queria sofrer, mas também não poderia deixá-la sofrer. Passei na farmácia, comprei o medicamento que o médico prescreveu na receita e a deixei em casa com a babá. Fui para a delegacia, conversei com alguns policiais e disseram que os novos já estavam esperando-nos na sala de reuniões que tínhamos. Caminhei até lá com determinação e quando entrei alguns policiais conversavam, mas apenas um me chamou atenção. Meu coração deu um salto ao ver que Gustavo era um deles.
Respiro fundo.
- Bom dia à todos. - evito encará-lo e como se já reconhecesse a minha voz,ele me olha e sua boca se obre em um " o" perfeito.
- Bom dia. - um dos policiais dizem.
- Me chamo Evelyn e sou a delegada desta delegacia. Desde que me apossei do cargo procuro trabalhar com determinação, fé e coragem. Falhar nunca esteve nos meus planos e deixar os meus policiais falharem muito menos. Sou um pouco exigente e se o telefone tocar agora anunciando uma ocorrência se os meus policiais forem lerdos, eu mesma vou resolvê-la. Hoje inicia-se mais uma frase, creio que vocês não são daqui, não procuro nada além de competência. O sucesso vem para aqueles que lutam, então...lutem! Lembrando que: Eu não sou amiga de vocês, aliás, não sou amiga de ninguém aqui dentro sou apenas colegas. Me tratem como a delegada que eu os trato como policiais. Tenham um bom dia, sejam bem-vindos.
. Após dizer isso, recebo aplausos e saio sem olhar pra trás, tinha bastante coisas para resolver, resolvi me ocupar e não pensar que Gustavo faria parte do mesmo local que eu.!
***
. Eram quase duas e quarenta da tarde quando meu celular toca me assustando, era da minha casa.
- Alô.
- Dona Evelyn, a Débora piorou. Não reagiu bem aos remédios. - a babá diz apavorada.
- Estou indo pra casa. - digo e desligo o telefone.
. Pego minhas coisas e quando abro a porta dou de topa com o Gustavo.
- Podemos conversar um instante?
- Não! Estou indo embora, tenho problemas. - respondo e saio.
. Corro pra casa, minha filha estava vermelha de tanto tossir e vomitar, a levo para o hospital e o médico mais do que depressa dá a ordem de internação. Ótimo, Débora ficaria internada e ainda por cima, por tempo indeterminado.
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A Delegada
ActionSinopse reescrita e atualizada em: 03/06/2022. Aos seus vinte e oito anos de idade, Evelyn Andrade já era uma renomada delegada séria e segura de si mas que por conta do trágico passado ao lado de Gustavo, seu primeiro amor, acabou fechando-se por c...