CAP 07

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Gustavo.
. Como fazer uma pessoa como a Evelyn me ouvir? Queria explicar e pedir perdão por ela me odiar tanto mesmo sabendo que não irá apagar o mal que lhe causei, mas eu quero tentar. Fui para a varanda e pude ver a sua filha brincando com o ar, ela pulava, rodopiava e mesmo sendo adotada a sua personalidade era parecida com a de Evelyn. Mesmo sabendo que não podia, e que poderia ficar sem vida...resolvi me aproximar da garotinha.
- Oi. - digo chamando sua atenção.
- Olá, você é o amigo do meu tio não é? - ela me pergunta.
- Sou sim. - digo.
- E futuro namorado da mamãe. - ela tapa a boca como se estivesse dizendo alguma besteira.
- Eu acho que não linda, a sua mamãe não gosta muito de mim. - respondo e me sento, ela se senta ao meu lado e cutuca a sua unha do pé.
- Minha mamãe estava falando de você para o meu vovô. - ela me olha de relance e volta a mexer em sua unha.
- E o que eles disseram? - pergunto curioso.
- Mamãe me ensinou a não ser fofoqueira, então não posso te contar. - ela sorri achando graça.
- Você pode me contar, prometo que não irei falar pra ela.
- Não posso. Mas, uma dica: o coração da mamãe está quebrado em pedacinhos, eu até ofereci a cola que trouxe na minha bolsa para colar mas ela não aceitou. - diz ingênua, meu coração se aperta...não sei por que insisto em saber sobre os sentimentos da Evelyn.
- Entendi, logo o coração dela se ajeita.
- Posso te contar um segredo? - ela diz.
- Pode. - respondo lhe passando confiança.
- Eu sou doida pra ter um pai. Não vejo a hora que a mamãe começa a namorar, mas ela diz pra mim que só ela é suficiente pra mim e que não quer ninguém. - ela faz bico, agora fica triste.
- Talvez não esteja na hora de você ter um pai, mocinha.
- Meu nome é Débora. - ela me repreende.
- Desculpe, Débora. - digo com um sorriso fraco por ver o seu gênio forte igual o da mãe.
- Se você fosse meu pai, minhas coleguinhas da escola morreriam de inveja. - ela diz olhando para frente.
Engulo em seco.
- Por que morreriam de inveja? Garanto que eu não seria um pai legal.
- Você é muito bonito. - ela novamente coloca a mão na boca. - E os pais das minhas amigas, são gordos e velhos. - ela ri achando graça.
- Hum...entendi. - digo com um sorriso e escutamos Evelyn chamar a Débora.
- Preciso ir, minha mamãe está chamando. - ela se levanta, seguro sua mão pequena.
- Não conta pra sua mãe que eu conversei com você, tá? - digo.
- Por que? - pergunta sem entender.
- Por que ela vai ficar muito brava se souber que a gente conversou. Eu guardo um segredo seu, e você guarda o meu. Tá certo? - arqueio a sobrancelha.
- Certo. - ela bate sua mão na minha como se fosse um toque e sai correndo me deixando sozinho.
. Débora era uma graça e eu já estava me preparando para levar um fumo da Evelyn por que as crianças não conseguem guardar um segredo por muito tempo. Por falar em Evelyn, preciso descobrir em mim mesmo o motivo de procurá-la tanto. De levar tantos xingamentos, foras e mesmo assim não conseguir desistir da mesma.

A DelegadaOnde histórias criam vida. Descubra agora