Os capítulos serão postados nos dias: SEGUNDA - QUARTA - SEXTA E DOMINGO.
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Evelyn.. Ficamos em silêncio, apenas nos encarando e o que me tirou do transe foi Debora dizendo:
- Mamãe, quem é?
. Gustavo então estreitou os olhos e resolveu dizer:
- O Astolfo está?
- Sim. - Digo torcendo para que ele de vá tão logo quanto veio.
- Avise ele que eu cheguei. - Ele diz entrando como se fosse da família, ah é, ele era mais da família do que eu.
- ASTOLFOOO, O GUSTAVO CHEGOU! - Grito aqui de baixo, Gustavo até fecha os olhos ao ouvir os meus gritos. Me aproximo do sofá, e Debora está meio manhosa, o mal dela era sono, já que Gustavo a assustou com a campainha.
- Eu não consigo dormir. - Ela diz com os olhos marejados, fazendo meu coração se espremer.
- Você está assustada minha linda, vem cá com a mamãe. - Digo a puxando pro meu colo. Aninhei Débora ao meu peito e comecei a niná-la, cantarolando uma canção, e não demorou nada para que adormecesse, Gustavo via aquela cena como se aquilo fosse coisa de outro mundo. Fui até o meu quarto, a coloquei na cama e quando entrei no corredor, o encontro encostado na soleira da porta. Mas que diabos esse cara quer comigo?
- Então, você se casou... - Ele fala pausadamente, provavelmente tentando - sem sucesso - puxar assunto.
- Acho que não te devo satisfações sobre a minha vida, Gustavo. - Digo e saio andando, ficar ali poderia ser perigoso demais, ele ainda tem um efeito muito grande sobre mim.
- Você está diferente. - Ele corre os olhos pelo meu corpo, me fazendo arrepiar.
- Eu cresci e amadureci. - Respondi rimando, estava séria e não via a hora de Astolfo descer para tirar esse idiota de perto de mim. Não sabia o que esperar dele, nem de mim, não sabia como agir nem o que falar. Estava perdida.
- Senti sua falta. - Ele diz com uma expressão de quem fala sério.
- Aí já é um problema seu, porque eu nem me lembrava da sua existência até você chegar. - Digo com a maior ironia do mundo, mantendo meus olhos fixados na televisão.
. Pensei que com o passar dos anos, as pessoas iam envelhecendo e ficando feias. Mas vi que para Gustavo, não existe essa parada de envelhecer. Seu rosto ainda era o mesmo, sua feição também, seu corpo estava mais evoluído e ele estava forte acho que é por causa da academia. Pensei também, que conforme o tempo passasse, ele teria menos efeito sobre mim. Ledo engano.
Parei de conjecturar sobre a situação, quando o ouvi dizer:
- O que você tem feito da vida?
- Gustavo, eu não quero ser sua amiga. Não quero ter papo com você...se é que me entende! Não quero nem olhar pra você, estar no mesmo ambiente que você. Peço para que você fique no seu canto e não dirija a palavra à mim. - Digo tentando soar o mais clara possível e me levanto para chamar o Astolfo.
- Sei que te machuquei Evelyn. - Ele tenta se aproximar. Droga!
- Não toque em uma ferida que já foi cicatrizada há tanto tempo. - Respondi seca, querendo chorar e bater em Gustavo até fazê-lo desmaiar.
. Eu estava prestes a gritar o nome do meu irmão quando o idiota desceu arrumando sua jaqueta como quem não quer nada.
- Desculpem a demora, consegui manchar minha camiseta e estava procurando outra. Vamos Gustavo? - ele diz olhando para nós dois.
- Nossa, Tolfo, você foi procurar outra camiseta ou confeccionar uma nova? - Pergunto retoricamente, soando propositalmente sarcástica .
- Vamos. - Ele diz. - Foi bom revê-la Evelyn. - Acrescentou quando chegou na porta.
- Pena que eu não posso dizer o mesmo. - Respondi e ele parece ofendido, sai sem falar mais nada com uma expressão não muito agradávelGustavo.
. Eu tinha a melhor vida que alguém poderia desejar. Eu era rico, tinha uma família que me amava, mulheres que se rastejavam para ter o meu amor, um império...
Quando comecei a estudar, anos atrás optei pela área da gastronomia. Consegui me formar mas, não tinha ninguém que me ajudasse na área, então resolvi virar policial. Com o passar dos anos, consegui montar o meu primeiro restaurante onde coloquei apenas pessoas profissionais e talentosas que sabiam inovar na hora de cozinhar, como eu. Depois de dois anos que abri o meu restaurante que ficou como o melhor da cidade, comecei a expandir e hoje tenho dez restaurantes espalhados pelo mundo à fora é muito dinheiro.
Na adolescência, eu bebia demais. Não tinha controle de mim mesmo, tanto que acabei beijando a menina mais esquisita da escola uma vez, a Evelyn. No outro dia, soube do que havia feito e destruí seu coração mas na época não me importava nada, eu queria tanto a "fama" e acabei desperdiçando a oportunidade de tê-la em minha cama. Mas hoje, eu a encontrei com uma garotinha que a chamava de mãe. Evelyn estava linda, uma mulher que daria inveja à qualquer outra. Os seus olhos quando estavam vidrados naquela garotinha, esbanjavam amor mas quando olhava pra mim, transbordavam ódio e mágoa. Hoje sim eu me arrependo por tê-la machucado, ela se tornou uma pessoa incrível. A garota que antes era tão boba e doce, hoje é segura de si e muito fria, talvez por minha culpa.
. Tinha marcado de ir a um barzinho com o Astolfo, mas depois que a vi, senti vontade de ficar na casa dele.
- Você a viu...- Astolfo diz me olhando de relance.
- Sim, eu a vi. - Respondi lembrando - desastroso - do nosso reencontro.
- E o que sentiu?
- Ela está linda cara! Muito mudada, segura de si e tem até uma filha. Aposto que está casada. - Digo com um fio de despeito.
- Ela não está casada. - Respondeu. - Ela adotou a Debora sozinha. - Acrescentou, por um momento me vi soltando o ar que eu nem imaginava que estava preso.
- Entendi. - Falei vagamente.
- Mas não quero que aproxime-se dela. Você mesmo sabe o quanto fez a minha irmã sofrer, eu não quero vê-la daquele jeito de novo. - Respondeu estacionando em frente ao barzinho.
- Eu nunca soube o que realmente aconteceu com ela. - Falo mordendo o lábio inferior, ainda tentando digerir tudo. - Você nunca confiou tanto em mim à ponto de me contar, o que ela passou. - Acrescento descendo do carro. Entramos, escolhemos nossa mesa e pedimos dois sucos de laranja, um pra cada um.
- Depois do dia que você a mandou esquecer o beijo, falou barbaridades pra ela a minha irmã mudou da água pro vinho. Ela ficava nervosa do nada, chorava a toa, não se alimentava corretamente e perdeu muitos quilos. Uma vez, encontrei lâminas em seu quarto, mas me calei. Quando estava dormindo eu aproveitei para olhar os seus braços e eles estavam todos cortados. Ela ficou muito doente e por pouco não a perdemos. O amor, ou melhor...o amor que ela sentia por você já estava a consumindo, mas suas palavras foram o fim pra ela, ela já não se sentia motivada pra nada. Depois de um tempo, ela resolveu ir embora contra a minha vontade e até mesmo as vontades dos meus pais. Eu ainda a pegava chorando por você pelos cantos da casa, ela sempre se lembrava das marcas que você deixou, principalmente quando fazia aniversário. Enfim, ela foi embora dizendo que seria melhor pra ela e foi. Lá ela arrumou um emprego e eu não me lembro qual é a sua profissão, e também adotou Debora em um orfanato. Mas apenas depois de cinco anos, que eu conheci sua filha e a minha nova irmã. Por que uma coisa é verdadeira, Evelyn mudou muito, e foi você que a fez mudar, você destruir seu coração , e dissipou a maioria das coisas boas que havia ali. - Falou colocando fim ao assunto, e me fazendo pensar no quão idiota eu fui, e em como me comportei com um completo moleque.
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A Delegada
ActionSinopse reescrita e atualizada em: 03/06/2022. Aos seus vinte e oito anos de idade, Evelyn Andrade já era uma renomada delegada séria e segura de si mas que por conta do trágico passado ao lado de Gustavo, seu primeiro amor, acabou fechando-se por c...